Saturday, September 13, 2025

Iryna Zarutska

 


Aqui a um ou dois minutos de morrer. Já ferida de morte: esfaqueada pelo monstro atrás dela. Ninguém se levantou para a ajudar. O assassino saiu do comboio com a faca a pingar sangue. Ela, depois, tapou a cara com as mãos, apoiando-se nos joelhos. Não saberia o que lhe tinha acontecido. Foi tudo muito rápido. Depois foi caindo no banco, sempre encolhida, e dele caiu para o chão, a vida a fugir-lhe. Depois, durante uns segundos, não aconteceu nada, até que uma enorme quantidade de sangue, de repente, correu para a área de embarque de passageiros. Muito sangue. Veio-me à cabeça a imagem do filme Shining: a parede a cobrir-se de sangue.
Entretanto, chega um homem e uma mulher e outro homem, para ajudá-la. Pessoas que estavam longe do sítio onde ela estava. Os que estavam perto nada fizeram. Mas ela morreu. Foi num instante. Um dia de trabalho. A hora da saída. O chegar ao comboio. Sentar-se, colocar os auriculares e concentrar-se no telemóvel. Atrás dela, um homem tira uma faca, levanta-se e atinge-a três vezes no pescoço. Depois sai do comboio, a faca a escorrer sangue.  Na imagem, o momento em que ela olha para perceber o que estava a acontecer. Depois, mais nada: sozinha, numa carruagem de um país estrangeiro, perante a indiferença dos outros passageiros, foi caindo, mais e mais até morrer...  


 https://x.com/EndWokeness/status/1966897158763819084/photo/1, consultado em 12 de Setembro, 2025

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