Monday, September 20, 2021

O pessimismo de Pondé...



  "Acreditar na educação é crer que com ela criamos novos seres humanos. Isso não acontece porque a maioria de nós professores, como todo mundo, ganha menos do que queria, é mais infeliz do que esperava, é mais sozinho do que sonhava, é muito menos importante do que imaginava. Esse não costuma ser um perfil indicado para "criar novos seres humanos" porque nele facilmente brota o rancor, o fracasso, a inveja e, por isso mesmo, a mentira."

Luiz Felipe Pondé

https://www.youtube.com/post/UgyN4UB1XyIlBtdjT3B4AaABCQ 

4 comments:

julio césar said...

Acreditar na educaçao é acreditar na evoluçao humana e ter a certeza de que sem ela nao haveria evoluçao, para o bem e para o mal. Uma muito pequena explicaçao é sempre ùtil, a gente agradece e è bom saber. Acho que Pondé confunde educaçao com ideologia. Enfim...

julio césar said...

Mais, quem quer que seja que và para educador sem vocaçao, quem vai à procura de prestigio e reconhecimento, està fora da verdade. Desde sempre, os verdadeiros educadores nunca foram reconhecidos nem pagos segundo o seu verdadeiro valor. Fizeram o seu papel que agora a gente reconhece. Obrigado Dona Olivia, minha querida Professora primària, obrigado aos meus Padres do seminàrio da Nossa Senhora da Conçeiçao, obrigado a todos os meus professoress do secundàrio e obrigado tambèm aos demais. Minha querida Dra, tenha muito cuidado e nao se deixe embalar. Gosto muito de si.

Adélia Rocha said...

Prestígio e reconhecimento?? Eu queria sim. Mas, para além da espuma dos dias, os professores nunca tiveram prestígio nem verdadeiro reconhecimento. Discordo das conclusões de Pondé, quando ele fala em rancor e inveja. Há, sim, muita frustração e sentimento de alguma revolta, de ser injustiçado. Já a palavra mentira merece-me alguma reflexão, na medida em que há muita "mentira", muito faz de conta" na educação. Agora, não acredito que a escola de hoje contribua para a evolução. Aliás, há indicadores que mostram que a escola deixou de ser um "elevador social". E quem está no terreno sabe que a escola reproduz sobretudo as desigualdades sociais. Não acredito nas profissões como um sacerdócio, como uma forma de abnegação. Mas também não como um negócio. Não sou negociante. Mas quero e defendo que haja condições. Já trabalhei em alturas em que se ganhava bem menos, mas havia bom ambiente entre os colegas: não estávamos sozinhos, nem éramos infelizes. Não competíamos, colaborávamos. Hoje, depois da mudança drástica de políticas educativas e mudança radical da estrutura da carreira, mudou quase tudo o que havia de compensador. Hoje, cada um de nós está sozinho e infeliz. Tem uma ou duas pessoas em quem confia, mas pensa: até quando? Haverá gente que se sinta tão motivado e vocacionado que goste daquilo que faz e siga em frente, sonhador, enfrentando tempestades? Não me incluo nesse grupo e nem o admiro. E concordo com Pondé quando ele chama a atenção para que não é expectável que pessoas "infelizes" contribuam para a formação de pessoas felizes e, atenção a felicidade dos alunos é um objectivo da escola hoje. Eu não me deixo embalar, eu não vou é contribuir para a ideia de que no matter what os professores vão fazer o pino e a espargata e levar a água ao moinho. Querem muito a troco de pouco? Descaramento!!Pessoalmente, cumpro o meu dever, faço o que tenho a fazer e esforço-me para manter a cara alegre. Nada mais. Dou muito mais do que aquilo que recebo, ainda assim, mas é puro cumprimento do dever, e respeito pelos alunos que não são responsáveis pelas políticas educativas. Mas nada mais.

julio césar said...

O seu corte de cabelo està fantàstico.