Sunday, June 21, 2015

Ao serão


 
EU: Há que tempos que não nos falávamos!

OUTRO: Então, que contas? Espero que tenhas algo digno de interrompermos este longo – e apreciado – silêncio.

EU: Tenho, pois. Eu tenho sempre coisas para dizer, como sabes.

OUTRO: Vais falar d….

EU: De beijos…

OUTRO: … Mas pensava que andavas sombria e acabrunhada…

EU: Sim… mas vou falar de beijos de forma sombria e acabrunhante..

OUTRO: Ó/Oh os beijos, os beijos são como cerejas…

EU: Eu gosto mais de cerejas, embora não goste de cerejas… mas são um fruto bonito … é como os morangos…

OUTRO: Mas falemos de beijos…

EU: Vi no canal Q…

OUTRO: Quê?

EU: Sim. Um bacoco, um palerma falava de beijos como se fosse especialista, DOS GRANDES, na matéria…

OUTRO: E não era DOS GRANDES?

EU: Não!

OUTRO: Mas deu sugestões para bem beijar?

EU: Deu: não se deve ter bróculos agarrados aos dentes quando se beija…

OUTRO: Hein?

EU: Mas também não se deve escovar os dentes de forma a ter sangue gengival quando se beija.

OUTRO: argh!

EU: Disse que não se deve explorar a boca do parceiro a ponto de lhe arrancar a placa, caso ele a tenha.

OUTRO: !?

Eu: Disse ainda que o beijo envolve os lábios, a língua, os dentes e até um dedo…

OUTRO: Um dedo?

EU: Um dedo! Para meter na boca, para pressionar. Ele diz que é erótico.

OUTRO: Extraordinário!!

EU: E que não se deve pensar no IRS quando se beija…

OUTRO: Mas ele não disse nada de poética, por Deus… estamos a falar de beijos…

EU: Ele falou na bela dança das línguas. Achas poético?

OUTRO: Não, credo!

EU: Então não disse nada de poético.

OUTRO: E que mais disse o especialista?

EU: Que no dia anterior tinha comido lulas e no outro tinha comido rojões…

OUTRO: Mas… porquê??

EU: Para concluir que os dentes não servem só para trincar rojões!

OUTRO: Para que mais servem os dentes, então?

EU: Para mordiscar os lábios…

OUTRO: Ah!

Friday, June 05, 2015

What Kind Of Man - Lyrics - Florence The Machine





A sarna dos dias não me deixa tempo... Hoje vegeto e espero pelo carteiro, entre outras coisas. O dia ainda está longe da noite sempre boa e misericordiosa. Ligo a televisão... TVI, programa da manhã. Falou aquele pobre tonto, o messias das coisas vagas. O outro, o vulgarólogo tonitruante, fala e gosta de se ouvir. Diz ele: «para mim...» Cloaca! Para ele! Ele é uma pessoa que tem um bom ordenado. Não tem mais nada. No entretanto, eu, que tenho a sensibilidade de um tronco de azinheira, dou por mim a ser a pessoa mais sensível que conheço. Mas eu conheço pouca gente. Fe liz men te!

Jorge Jesus abandonou o Benfica... Até que enfim: uma tragédia mesmo. À séria. 

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