Wednesday, September 13, 2017

Coisas da noite


Levanto-me diariamente ansiando pela hora de voltar para a minha caminha, para o meu quarto. Nos dias mais agrestes, entro em casa e vou de imediato para o quarto. Antes, claro, tenho de retirar da minha pessoa todo o lixo que se colou a mim durante a triste passagem pelo dia. Difícil é limpar as imagens dentro da cabeça, e a sensação desagradável que vagueia pelo meu corpo. O peito oprimido, a dificuldade de respirar.
Preparo um tabuleiro com alguma coisa boa, um chocolate quente, um chá, uma fatia de bolo, pão com manteiga. Por vezes, não raro, as coisas boas ficam ali, a enfeitar, dada a impossibilidade... enfim, a impossibilidade. Levo também um livro, o computador, o kindle, seja o que for, para esquecer, para me aturdir, para me entorpecer.
Hoje, foi um dia "sui generis", mas banal. Não faz sentido, eu sei. Tudo, porém, se tornou normal nos tempos que correm. Por outro lado, eu já tinha dito que a criatura tinha muita falta de chá. Mas, confesso, não imaginava que fosse possível uma coisa assim, apesar de tudo: a grandessíssima besta! Foram ultrapassados todos os limites do razoável. Da próxima vez, quem sabe, espera-nos um pau de vassoura  pela cabeça abaixo, ou mesmo um clássico de tempos idos: sermos cobertos de alcatrão e penas de galinha. Depois, veio Julieta e Julieta, enfim sós! Que par...
Como, no fundo, não houve novidade, posto que a telenovela mexicana decorreu como era suposto, dada a escassa qualidade das personagens e a falta de novidade do enredo, basta um leitinho e o computador para ver vídeos de gatinhos, gatinhos mesmo, entenda-se, de quatro patas, que é um hábito recente, que espero me passe depressa. É tudo.

No comments: