Monday, August 19, 2019

Sorry!



O Público traz, hoje, um artigo sobre como é difícil pedir desculpa.
 Ofender os outros é fácil. É um exercício de poder. Pedir desculpa, pelo contrário, é demonstrar fraqueza…
As minhas férias são frequentemente ensombradas por uma palavra, ou duas, de escárnio e maldizer. Este ano não foi diferente. Estou lentamente a recuperar das palavras de humilhação e insulto deste ano. Graças ao meu querido Nuno Markl, ao Lord, Rui Unas, e a outros queridos do YouTube. Ontem e hoje já consegui, até, não ficar o dia todo na cama…
Pessoalmente, não tenho muita dificuldade em desculpar-me. Também, verdade seja dita, não me exponho muito, não tenho amigos - vou-os espantando, espantalho que sou - e, na minha profissão, tento não ser injusta. Este ano, contudo, em que me aconteceu um pouco de tudo, até uma espécie de assédio - os outros alunos, todos adultos, é que me avisaram que a criatura vinha por trás de mim cheirar-me os cabelos… -, dado que tinha os nervos em franja, excedi-me na violência e tom de voz que usei para pôr na ordem um certo aluno. Nada que ele não merecesse! Mas tanto lhe estava a berrar até que ele se calasse - e calava-se! - como no final da aula lhe dava uma palmadinha nas costas e nos despedíamos a rir. E, no final do ano - fui a última a acabar as aulas, dia 30 de julho, das 14:00 às 17:00 -, tive a alegria de ter presentes nas aulas todos os alunos e de virem todos cumprimentar-me no momento da despedida. Quando o aluno irritante veio com cara sorridente e olhinhos de cão meigo em direcção a mim, disse-lhe: desculpe alguma coisinha, meu querido. E ficou tudo bem. Ele porque não tem muito mais gente que lhe dirija palavras de conforto - se é que tem alguma - e eu porque, como estava feliz por ver o reconhecimento dos meus alunos, foi com prazer que dei afecto. Retribuí.
 

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