Sunday, September 29, 2019

Memórias


O Discurso dos Impotentes - introdução



«Nota: MAS O PROCESSO EM SI, TUDO AQUILO QUE DEPENDEU DE MIM APENAS FOI A MELHOR COISA DA MINHA VIDA»



«Nota: PARECE SER DIFÍCIL, DIRIA MESMO INSUPERÁVEL»

1. A análise desta pequena mensagem de escárnio e maldizer  - e inveja, e ressabiamento, e maldade pura, e tudo o que há de mesquinho e desprezível - será feita proximamente e de forma a fazer jus a quem é Doutora de papel passado.

2. Veja-se, na mensagem enviada por mim em 2016, o que é dito acerca do meu doutoramento:  COISA MELHOR DA MINHA VIDA!!

3. Veja-se, na mensagem enviada em 2019, pelo meu grande amigo de outros tempos, o que é dito sobre o meu doutoramento: DIFÍCIL DIRIA MESMO INSUPERÁVEL!!

4. Que má memória - passaram uns anos, não foi? E o amigo esqueceu-se das minhas palavras! 

5. Que falta de poder interpretativo! Onde é que o meu grande amigo me viu em dificuldades em realizar o meu doutoramento? Quem tem dificuldades, NÃO FAZ DOUTORAMENTOS!

6. Que falta de lógica! Se a minha amiga fez doutoramento, isso quer dizer que fazer um doutoramento é fácil. Porque a minha amiga é BURRA e fê-lo. 

continua...

Sunday, September 15, 2019

Roberto Leal



Um abraço muito grande, Roberto Leal. Afinal, eras muito mais que um cantor. Tinhas sentido de humor, eras capaz de brincar contigo próprio e foste exímio no papel que representaste neste programa. Vi-o todo nas muitas noites de insónia e depressão e sentimento de abandono. E ri-me muito contigo. O Bruno Nogueira é muito bom. Não o apreciava muito, como a ti, mas passei a apreciar. A gostar.
Para não falar no Português do Brasil, nem no nosso, vou usar uma expressão do português de Angola, aprendida num romance de cujo título não me lembro: viraste noite, Roberto. Que pena. Eras uma pessoa amável. E há tão poucas pessoas assim. Descansa. A noite é para descansar.

Tuesday, September 10, 2019

EVIDÊNCIAS



Ficam registadas as "evidências".

BURNOUT



O que vou deitar ao lixo. O meu dinheiro. O meu tempo livre. As minhas fotocópias. O meu cansaço. Tudo para o lixo. Tudo. Menos a pessoa irresponsável, torpe, sem chá, sem vergonha na cara, sem respeito por ninguém. Porquê? Porque é tudo aquilo que atrás referi e ainda fútil, tola, sem remédio! Eu poderia dar-lhe o desconto que se dá às crianças, aos bêbados, aos tontos, aos ignorantes, aos sem noção, etc. Mas hoje não lhe dou desconto nenhum. Hoje vou estar muito ocupada a transportar para o lixo o meu esforço inútil de muitos meses.

Ah! Falta ainda um trabalho - incompleto - de 10 páginas, que está no meu computador. E está incompleto, porque eu sabia - eu sei! Os meus estudo de Literatura já me puseram em contacto com personagens sórdidas, nojentas, ignóbeis, deste jaez.  - eu sabia, estava eu a dizer, que a fulana tinha uma última na manga para me "surpreender". Não me surpreendeu! Mas o ar "matter of fact" com que a fulaninha descobriu a roda, confesso que me surpreendeu. Não tenho que mentir a mim mesma. Aquilo que no ano passado - e não só - era de todo impossível, deixou de ser. Que lata! Que mentirosa, logo ela que por tudo e por nada diz: eu não minto. Pouco!

Saturday, September 07, 2019

Eduardo Beauté


Surpreendeu-me a notícia da morte de Eduardo Beauté. E aquilo que eu própria senti. Foi como se o conhecesse. E não conhecia. Mas sabia do turbilhão que foi a sua vida desde que se separou do marido: a depressão, a mudança de imagem, a perda do seu salão de cabeleireiro, a publicação do livro de memórias, etc.. A depressão! 
O Público e o Observador, dos quais sou assinante, dão conta da sua morte e dizem desconhecer-se, ainda, a causa. Permito-me especular.

«A depressão é a imperfeição do amor. Para sermos criaturas que amamos, temos de ser criaturas capazes de desesperar com o que perdemos, e a depressão é o mecanismo do desespero. Quando surge, degrada o indivíduo e acaba por eclipsar a capacidade de dar ou receber afecto. É a solidão dentro de nós que se manifesta e que destrói não só as nossas ligações aos outros como a capacidade de estarmos em paz com nós próprios.»

Solomon, Andrew, O Demónio da Depressão - Um Atlas da Doença, Lisboa, Quetzal Editores, 2016, p. 15