Wednesday, February 04, 2009

Eu


Esta sou eu, no dia em que decidi não procurar mais novas "amizades"! É um facto, as pessoas não me fazem "companhia", falam em abstracto...aborrecem-me. Acabou! Fico com as minhas histórias e as minhas memórias!
Vasco Pulido Valente disse recentemente que preferia estar morto a continuar a aturar o país e as suas gentes.No século passado, Evelyn Waugh, por sua vez, ficou impávido e sereno perante a possibilidade de coisas como a bomba atómica porem em risco a sobrevivência da própria humanidade. Muito falavam os intelectuais na passagem do sec. 19 para o sec. 20 sobre a desumanização do mundo massificado. Curiosamente, falavam caro, para o indivíduo comum, ignaro, preocupado com a vidinha, não os compreender. Hoje, os tiques intelectualóides de carácter abstracto enjoam. Há os "cultos" (!) de telejornal e os "cultos" dos debates - excelentíssimos (sic., ou sick! arghh!)da TVE. Ninguém quer falar de si. É banal! Na viragem do sec. 20 para o sec. 21 começa a falar-se na inteligência emocional, na base biológica das emoções, na importância, portanto, das emoções. Pois bem, o Homem Comum, retrógado e intupido de uma espécie de horror àquilo que não é ideia, intelecto, continua avesso ao progresso, ao verdadeiro progresso do seu tempo, que vai no sentido não da "inteligência" toda poderosa, mas da inteligência emocional. São pessoas paradas na chamada Modernidade cultural, pomposa e avessa ao comum, pessoas que não se aperceberam que o paradigma racional entrou em falência e que vivemos não a Modernidade, mas a Pós-Modernidade. Este horror à vidinha, que O'Neill tanto desprezava, está fora de moda! Não é à toa que os portugueses não cultivam a biografia e menos ainda a autobiografia. Têm horror a si próprios! Aqui, há que fazer justiça a Maria Filomena Mónica, prestigiada investigadora (elitista) portuguesa, que não teve problema em escrever a sua biografia. Curiosamente, ou talvez não, houve quem tivesse ficado desgostoso com o facto dela não ter procedido a um enquadramento histórico mais rigoroso. Lá está! A Professora a escrever sobre ELA e a cáfila intelectualóide preocupada com os enquadramentos!! Prefiro, mil vezes, as mensagens tontas escritas em "linguagem sms" dos jovens, naquela altura em que ainda têm algo de humano para contar, do que as da maioria das pessoas da minha idade, no que têm de "pensamento" pretensamente profundo! Elas, aliás, também se horrorizam com a minha toleima quotidiana e prosa crua e sem enfeites. OK! So what?
Deixei este texto por publicar, devido a uma espécie de pudor, de medo de que fosse lido e pudesse ofender! Como se alguém viesse ler e como se eu não tivesse direito a dizer o que sinto, aqui no meu blogue, no meu diário virtual! Acaso as minhas palavas não são contestadas, cara a cara, com violência? Acaso alguém se importa comigo, e com as prováveis ofensas que me possa dirigir? Quem aqui lê o que escrevo é porque, de algum modo, tem curiosidade acerca de mim. Nem que seja para irritar, faço falta a quem vem ler o que aqui escrevo. Pois bem, lerá a realidade sem politicamente correcto! Por falar, detesto o politicamente correcto, o faz de conta, as palavrinhas mansas. Não sou pela deselegância ou falta de respeito, de todo! Sou pela verdade, pelo menos, o mais possível! Quando o X me disse: «Estou a falar-te do essencial, e tu perguntas-me como estou?» Do essencial? O que é o essencial, segundo este visionário? A importância das relações sexuais na saúde física e mental do ser humano!!! Ah, e quantas vezes já me falou destas essencialidades?? Desde que nos conhecemos e já lá vão muitos anos. O problema é que as outras pessoas que tenho conhecido também só querem falar "do essencial"! IRRA! QUE TÉDIO!

2 comments:

Malaquias said...

Estou contigo minha querida...

julio césar said...

Estou contigo Malaquias e consequentemente estou com a D