Wednesday, August 15, 2018

É para mim!



Hoje fui às compras. Já não tinha pão em casa. Levantei-me eram quase duas horas da tarde. Cedo, portanto. Devo ter dormido apenas a partir das oito horas. Parece que as pessoas que dormem menos morrem mais cedo: que bom! Perto das quatro da tarde, ainda à mesa do pequeno almoço, aliás pequeníssimo, porque não tinha pão, abri o meu email, para estabelecer comunicação - a possível, claro. A Redoute, a Notino, o Público, a Amazon, a Booking.com, a Wook, etc. são amantíssimas e todos os dias me comunicam que têm produtos excelentes para me esmifrarem o ordenado: não poderia viver sem estas queridas.

Entretanto, já passava das cinco, estava eu a preparar-me psicologicamente para ir à rua, quando a minha mãe telefona. Estava tão bem dispostinha! Que tinha ido à Senhora do Almortão, que tinha posto duas mãozinhas de cera à Nossa Senhora, para eu melhorar - obrigada mãezinha, se estivesses sempre assim, eras a melhor mãe do mundo. Aquilo caiu-me bem. Depois coscuvilhámos um bocadinho, eu disse que não tinha sequer pão, a minha mãe disse que hoje era feriado, eu disse, oh valha-me Deus, estão as lojas fechadas, a minha mãe que estava um bolinho de creme, disse que se fosse preciso vinha de táxi à Covilhã trazer-me pão, eu disse, não mãezinha, eu vou ao Continente. Disse-lhe depois que tinha um montão de roupa de inverno lavada, mas necessitada de dobrar e arrumar e ela de imediato se prontificou para vir fazer esse serviço. Eu respondi, traga também um escadote, mãezinha, para chegar ao cimo do monte da roupa, etc. Grande risota e o telefone foi desligado.
Vesti-me, a escuridão já fazia todos os lobos parecerem pardos, e encaminhei-me para o comércio a retalho. Grande barulheira - trep trep trep - das rodas do meu elegante carro de compras. Lá chegada, espantou-me o movimento existente. Depois lembrei-me que costumo ir às compras já perto das onze da noite e que é feriado: as famílias passeiam-se.
Já não havia pão, a não ser um pão escuro muito amargo e outro que era necessário partir - maçada! -, pelo que, à falta de pão, comprei croissants. Comprei também pão pitta/pita, com validade até novembro. Também trouxe sumos, bifes - comprados no talho, à medida -, queijo Limiano, fiambre fatias superfinas, sumo de laranja maçã, smothie de framboesa, mousse de caramelo - para obviar as carências afectivas -, marmelada em triângulos, mel e mais nada, que me lembre.
Depois vim para casa, comi quase metade daquilo que tinha comprado e sentei-me a ler o meu policial, em que a vítima é submetida, juntamente com os porcos, a todo o processo que vai desde a sedação, que antecede a morte, à colocação nas respectivas câmaras frigoríficas das diferentes partes: vísceras, lombo - ah, também comprei lombinhos de porco -, pá, cabeça, perna, etc.  Neste momento, o comissário, dentro da câmara frigorífica, muito agasalhado, ficou mesmerizado a olhar a vulva.
Agora vim escrever e de seguida vou deitar-me.
Nota: hoje, ao contrário dos outros dias, fiz exercício físico.

Imagem Google

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