Comecei a manhã com mais um vídeo do pdf: náusea! Poque é que eu assisto? As razões estão entre o ver para crer e o fascínio pelo abismo. Ou melhor, porque eu gosto de abismos, aquilo que leva muitas pessoas a observar acidentes. Isso eu não faço, a menos que a minha ajuda seja necessária. Já aconteceu. Estava no Algarve. Tinha ido com o Basílio e um amigo dele algures beber uma amêndoa amarga - doce! - e regressávamos para casa de noite. Nisto, numa curva, estava um carro virado e três pessoas deitadas na estrada. Uma movia-se como uma cobra: rastejava. Um, de pé, sangue na cara, fez muitos gestos na nossa direcção, a pedir ajuda. E o que ia a guiar, o amigo do Basílio, disse, nem pensar em parar, pode ser uma armadilha. Eu, muito enjoada da amêndoa doce e da condução da criatura, e talvez até um pouco "alegre", desatei aos berros - as mulheres são histéricas, diria o pdf - para pararmos ou que me abrisse a porta que eu ficava sozinha com eles. Tal foi o escarcéu, que voltámos para trás e parámos. O da condução manteve-se longe, mas o Basílio acompanhou-me até eles. Não era uma armadilha. Era mesmo um acidente. Eu fui agarrar na mão dos que estavam no chão, para os sossegar. O Basílio - meu queridíssimo Basílio, que saudade!!, que homem bom! - disse ao que estava de pé, a sangrar, que procuraríamos uma cabine telefónica e chamaríamos uma ambulância. Foi o que fizemos.
Voltando ao meu dia. O trabalho arrastou-se. Não houve incidentes, mas as horas custaram a passar. Quando finalmente me vi na rua, no dia húmido e nublado, morta de cansaço e de... preocupação e de vontade de ir para casa, tive ainda que ir a um novo ponto de entrega dos CTT, levantar a minha encomenda de livros da Wook:
- Tubarão 2000, António Vitorino D'Almeida (a minha outra cópia desapareceu e eu preciso de ler excertos deste livro, regularmente, para sobreviver)
- Os Devoradores de Livros, A V D'Almeida
- Vemo-nos em Agosto, Gabriel García Márquez (o romance póstumo do meu queridíssimo GGM)
Chegada a casa, e feitos alguns deveres domésticos maçadores, sentei-me em frente ao computador à procura de amparo. Ouvi milhentas versões da canção Wicked Game. A toxicidade do dia começou logo a desvanecer. E, depois, deparo-me com Dan Vasc, um cantor de heavy metal que faz versões, embora seja também letrista e tenha as suas próprias canções. Fiquei a saber esta informação, porque fui procurar no Google. E o YouTube continuou a passar canções para mim, conhecedor que é das minha preferências. Só isso explica dar-me a versão dark - lindíssima!! - da Sonata ao Luar...
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