Tuesday, August 12, 2014

Morrer


 
Morreu o padre espanhol que ajudava os doentes com o vírus ébola. Morreu uma freira também. O homicida que matou o "português suave" que viajou para Inglaterra à procura de trabalho - figura comovente, como disse o juiz - foi condenado! Morreu o casal polaco, nas arribas de Sintra, perante o olhar dos filhos... E morreu Robin Williams, o actor excelentíssimo, aos 63 anos de idade.

 Nesta voragem da morte, no entanto, e no meu pesar e desejo que todos descansem em paz, não consigo deixar de sentir uma tristeza particular pela figura do português, frágil, em Inglaterra. A chegada ao aeroporto, sem que alguém o esperasse, como prometera. O deambular por sítios onde não podia estar. O ser encaminhado para um abrigo, no qual, por sobrelotação, não pode passar a noite. Depois, os minutos de solidão, que a câmara filmou, enquanto decidia para onde ir, na noite fria de Londres. Depois, os bares?, o álcool e, finalmente, o encontro com aquele que o mataria sem piedade, porque sim, porque podia. Acrescenta o tribunal, que, à laia de troféu, o filmou e fotografou, em agonia. Fim de história, para o português em Londres.

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