Estava na hora de passar o pente eléctrico no cabelo, quando fiquei sem luz. Menos mal que, após a aplicação de inúmeros produtos no meu cabelo - olaplex 3, Kérastase ultime elixir bain, Redken água lamelar acidic bond concentrate, Lola danos vorazes e Kérastase serum de noite -, o dito estava mais ou menos composto. Fui então ver se havia luz na escada e, não havendo, concluí que era geral. Continuei, pois, com a preparação matinal para me dirigir, de tarde, para o malfadado trabalho. Mas tinha que telefonar à minha mãe e quase não consegui, aquilo não dava sinal de vida. Por fim, sou atendida e vi logo que algo se passava. Diz-me a minha mãe: aqui não há luz. E eu: aqui também não. A minha mãe ficou logo alarmadíssima. Nisto deparo-me com um drama, uma tragédia e uma comédia: como é que eu aqueço a comida?? Numa frigideira, claro. Assim fiz, entristecida. Toca o telefone. Era um colega meu e eu disse-lhe: diz, que eu estou sem luz e tenho a bateria a 31%. E ele: não tens tu nem tem ninguém. Não há luz em França, em Espanha e em Portugal. Eu: foi o Trump? Ele: foi o Putin. E rimos de forma alarve. Disse-lhe então que estava de partida para o cárcere. Ele: fazer o quê? Não há luz. Eu: pois, mas eu vou na mesma, vou ver como é que é, para contar como é que foi. Ele: se houver, diz-me, que eu entro às 15:30. OK.
Dirijo-me então para o referido local e fiquei surpreendida quando me abriram a porta com toda a normalidade. Aquilo tem gerador. Dirigi-me então à rua, dar a triste notícia ao meu colega: há aulas!!
Hora de sair. E as teorias eram mais que muitas: vamos estar sem luz umas 72 horas ou mesmo uma semana. Ai o meu frigorífico... pensei. De resto, havia que afocinhar nas profundezas da minha casa, à procura do meu rádio de pilhas. E o meu YouTube??? Os meus amiguinhos, o meu João Miguel (meu amor mais lindo, que já sabe andar), ooohhhh! Só terei os meus livros como companhia, porque luz não me falta. E surge um outro drama: é dia de o Continente me trazer as compras. Mas como, sem elevador? Pelas escadas, claro. Dois mocinhos muito novos trouxeram as minhas compras até ao quarto andar, cansados, mas bem dispostos. Como é raro, dei-lhes qualquer coisinha para beberem uma Frize. E segue-se outro drama: tive de cozinhar logo a carne, para a conservar e ao frigorífico. Deixei apurar tudo muito bem, para que se aguentasse durante as 72 horas sem ir ao frio.
Posto isto, sentei-me a ler com um candeeiro para livros e nisto telefona a minha mãe. Estava feliz: já veio a luz. Eram 22:30. Na Covilhã ainda não. Mas, entretanto, já tinha carregado o meu telemóvel com o meu Powerbank branco, e tinha ligado o meu hotspot, dando-me, até, ao luxo de ir à Internet por uns instantes. Preparava-me para ir para a cama, quando a luz chegou: coisa mais linda! Ainda por cima, a minha luz preferida é a luz eléctrica...