Rest in Peace

Friday, March 15, 2024

Sábado 00:40


Comecei a manhã com mais um vídeo do pdf: náusea! Poque é que eu assisto? As razões estão entre o ver para crer e o fascínio pelo abismo. Ou melhor, porque eu gosto de abismos, aquilo que leva muitas pessoas a observar acidentes. Isso eu não faço, a menos que a minha ajuda seja necessária. Já aconteceu. Estava no Algarve. Tinha ido com o Basílio e um amigo dele algures beber uma amêndoa amarga - doce! - e regressávamos para casa de noite. Nisto, numa curva, estava um carro virado e três pessoas deitadas na estrada. Uma movia-se como uma cobra: rastejava. Um, de pé, sangue na cara, fez muitos gestos  na nossa direcção, a pedir ajuda. E o que ia a guiar, o amigo do Basílio, disse, nem pensar em parar, pode ser uma armadilha. Eu, muito enjoada da amêndoa doce e da condução da criatura, e talvez até um pouco "alegre", desatei aos berros - as mulheres são histéricas, diria o pdf - para pararmos ou que me abrisse a porta que eu ficava sozinha com eles. Tal foi o escarcéu, que voltámos para trás e parámos. O da condução manteve-se longe, mas o Basílio acompanhou-me até eles. Não era uma armadilha.  Era mesmo um acidente. Eu fui agarrar na mão dos que estavam no chão, para os sossegar. O Basílio - meu queridíssimo Basílio, que saudade!!, que homem bom! - disse ao que estava de pé, a sangrar, que procuraríamos uma cabine telefónica e chamaríamos uma ambulância. Foi o que fizemos.
Voltando ao meu dia. O trabalho arrastou-se. Não houve incidentes, mas as horas custaram a passar. Quando finalmente me vi na rua, no dia húmido e nublado, morta de cansaço e de... preocupação e de vontade de ir para casa, tive ainda que ir a um novo ponto de entrega dos CTT, levantar a minha encomenda de livros da Wook:

- Tubarão 2000, António Vitorino D'Almeida (a minha outra cópia desapareceu e eu preciso de ler excertos deste livro, regularmente, para sobreviver)
- Os Devoradores de Livros, A V D'Almeida
- Vemo-nos em Agosto, Gabriel García Márquez (o romance póstumo do meu queridíssimo GGM)

Chegada a casa, e feitos alguns deveres domésticos maçadores, sentei-me em frente ao computador à procura de amparo. Ouvi milhentas versões da canção Wicked Game. A toxicidade do dia começou logo a desvanecer. E, depois, deparo-me com Dan Vasc, um cantor de heavy metal que faz versões, embora seja também letrista e tenha as suas próprias canções. Fiquei a saber esta informação, porque fui procurar no Google. E o YouTube continuou a passar canções para mim, conhecedor que é das minha preferências. Só isso explica dar-me a versão dark - lindíssima!! - da Sonata ao Luar...   

Wednesday, March 13, 2024

Contributos para a nova Constituição da República!

 


Não podia estar mais de acordo!

 Depois da visualização de vários vídeos do pdf - prof. dr. coiso - sinto-me  autorizada para dizer às mulheres qual é o seu lugar no mundo. Ele, aliás, muito sapiente, sugere que se faça uma revisão da constituição da república, retirando dela todo o lixo socialista, para torná-la verdadeiramente útil e aplicável à realidade. Por exemplo, diz o sábio, na nova constituição deve ficar preto no branco, que o «lugar da mulher é em casa». Ah! E também deve conter um artigo proibindo expressamente  as casas de banho mistas. O pdf é um génio! Para que conste, concordo inteiramente com o letrado vulto. Mais: na constituição, deveria haver apenas estes dois artigos, que levariam a um salto civilizacional sem precedentes. Ponham o insigne erudito a governar - e ele quer, ó se quer - e num ápice sairemos da cauda da Europa para nos refastelarmos no seu cocuruto. 

Hoje mesmo, este farol de sabedoria, após ter sido desrespeitado por uma «rafeira gorda», como ele diz com piada e propriedade, claro, mostrou o comprovativo das suas competências em matéria de qualquer coisa que agora não consigo precisar. E eu acrescentaria, em sua defesa,  o seguinte, que deveria constar também da nova constituição:


Como ousam as mulheres, especialmente as rafeiras e - imaginem - gordas, dirigir-se à vultuosa eminência em tom de crítica? Pois não sabem que devem manter-se caladas? Quiçá lhes falte leitura. Quiçá lhes falte conhecimento. Já nos idos do ano 67 DC, o apóstolo S. Paulo dizia, e bem: «Que as mulheres estejam caladas nas igrejas, pois não lhes é permitido falar. Se quiserem ser instruídas em algum ponto, interroguem em casa os seus maridos.» Mas quê, se os maridos das rafeiras, como o douto filósofo frisou, são barrigudos e não têm cursos! E, se tiverem cursos, são só licenciaturas, e ainda por cima tiradas em universidades privadas. Bem se queixa a ilustrada figura de que em Portugal é só burros e pobrezinhos. E ele não gosta nada de pobrezinhos! Nem um pouco! Ele gosta é de figuras como Trump, Bolsonaro e outros dois de que agora não me lembro. Se não estou em erro, compara-se em termos de riqueza a Trump e em termos de intelecto a Bolsonaro... ou vice versa... ou talvez nem vice nem versa... Mas ele comparou-se assim nestes termos, disso estou certa, embora como mulher, claro, tenha as minhas fragilidades cognitivas. Aliás, como nem  sequer um  marido barrigudo tenho - lástima! -, é com o douto entendido que me tenho estado a instruir. Porém,  em doses diminutas. Para que quereria eu demasiada instrução? Há que não esquecer o seguinte: 
   


E fico por aqui. Termino, assim, com chave de ouro, ouro esse sob a forma de uma frase que deveria adornar também a nova Constituição!

https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/3241/4/Aula%202_Feminismos_Hist%c3%b3ria%20e%20Conceito%20de%20Genero.pdf, em 12 de Março de 2024
  

Friday, March 08, 2024

A Vingança Serve-se Quente



Carrie... uma das minhas personagens favoritas. O filme da década de 1970 é o melhor. Sissy Spacek, para mim, será sempre a personagem do livro de Stephen King, que li com uns 15 ou 16 anos e que nunca esqueci. 
O filme de 2013 tem uma actriz sem carisma, não convincente. Não consegui sequer vê-lo. Mas recentemente deparei-me com uma versão de 2002. Pareceu-me bastante boa, pese embora terem divergido do romance no final: não se faz. Angela Bettis, porém, foi suficientemente misteriosa e carismática como personagem principal. Gostei.
Como eu gostava de ser a Carrie!!! Se me dessem a escolher entre as melhores coisas do mundo, tudo o que se possa imaginar em termos de riqueza, saúde, prestígio, tudo, ou ser a Carrie, eu não hesitaria. Eu queria ser a Carrie! Nem que fosse por um dia apenas, e depois desaparecer. Não me ocorre nada, mas nada mesmo, que se compare a ser a Carrie. Porque não há nada de mais desejável e excitante e maravilhoso...


                       













Friday, March 01, 2024

Sonhos que sonhei... onde estão?

 

A minha maquinaria orgânica anda a precisar, urgentemente, de ser oleada, pois não só me obriga a passar a noite em interacção com acabrunhantes personagens do quotidiano fabril, como, esta noite, me pôs a fugir de um galináceo.

Eu estava refastelada num banco de jardim, em Faro, rodeada de escuríssimos arbustos e obscuras flores. Era noite. Nisto, oiço:

- Encontrei-te meu amor.

E fechei os olhos. Este ia ser um sonho de encantar, de romance, o meu tipo de romance favorito: aquele que não acontece. De repente, ainda envolta em suspirantes delíquios, senti uma picadela no ombro. Uma senhora picadela, diga-se, de tal modo que me permiti deslizar para a realidade do meu quarto e averiguar o caso. Seria algum companheiro de cama que me agredira? Talvez uma das seis almofadas. Mas elas são tão fofinhas! Ou o equipamento informático (e não só) armazenado debaixo da almofada (inteligente!) do lado esquerdo: o tablet, o Kindle, o telemóvel, o comando da televisão, o comando da box, o comando do ventilador, o pacote de lenços, a caixa de rebuçados para o catarro, a caixa de Strepsils e, triste é dizê-lo, o mata-moscas. Seria possível uma tal agressão por parte de um destes amiguinhos nocturnos? Abri os olhos. Felizmente, continuava no jardim de Faro, mas tinha um bico junto ao meu nariz e dois olhinhos muito redondos a olharem para mim. Era um galo! Levantei-me, fazendo uma prece com os dedos em cruz  e tentando, até, fazer a dança da chuva, junto a um canteiro. Mas o galo continuava ali, com as asas muito abertas e espanejantes. Mais: vinha, pata ante pata, de bico em riste, na minha direcção. Pior: ouviu-se, algures da figura da ave:

- Sou eu, amor.

- Quem? – Respondi. – Como se atreve?

E ele, teimoso, avança, esvoaçante e penugento, directo a mim. Foi quando decidi pôr-me em fuga, espavorida, pelas ruas da cidade.

As portas das casas reluziam, fechadas. Das janelas, espreitavam as cortinas, em desalinho de curiosidade. As ruas iam ficando mais estreitas e mais vazias. Éramos apenas eu, em correria, o galo, em esforço cacarejante, e os postes de luz, altos e hirtos, espalhando uma luz miúda.

Estava a ser muito cansativa aquela correria infernal. O bicho não se cansava. Mas, nisto, não só deixei de lhe ouvir o estampido das unhacas no empedrado das ruas, como vislumbrei o jardim onde estivera, há não muito, tão sossegada. Rumei para lá, a arfar. Sentei-me num banco e ouvi:

- Estou aqui, meu bem.

O galo? Olhei. Não. Era um homem, muito bem vestido, um pouco démodé, com um chapéu de feltro na cabeça, da qual se elevava uma frondosa pena.

- Hein? – disse eu.

- Hoje é dia de amá-la.

- A mim?

- Claro, meu benzinho fofo. Hoje é dia 29 de Fevereiro.

- Ah! Desculpe. Estou cansada. Fui atacada e perseguida por um galo. Doem-me os pés de tanto correr… Foi horríiiiiveele!

- Um galo? Olhe que não. O meu benzinho está aí desde que cheguei. Muito estranha. Eu chee..

- Não viu um galo? Uma ave imensa cheia de penas??

- Não, benzinho. A coisa mais parecida com uma ave, diga-se, sou eu, que me engalanei com uma pena para a homenagear.

- Pena de galo?

- De pavão. Pavão!

- Então está a dizer que eu sou mentirosa, que não aconteceu nada?

- Aconteceu sim, a fofa, assim que eu cheguei, ficou muito inquieta. Disse umas palavras misteriosas e depois foi para o canteiro aos pulos…

- Desculpe? Euuuu? Aos pulos?

- Sim. Era uma espécie de co… coreografia. Destruiu as plantas todas e arrancou os goivos pela raiz. Olhe!

- E não fez nada? SE eu fiz isso, por que razão não me agarrou?

- Por causa da poeira, amorzinho fofo. Veja como está cheia da terra.

De facto, havia sobre mim um imenso véu de terra e até algumas ervas. Não podia ser! Expliquei então que tinha sido a correria pela cidade, com as estradas cheias de buracos e com a criatura penugenta a levantar imensa poeira com as patas. E perguntei ao homem démodé, engalanado, se já tinha visto as unhas dum galo.

- Que pergunta, gatinha fofa. Venha aqui para a espanejar.

- Deixe-me. Não me espaneje! Vou embora.

- Fofa! Fofa, estamos a ter a nossa primeira discussão. Deixe-me estreitá-la em meus braços…

E arregalou os olhos, muito contente.

Abraçamo-nos. E, do jardim de Faro, fomos transportados para uma bela casa. Era um sítio antigo, de tectos altos, amplo, com uma sugestão de reposteiros de veludo grená e mobília escura e elegante. A roupa começou a sair do nosso corpo, espalhando-se pelo chão, que brilhava sob a luz de um candeeiro de cristal. Felizmente não ficámos nus, o que seria muito impróprio e indiscreto. Em vez disso, à medida que a roupa saía, íamos ficando cobertos de uma penugem longa e macia, que ondulava. E foi nestes preparos que iniciámos uma sessão de beijos, com os lábios unidos em ventosa, que terminou aos rebolões no chão.  Entre beijos e cabeçadas nas paredes e mobiliário, sempre de rojo, com evidente benefício para o enceramento do parquet, corremos toda a casa descendo, até, compridas escadarias. Por vezes, parávamos, ofegantes, um pouco lilases até, já a arroxear, enchíamos os pulmões e, antes de continuarmos o deslizamento beijoqueiro e cabeceante, olhos nos olhos, eu dizia-lhe:

- Ai, querido. Que cabeçada!!

E ele, enlevado e esfuziante de paixão incontida, retorquia:

- Cabeçada? Eu não tenho cabeça! O meu bem fez-ma perder.

Mas tinha eu, e dorida. A testa, um verdadeiro catálogo dos abundantes galos que iriam despontar.

Aos primeiros minutos do dia 1 de Março, o meu homem elegante e démodé desapareceu. Foi-se. Eu fiquei só e pensei: o meu primeiro sonho de amor. E foi tão lindo!

https://br.pinterest.com/pin/216665432057912001/?nic_v2=1a2JU1DAN, em 27 de Setembro, 2020

NOTA: O ÚLTIMO TEXTO DEIXOU-ME TÃO ESQUISITA, QUE TIV NECESSIDADE DE TERMINAR O DIA COM ESTA HISTÓRIA DE AMOR....

O Professor Doutor Extremamente Desagradável

 



Hoje, dia em que estou particularmente melancólica, a remoer teses em torno de dualidades: centro e periferia, essencial e acessório, palco e bastidores, luz e sombra, verdade e faz de conta, ontem e hoje, etc., estala uma polémica na Internet. Uma de muitas, claro. Um momento: acabo de ouvir a frase «o homem envelhece e a mulher apodrece». Excelente! O professor doutor não deixa os seus doutoramentos por mãos alheias. Mais: «a essência da mulher é a beleza.» E, também, a mulher não tem a estatura intelectual do homem. E por aí fora. 

O senhor prof. dr. declara que não é homofóbico, racista, xenófobo e misógino. Confirmo. Estive a ouvi-lo e, de facto, não é. Aquilo que ele diz, não é ele que o diz, é a filosofia. Desde a filosofia grega até aos dias de hoje. Conclui-se, pois, que tudo o que se possa dizer sobre a óbvia inferioridade das mulheres, e dos negros, e dos/das monta neles e monta nelas e, ainda, dos estrangeiros sem qualidades são meros factos. Uma jóia, este senhor. 

Entretanto, chegada a casa, e tomados os medicamentos para poder ver e escrever, leio um comentário à douta pessoa e o meu dia, apesar de tudo, começa a findar bem (mais ou menos). Cito:

«Enquanto homem peço imensas desculpas e curvo-me perante todas as mulheres! A evolução natural da espécie masculina apresenta também anomalias evidentes - é o caso. E citemos Torga que parece que escreveu para esta criatura[o prof.dr.*]: "A intimidade desta vida de aldeia é um espectáculo ao mesmo tempo repugnante e maravilhoso. Estrume da cabeça aos pés. Entre o porco e o dono não há destrinça. Mas, ao cabo, esta animalidade toda, de tão natural, acaba por ser pura e limpa como a bosta de boi."!»

* O parêntesis recto é meu.

Fico sempre tão sensibilizada quando um homem - certamente bem abonado, ao contrário do dr. - se indigna, porque as mulheres foram enxovalhadas até à medula, por uma "bosta de boi"...

Muito obrigada, Miguel! Nunca uma citação da obra de Torga foi tão oportuna.

Imagem: https://www.studistorici.com/2018/09/29/guccione_numero_35/, consultado em 1 de Março, 2024

Saturday, February 17, 2024

É a vida...



E morreram felizes para sempre!

Friday, January 26, 2024

Radioactividade...

 



Acabou a semana. É tempo de ficar sozinha e focar-me só naquilo que me interessa. O telemóvel calado e longe da minha vista e o email também. Este novo ano começou tóxico. Aliás, o ano anterior findou batendo, igualmente, níveis perturbadores de toxicidade. Esta boa gente, com a qual tenho a desdita de me misturar, gosta de chafurdar no berraria e na imundície, quais leitões. Mal abrem a boca, autênticos  canos de esgoto a céu aberto, tem que se levar a mão ao nariz! 
Não faltava a toxina descapotável, entra em cena a toxina com dentes. Dentes à mostra, entenda-se. A criatura, para além de tóxica, ou melhor, como é tóxica, usa da falsidade, da má criação e da hipocrisia. 
Em boa verdade, ela sempre foi dada a guincharias várias. Uma toxina guinchante, mas risonha. Como é dúplice, por um lado guincha e por outro ri, não vá aparecer alguém a quem não seja recomendável guinchar.  Toxina de duas caras... ou mais! Aliás, acrobata que é, consegue guinchar e rir ao mesmo tempo. Como aquelas pessoas que entram em casa de costas, às seis da manhã, para, caso sejam surpreendidas, fingirem que estão a sair. Depois, tem-se na conta de grande perfeccionista,  grande trabalhadora, incansável e, claro, incompreendida, posto que tanta competência mereceria destaque e elogio contínuo de todos em seu redor.  Dito de outro modo: todos deveríamos ajoelhar perante a toxina e agradecer-lhe, de mãos postas, a graça de a ter entre nós. Porém, a competência já teve melhores dias - bem melhores!!! - e as atitudes desabridas desmotivam até o mais resiliente. Não há resiliência que aguente o frasquinho de veneno com pernas! 
Para dizer a verdade, a criatura deveria exibir uma caveira e dois ossos cruzados na testa, para que todos pudessem fugir-lhe a sete pés e não serem contaminados.  Mas é proibido!? Só podemos saber o que lá vai dentro, quando a pascácia abre a boca... Enfim! Não há nada a fazer. O operariado está condenado a aguentar com estas bestas, e outras, e cara alegre. Pessoalmente, aguentarei - se calhar - mas com cara de poucos amigos. E com muito cuidado também, porque as toxinas insalubres são muito ciosas do seu bom nome. (Pausa para me rir um bocadinho.) Agora que já me ri, será hora de fechar o computador e ligar o meu tablete. É hora de alguém me contar uma história para eu dormir. 


https://midlibrary.io/styles/zdzislaw-beksinski, consultado em 26 de janeiro, 2024

Sunday, January 21, 2024

The Parking Stranger

 


Muito bom! Um homem solitário e psicopata planeia a forma de passar o Natal com a mulher que observa há muito...