Tuesday, February 14, 2017

Desplantes de toda a ordem...


... como é hábito. O dia dos namorados iniciou-se, no Facebook, claro, onde estou com um "nom de plume" nada mau, com um bronco enviando-me imagens escabrosas! Eu, que sou decente, como se sabe, reagi desconectando-o e mandando-o para os quintos dos infernos. A imagem mostrava seres do sexo oposto nus: como é possível? Haverá alguém no seu juízo que faça isto? É assim que se apanham constipações e gripes, e mais não digo.
Estou há uns seis anos no "face", como dizem os entendidos na coisa, e nem uma alma se quis amigar comigo, e bem. Neste ano de 2017, porém, desabou sobre mim uma autêntica torrente de "amigos". Pior: anteriormente, uma ou duas almas, depois de se terem dado ao trabalho de me "enviarem um pedido de amizade", prontamente aceite, remetiam-se a uma amizade silenciosa que, como quem me conhece sabe, me deixava a transbordar de alegria. Nada melhor que um amigo que fica de bico calado, como é sabido. Esta caterva de amigos de 2017, pelo contrário, revelou-se de uma eloquência torrencial: a curtos intervalos e às dúzias, perguntam-me: how are you? E eu digo: I'm fine. E eles no dia seguinte continuam "how are you?". "Same as yesterday". Dia seguinte: "how are you?". E assim sucessivamente. Eu ponderava até fazer uma espécie de boletim meteorológico, dando conta do meu estado anímico por períodos de quinze dias: 2ª feira: not fine; 3ª feira: a bit finer, indeed; 4ª feira: finer, much finer; 5ª feira: almost fine, thank you; 6ª feira: very fine at midnight; Sab: never so fine in my life; Dom: terrible! e por aí fora. Eis quando um grunho, para homenagear São Valentim, se lembra de me dar uma lição sobre o que fazem as abelhas e outros animais, como ele. Lição: não aceitarei nem mais um amigo, e não mais responderei às centenas que entretanto me perseguem a golpes de "how are you". Que enfadonho!
Entretanto, na frente laboral, a besta-mor  bipolar e tonta tenta dar-me lições de português e corrigir-me todas as vezes que eu abro a boca. De boca aberta estavam também as restantes bestas perante o desplante da outra besta das grossas. Aliás, a besta muda, hoje, até abriu a boca e não foi para bocejar, como é seu hábito. Não, veio pôr ordem na pocilga, mandando o outro calar-se e ouvir-me. Ou seja, veio em minha defesa, coitadinha de mim, pobre vítima humilhada e desprotegida. E eu, muito agradecida, assim que tive condições, mais ou menos, para fazer o meu "trabalho" ensinativo, piei baixinho, claro, acerca de conectores interfrásicos: vejam só as coisas que eu sei. Enquanto eu assim pipilava, contudo, a besta carrancuda ia revirando os olhos e suspirando fundo, com a narigueta retorcida e a fronha feíssima. Pobrezinho, nunca ouviu tanta coisa tola na sua vidinha, inha, inha. É assim... 

1 comment:

Romi said...

Risos ...