Tuesday, December 31, 2019

2019



Never Mind!

PS: falta um bocadinho para acabarem as festas...

Thursday, December 26, 2019

Siiiiiiiiiiiim?


- Sou eu...
- Ah, fulano de tal...
- Conheceste-me logo!

Não foi difícil, mas ele reage como se tivesse sido algo absolutamente extraordinário. Bem, já há muito que não falávamos. Aliás, que ele não falava e eu ouvia.
Pude perceber que a curiosidade dele acerca de mim é zero. Depois da terceira frase que ele ignorou e ficou a meio, desisti. Ainda disse uma frase, no entanto, em voz tão alta que ele não teve outro remédio senão ouvir. Todo o prédio deve ter ouvido, aliás. E, como habitualmente, ele falou e falou. Política, política, algoritmo de não sei quê, creio que sobre a felicidade, ou coisa do género, educação, ensino, política educativas - foi aqui que eu berrei a frase de grande efeito, com o intuito de o tirar do delírio teórico-abstrato do costume -, poemas escritos, súbita veia poética sobre o tema do universo ou da energia do universo ou coisa que o valha. E também muito name-dropping e, acrescento, book-dropping. Einstein para aqui e o não sei das quantas para ali. Sobre nós, só as doenças. Vá lá, não se falou do tempo. E, a propósito de doenças, como não poderia deixar de ser, alertou-me para todos os perigos da medicação que ando a tomar. E perguntou também se os médicos me alertaram… Enfim!  Como se eu precisasse que me fizessem um desenho! Como se eu não soubesse ou não tivesse capacidade para me informar acerca de qualquer tema, mas qualquer tema mesmo. Nada de novo. Continua a achar-me uma idiota e a dizer-me condescendentemente que eu sou uma pessoa muito inteligente.
Faça eu o que fizer, estude eu o que estudar, nada tem retorno. Nada me é reconhecido. Passo pela vida das pessoas, e elas não vêem nem quem eu sou, nem o que eu faço a pensar nelas. Sou invisível. Não sou inócua, porém. Aborreço o meu semelhante com extrema facilidade...
Voltando ao telefonema. O meu bom amigo - que até é, verdadeiramente amigo, afinal foi com ele que contei em momentos maus da minha vida …, nos bons momentos é fácil ser bom moço... - ainda me deu alguns conselhos. Ele acha que eu ando à procura da felicidade. Meteu-se-lhe isto na cabeça! Não ando! Eu só quero que não me aborreçam. Não acredito em felicidade! Mas, como ele não tem pachorra para me ouvir, tira conclusões precipitadas e estapafúrdias. E, como se acha cheio de recursos de etiologias várias, exortou-me a fazer duas coisas: uma para me tratar dos problemas da alma e a outra para os problemas do corpo. A saber: ler o livro X sobre felicidade e ingerir diariamente 3g de salsa!
3 gramas de salsa. Para o que uma pessoa está guardada.

PS: a minha felicidade, digamos, está muito dependente dos presentes que passei a oferecer-me mensalmente. Ele criticou o liberalismo o capitalismo e o consumismo. Está bem abelha. Fosse eu capitalista e o meu consumismo seria bem mais liberal.

Wednesday, December 25, 2019

Pai Natal



Obrigada!

IMPOSSSSIBLE!



Não tenho nada para barrar na cara! Help!!

Sunday, December 22, 2019

Domínio Público, Paulo Castilho


Já não me lembrava deste livro. Recordo, agora, no entanto, que, depois de algum tédio inicial, dei boas gargalhadas quando menos esperava. Na altura, era obrigatório lê-lo. Felizmente. Digo isto porque, caso contrário, teria perdido bons momentos daqueles que só os livros nos podem proporcionar.
Vou ter de arranjar mais um projecto à séria, com pagamento de propinas e tudo, para ser obrigada a ler. Quantas coisas boas ficam por viver, pelo simples facto de nos entediarmos com um livro… ou com uma pessoa… ou com outra coisa qualquer.
Por exemplo, as pessoas que não me apreciam privam-se dos bons momentos que eu lhes poderia proporcionar. É verdade! Por muito que dê vontade de rir. Eu sou uma excelente companhia. Mais, como só tolero os outros a curtos intervalos, nem chego a maçar ninguém. Não faço visitas. E as que faço são curtas. Não me posso fazer convidada para almoços e jantares, posto que sou deficiente otorrínica. Isto é, não dou despesa. Para além disso, sou generosa e divertida - a sério -, em doses homeopáticas, o que faz com que as pessoas me "comam" e chorem por mais. Não falo em comer no sentido bíblico, obviamente. Nesse departamento deixo a desejar. Aliás, não quero nada com esse departamento. Mas, claro, como dizia Eça de Queirós, este país, e as suas gentes, acrescento, gostam de esfomear o génio. Por isso mesmo, génio que sou - é verdade -, ando com alguma fomeca. E acabo por aqui este aparte.
Volto ao livro. Que bom que é fazer notas. Assim, sei sempre como não me perder nas 402 páginas  deste romance.
Curioso, assinalei algumas frases como interessantes, e agora não lhes acho interesse nenhum! E também não me apetece rir das frases engraçadas!
Ah, espera. Está aqui uma frase que me diz alguma coisa:

«Ficaram a sorrir uma para a outra e a medir o quanto tinham ficado a detestar-se logo no primeiro encontro - pareceu-me.» (Castilho, 2011: 341)

Ter-me-ei rido da palavra "espertalhufas"?

«(…) os mais distraídos ainda não repararam que estamos no século XXI e dizem frases como: não suporto espertalhufas.» (idem, 10)

Muito boa a página 51. Percebo agora a importância que teve este livro naquela altura. Não há dúvida. Dei todos os passos que tinha que dar. Li tudo o que se impunha ler. E, com este livro na mão, quase sinto o velho entusiasmo, a excitação, o prazer de descobrir coisas e sentir que essas mesmas coisas me levariam a novas descobertas. Tinha de me conter...

A imagem dos dias frenéticos, da secretária sempre cheia de papelada e livros. Por vezes, essa visão enchia-me de terrores e calafrios. Sentia uma impotência, um cansaço. Outras vezes, com as folhas a acumularem-se, repletas de frases, sentia que poderia continuar a escrever até ao fim dos tempos. E com prazer!
  Vou dormir.

Merry Xmas!



Crime family! John.

Cacau, Rita, Adam, Nanda, Monique, Patti, Tammy, Chris, Phi, Gabriel, Jeffrey, Rui, Isamara, Verónica, Alice, Ricardo, Pedro, Miguel, Carlos, Karen, Vitória, Wesley, Luma, Gabi, Patricia, Nuno, Pedro, Vasco, Herman, Joana.
A todos os que me fizeram companhia e não me viraram as costas. Não podiam...

Missed me?



I didn't either.

Tuesday, November 26, 2019

"Boa Noite."


São quase nove horas. Saí da sala aquecida para ir à rua, ao pátio, comer chocolate e apanhar um pouco de vento. Arrefecer. Havia vozes de alunos no café ali perto, mas estava suficientemente sozinha para fazer aquilo a que me propusera. Nisto, vem um aluno, envolto na noite, passa por mim e diz boa noite. Depois, vieram quatro raparigas em grupo, e todas, uma por uma, me disseram boa noite. Não são minhas alunas. Não as conheço, mas todas me cumprimentaram. Respondi a todas, todos.
Fui a única coisa boa do dia. Estes alunos, hoje, com esta frase simples, salvaram-me o dia. A noite.

Tuesday, November 19, 2019

José Mário Branco


Na notícia do Público acerca da morte (e vida) de JMB, alguém, nos comentários, deixou uns versos deste poeta e cantor de voz suave, firme e poderosa:

"Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viagem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe..." 

Que lindo! Quantos não quereriam dizer isto… parando em desnascer.

Monday, November 04, 2019

Prós e Contras - Violência Escolar



Assisti apenas a alguns segundos. Não foram sequer cinco minutos. Ouvi o final de uma intervenção delirante e o começo de uma outra intervenção para a qual não encontro palavras. A intervenção de um lunático. Um mentiroso. Um lírico perigoso. Pior! A plateia  - marcianos, certamente - aplaude! Muitos professores merecem tudo o que de mau lhes acontece.
Professores? Sim, professores, a ridícula palavrinha é geralmente dita antecedida de "só". É só professor. Estes sóprofessores são a espécie mais nefasta à face da terra.
São a negação do Homo Sapiens. São apenas Homo. Andam erectos, sim, mas têm uma grande propensão para o acocoramento. Acocoram-se perante tudo, gostam de tudo, sentem amor por tudo, vêem-se como grandes missionários e humanistas. Querem mudar o mundo. E mudam-no: para pior. Para muito pior. Estão a dar cabo dos "meninos", dos "miúdos", a emburrece-los, a deixarem-nos à solta entregues aos seus instintos e desejos.
Pelo que vi, nestes poucos minutos, não há violência nenhuma. Está tudo bem, tudo normal e feliz. Ocorre-me dizer, a um destes primatas que tive a desdita de ouvir, o que um "menino" uma vez me disse a mim, numa aula: PONHA MAIS TABACO NAQUILO QUE ANDA A FUMAR!
Se não tivesse feito o meu doutoramento, se não tivesse este espaço imenso, que ele me abriu, e no qual me refugio, para fugir ao nojo e à raiva, não sei aonde iria buscar forças. Não sei!!!

Imagem de Beksinski

PS: nesta imagem, pode ver-se um professor - não confundir com um sóprofessor - no fim de um dia de trabalho. Aliás, no fim, no início e sobretudo durante o dia de trabalho. É isso que eu vejo.

VIOLÊNCIA ESCOLAR



https://guinote.wordpress.com/2019/11/03/valter-hugo-mae/#respond, consultado em 4 de Novembro, 2019

Wednesday, October 30, 2019

Thursday, October 24, 2019

Linha da Frente: Exaustos


Não gosto do formato do programa: a música, o quotidiano de quem mudou de profissão, as declarações dos filhos, etc.
Sobram as declarações das duas professoras (minhas colegas), a informação da especialista em história do trabalho - acertou em tudo o que disse, especialmente quando referiu que hoje nas escolas não se coopera, compete-se, e quando referiu que se trabalha para os números - e a intervenção do psiquiatra. Mas, no final, fica a sensação de que um tema tão importante como este foi apenas aflorado, em 45 minutos. Fica a impressão de que ficou tudo por dizer. Aliás, os formatos de informação, na televisão generalista, andam pelas ruas da amargura. O Prós e Contras, por exemplo, é infotainment puro e duro. Com tantos convidados com pontos de vista extremados e uma ampla plateia que ora faz barulho, ora aplaude, ora intervém, fica tão só a sensação de barulheira infernal, de agressões verbais e ausência de debate.
Lembro-me sempre da última vez que assisti a um programa destes. Era sobre a eutanásia. Para meu espanto, aqueles que estavam mais preparados para falar em defesa da eutanásia ficaram na "plateia". Eram uma professora universitária (Laura Laura, minha querida), com obra publicada sobre o tema, e um médico. Ambos sofriam de cancro. Ambos estavam numa cruzada pela legalização da eutanásia e tinham argumentos de ordem científica, ética e sociológica sobre o tema. Não eram palestrantes de balcão de tasca. Ambos foram tratados com desrespeito e descaso no referido programa. Pior: ambos morreram  - sabe Deus com que sofrimento - sem terem feito realmente a diferença e sem terem o reconhecimento que mereciam. Como não há, no movimento pela despenalização da eutanásia, quem tenha o saber, o peso e o prestígio de  qualquer um deles, o tema como que entrou em hibernação.
Pessoalmente, ver hoje este programa fez-me lembrar aquilo que quero a todo o custo esquecer: que profissãozinha triste; quanta falta de respeito gritante; quanta solidão - muitos de nós tentam apenas sobreviver ao dia, sem levantar muitas ondas. Mas fez-me reflectir também uma vez mais - com raiva e revolta - a forma como o meu trabalho do ano passado foi menosprezado. O meu trabalho, meu dinheiro e o meu tempo. E a minha saúde! É grande o nojo e o desprezo e a raiva e  até o ódio que sinto pelas personagens sem sentido de ética, sem um módico de profissionalismo e de vergonha na cara, que protagonizaram mais este atropelo. De facto, tudo o que fizeram, de rojo no altar dos números, mais não foi que atropelos, faz de conta, fraude: fake!!
E chega. Fiquei cheia de dores de cabeça. Vou tentar dormir. Oxalá consiga. O dia foi terrível. Bom foi ver que, no meio da tragicomédia laboral do dia de hoje, houve alunos que queriam até chegar a vias de facto para me defenderem!!!
Vamos ver o que acontece amanhã...

imagem: Beksinski

Thursday, October 10, 2019

On a Dark Night I Left My Silent House



Peter Handke ganhou o Prémio Nobel de 2019.

A Academia parece afinal saber o que é um escritor, um homem de Letras. E o que é Literatura. Gedicht an die Dauer, o livro de poemas à duração, tem textos absolutamente sublimes. Eu não aprecio poesia, mas há poemas viciantes, e Handke escreveu um desses poemas.
Procuro um livro seu, na Amazon, e encontro este título - On a Dark Night I Left My Silent House; Numa Noite Escura Abandonei a Minha Casa Silenciosa -  que é já uma história com princípio, meio e fim, e personagem e tempo e espaço e tudo. Vou ler, claro. Mas em Inglês. Como escritor digno desse nome, o meu fraco domínio da língua alemã não me permite lê-lo em alemão: Schade!

Nota: olho-me e olho esta fotografia e penso que já durei demasiado...

Wednesday, October 09, 2019

Boa noite!


"Devias...". Devias? Não devo não! Como se atreve a começar uma frase dirigida a mim pelo verbo dever? Noites boas? Só a mim as desejo.
E a cena trágico-cómica? «Tenho eu que fazer!!!». Coitadinha, tão trabalhadeira: «não adoeças, olha que eu sem ti… » A outra mete logo atestado!
Tivessem feito as coisas como deve ser. Não tivessem metido o bedelho - incompetentíssimo! - aonde não são chamadas.
Elas é que são as verdadeiras perzzzzzidentes da junta. :)


Monday, October 07, 2019

Saturday, October 05, 2019

Lá longe...



Nunca mais passarei aqui. Não teria sequer companhia.
Já passou o tempo em que andava quilómetros e quilómetros por campos e pinhais e serranias, completamente sozinha...

Thursday, October 03, 2019

The Assassination





Acordei com medo do escuro. Depois pensei que talvez não estivesse acordada. Mas estava. O medo, porém, não estava no meu quarto real, na penumbra, com alguma luz, a da madrugada, a entrar pelos limites da janela. Fechei os olhos, para não ficar já acordada à espera do dia. Vi então o que me perturbava. 
Eu estava naquela casa. Tinha ido por um longo corredor para o meu quarto. Atrás de mim, vinha um cão branco, que se imobilizou em frente à porta. Mas eu entrei, e senti logo alguma coisa incómoda. Sentei-me no meio da cama e tentei acender a luz, nos muitos interruptores que saltavam da parede. Mas a luz não acendia. Foi aí que comecei a sentir dificuldade em respirar. Mas eu não estava às escuras. Lá fora, estava o escuro próprio da noite. Mas não no quarto, que estava claro, embora tivesse todas as luzes apagadas. Ah! Era disso que eu estava com medo. Porque é que o quarto não estava escuro? E saí a correr, com a sensação de que alguém vinha atrás de mim. Procurei uma porta para sair para a rua. E vi o cão. Estava encolhido e levemente quadrado. Metia medo. E pena.
Começo então a percorrer o labirinto da casa. Sobre uma mesa vi um x-ato, o mesmo que eu andava há muito para comprar. Agarrei-o. A lâmina fininha, quase meiga. Iria fazer a cena há muito imaginada. Só precisava de um sítio cheio de gente, ou daquela casa de um bairro triste. Sentar-me-ia no meio de todos…ou bateria à porta daquela pessoa. Depois deixar-me-ia ir … Mas para ir a algum lado, precisava de sair daquela casa. 
Distraí-me, perdida em fantasias. Quando recuperei a consciência de mim, vi o cão cada vez mais encolhido a desaparecer num enorme corredor. Era o único caminho naquele sítio. Fui atrás dele, que se movia como se fosse um novelo. Rebolava, levantava-se, andava de lado, olhava para mim com olhos grandes e tristes. E continuava. E a lâmina ia quente na minha mão. Entretanto, a casa transformara-se num túnel infindável. De bom grado me deitaria na cama do quarto claro, sem luz, no meio da noite escura. Nessa impossibilidade, sentei-me no chão, cansada, sem fôlego, ao lado do cão, cada vez mais pequeno, quase invisível. Mas amigo, companhia. Devo ter adormecido naquele corredor. Depois devo ter acordado, mas já não naquele sítio.
Tornei a acordar, com um sentimento de medo, de desconforto. Ouvi, então, ruídos. Vinham do computador ligado sobre a minha cama. Nele, estava Sean Penn no aeroporto, sem fôlego, em agonia, preparando-se para mostrar a todos o que o ignoraram, o afastaram, o desamaram, o incompreenderam, que existia e que iria inscrever-se para sempre na memória deles. O espectáculo da solidão absoluta estava ali à minha frente. Já o tinha visto tantas vezes e tantas vezes me sentara junto a Sean Penn, no mesmo sentimento de impotência e abandono sem remédio. Desliguei o computador. Não estava em condições de ver o plano falhar. Falhar tudo. Sean Penn a morrer no avião que tentara sequestrar. E a televisão a dar a notícia de forma monótona. Ninguém soube sequer que ele morreu: nem a ex-mulher, nem o ex-amigo, nem o ex-irmão. Ninguém. 
A manhã, senti, já estava instalada no meu quarto. Mas ainda era cedo. Fechei os olhos novamente, tentando ver o cão informe do meu sonho. Nada. Voltei ao corredor labiríntico sozinha. Tornei a deitar-me lá. Fechei os olhos, para fazer de conta. Para voltar atrás, o mais atrás possível. Nisto senti um barulho, um murmúrio, e imaginei que o animal estava ali. Na minha mão, senti também a lâmina meiga e salvífica. Estava em posição de continuar a noite até ao meio-dia. Tinha junto a mim tudo o que precisava para me defender do abandono e, sobretudo, do desespero.   

Sunday, September 29, 2019

Memórias


O Discurso dos Impotentes - introdução



«Nota: MAS O PROCESSO EM SI, TUDO AQUILO QUE DEPENDEU DE MIM APENAS FOI A MELHOR COISA DA MINHA VIDA»



«Nota: PARECE SER DIFÍCIL, DIRIA MESMO INSUPERÁVEL»

1. A análise desta pequena mensagem de escárnio e maldizer  - e inveja, e ressabiamento, e maldade pura, e tudo o que há de mesquinho e desprezível - será feita proximamente e de forma a fazer jus a quem é Doutora de papel passado.

2. Veja-se, na mensagem enviada por mim em 2016, o que é dito acerca do meu doutoramento:  COISA MELHOR DA MINHA VIDA!!

3. Veja-se, na mensagem enviada em 2019, pelo meu grande amigo de outros tempos, o que é dito sobre o meu doutoramento: DIFÍCIL DIRIA MESMO INSUPERÁVEL!!

4. Que má memória - passaram uns anos, não foi? E o amigo esqueceu-se das minhas palavras! 

5. Que falta de poder interpretativo! Onde é que o meu grande amigo me viu em dificuldades em realizar o meu doutoramento? Quem tem dificuldades, NÃO FAZ DOUTORAMENTOS!

6. Que falta de lógica! Se a minha amiga fez doutoramento, isso quer dizer que fazer um doutoramento é fácil. Porque a minha amiga é BURRA e fê-lo. 

continua...

Sunday, September 15, 2019

Roberto Leal



Um abraço muito grande, Roberto Leal. Afinal, eras muito mais que um cantor. Tinhas sentido de humor, eras capaz de brincar contigo próprio e foste exímio no papel que representaste neste programa. Vi-o todo nas muitas noites de insónia e depressão e sentimento de abandono. E ri-me muito contigo. O Bruno Nogueira é muito bom. Não o apreciava muito, como a ti, mas passei a apreciar. A gostar.
Para não falar no Português do Brasil, nem no nosso, vou usar uma expressão do português de Angola, aprendida num romance de cujo título não me lembro: viraste noite, Roberto. Que pena. Eras uma pessoa amável. E há tão poucas pessoas assim. Descansa. A noite é para descansar.

Tuesday, September 10, 2019

EVIDÊNCIAS



Ficam registadas as "evidências".

BURNOUT



O que vou deitar ao lixo. O meu dinheiro. O meu tempo livre. As minhas fotocópias. O meu cansaço. Tudo para o lixo. Tudo. Menos a pessoa irresponsável, torpe, sem chá, sem vergonha na cara, sem respeito por ninguém. Porquê? Porque é tudo aquilo que atrás referi e ainda fútil, tola, sem remédio! Eu poderia dar-lhe o desconto que se dá às crianças, aos bêbados, aos tontos, aos ignorantes, aos sem noção, etc. Mas hoje não lhe dou desconto nenhum. Hoje vou estar muito ocupada a transportar para o lixo o meu esforço inútil de muitos meses.

Ah! Falta ainda um trabalho - incompleto - de 10 páginas, que está no meu computador. E está incompleto, porque eu sabia - eu sei! Os meus estudo de Literatura já me puseram em contacto com personagens sórdidas, nojentas, ignóbeis, deste jaez.  - eu sabia, estava eu a dizer, que a fulana tinha uma última na manga para me "surpreender". Não me surpreendeu! Mas o ar "matter of fact" com que a fulaninha descobriu a roda, confesso que me surpreendeu. Não tenho que mentir a mim mesma. Aquilo que no ano passado - e não só - era de todo impossível, deixou de ser. Que lata! Que mentirosa, logo ela que por tudo e por nada diz: eu não minto. Pouco!

Saturday, September 07, 2019

Eduardo Beauté


Surpreendeu-me a notícia da morte de Eduardo Beauté. E aquilo que eu própria senti. Foi como se o conhecesse. E não conhecia. Mas sabia do turbilhão que foi a sua vida desde que se separou do marido: a depressão, a mudança de imagem, a perda do seu salão de cabeleireiro, a publicação do livro de memórias, etc.. A depressão! 
O Público e o Observador, dos quais sou assinante, dão conta da sua morte e dizem desconhecer-se, ainda, a causa. Permito-me especular.

«A depressão é a imperfeição do amor. Para sermos criaturas que amamos, temos de ser criaturas capazes de desesperar com o que perdemos, e a depressão é o mecanismo do desespero. Quando surge, degrada o indivíduo e acaba por eclipsar a capacidade de dar ou receber afecto. É a solidão dentro de nós que se manifesta e que destrói não só as nossas ligações aos outros como a capacidade de estarmos em paz com nós próprios.»

Solomon, Andrew, O Demónio da Depressão - Um Atlas da Doença, Lisboa, Quetzal Editores, 2016, p. 15

Saturday, August 31, 2019

Friday, August 30, 2019

Gabardina cor-de-rosa


Choveu tanto há duas ou três noites. Torrencialmente. Mas estava calor. Não pude estrear a minha gabardina. Talvez torne a chover em Setembro… Mal posso esperar.

Já é Sábado...


Fui fazer compras, quando anoiteceu. Mal cheguei, todas aquelas luzes e pessoas me fizeram sentir mal, inadequada. Ainda pensei voltar pra trás. Mas não podia ser. Fiz o que tinha a fazer, de cabeça baixa, tentando evitar encontrar alguém conhecido. Senti-me triste, desamparada. Acabei por comprar o mínimo possível e dois chocolates. De tão nervosa, na hora de pagar, esqueci-me do código do cartão de débito. Felizmente tinha apenas comprado o mínimo, e mais dois chocolates, e tinha, por isso, dinheiro para pagar. Era o dinheiro para o táxi, caso a vontade de sair da rua me levasse a procurar refúgio. Mas já não tinha dinheiro para o táxi. Rumei a pé, pela noite, em direcção a casa. Não foi mau de todo. E tenho dois chocolates.

Thursday, August 29, 2019

30 de Agosto, 2019


Contagem decrescente...

Sunday, August 25, 2019

A Importância de Ser Amável


...
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10220339888748732&set=a.10220339886628679&type=3&theater,  consultado em 25 de Agosto, 2019

Wednesday, August 21, 2019

"A última Porta Antes da Noite"



Tenho dificuldade em ler um romance do princípio ao fim da autoria de António Lobo Antunes. Mas há excertos que consigo ler incessantemente. Os títulos dos seus romances, porém, como aquele de que me apropriei como título, são dos melhores da Literatura portuguesa. Lê-los uma e outra vez transporta-nos para universos utópicos, distópicos. Enfim, a partir deles, podemos fechar os olhos e fazer uma história só nossa. Mas não é da história que ainda tenho que inventar que vou falar a partir deste belo título. 
Como muitas vezes me acontece, ligo o computador, vejo algumas notícias do dia, no feed da Microsoft, depois vou ao Público e ao Observador, dos quais sou assinante, e finalmente faço associações. A Microsoft diz-me qua a Amazónia está a arder. Penso de imediato em alguém que me repugna e este incêndio choca-me ainda mais. Fico com pena daquelas árvores, animais, pedras, terra, tudo. O repugnante, com o sorriso que lhe é característico, terá dito que "agora o culpam pelo incêndio". Eu não culpo ninguém! Eu apenas sinto que a Amazónia, aquela floresta grandiosa e bela, está a arder sem que quem pode fazer algo se importe com o seu drama. É como alguém que agora mesmo, neste instante, acabou de ser deixado num sítio qualquer, ao abandono, porque ninguém se importa. Não faz falta a ninguém. É como a velha senhora, de roupa elegante e cabelo branco, comprido, a deambular numa ruína, que vi um dia num documentário do Odisseia. A cara devastada, mas o olhar altivo. Uma senhora que tinha sido importante e amada, e agora estava tão em ruínas como a casa em que se acolhia e aqueles que a tinham esquecido. 
Depois vi que ALA tinha um novo livro para publicação e vi o nome do seu último romance: a última porta antes da noite. E associei tudo. Eu própria senti que estava no limiar de uma porta antes da noite. E a Amazónia, mal amada pelos repugnantes e torpes "senhores do mundo", também estava a um passo da noite. Todos aqueles que não têm ninguém a quem verdadeiramente se agarrar - plantas, árvores, animais, pedras da calçada, humanos -, uma âncora, estão sozinhos a um passo da noite… do nada.
Estamos todos sozinhos perante as catástrofes do mundo: os incêndios, o desamor, as doenças, a desamizade, o desrespeito, a ingratidão, o desprezo. E fiquei com pena da maior floresta do mundo, a mais bonita, a mais generosa, a vítima da maior ingratidão possível.  Senti que eu própria estava em cinzas. Mas cinzas das quais não se renasce.   


Imagem: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10102647705404093&set=p.10102647705404093&type=3&theater, consultado em 17 de Agosto, 2019

Tuesday, August 20, 2019

Dia 21 de Agosto


Começou a contagem decrescente. Tenho passado os dias na praia, deitada ao sol. Coloquei lençóis amarelos  - clarinho. Agora, vou ter de pensar aonde vou, para escolher a nova cor com que vestirei a minha cama, as minhas almofadas...
Dia 21 começa com uma visita ao dentista. Será a melhor parte desta fase descendente em direcção ao abismo. Depois, terei de terminar de deitar fora a papelada do costume. Terei de fazer a limpezinha, acabar de mudar umas estantes - estou farta de prateleiras de metal: como é que eu cheguei a achar que era boa ideia? Terei de dar uma demão na parede do meu quarto - HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH. Que rir. Espero de ter a casa pintada antes de fazer setenta anos. Mas espero não chegar aos setenta anos.  Por falar, parece que ainda não é durante estas férias que vou tratar das praticalidades do meu funeral. Talvez não. Posso tratar do assunto pelo telefone. Digo eu. Sou uma procrastinadora!
Continuando. Depois tenho que retomar os assuntos gerontológicos. Não me faltava mais nada. O pior é que isto me traz à mente aquele(s) germe(s) com pernas. Tenho de me proteger contra os níveis de toxicidade, grosseria, má educação, dissimulação e maldade pura. As gémeas siamesas. Tal e qual o Arnold Schwarzenegger e o Danny de Vito. Nem a mãe os distinguia. 
Vou tentar escrever alguma coisa todos os dias. 
E pronto. Dormir.

Monday, August 19, 2019

Sorry!



O Público traz, hoje, um artigo sobre como é difícil pedir desculpa.
 Ofender os outros é fácil. É um exercício de poder. Pedir desculpa, pelo contrário, é demonstrar fraqueza…
As minhas férias são frequentemente ensombradas por uma palavra, ou duas, de escárnio e maldizer. Este ano não foi diferente. Estou lentamente a recuperar das palavras de humilhação e insulto deste ano. Graças ao meu querido Nuno Markl, ao Lord, Rui Unas, e a outros queridos do YouTube. Ontem e hoje já consegui, até, não ficar o dia todo na cama…
Pessoalmente, não tenho muita dificuldade em desculpar-me. Também, verdade seja dita, não me exponho muito, não tenho amigos - vou-os espantando, espantalho que sou - e, na minha profissão, tento não ser injusta. Este ano, contudo, em que me aconteceu um pouco de tudo, até uma espécie de assédio - os outros alunos, todos adultos, é que me avisaram que a criatura vinha por trás de mim cheirar-me os cabelos… -, dado que tinha os nervos em franja, excedi-me na violência e tom de voz que usei para pôr na ordem um certo aluno. Nada que ele não merecesse! Mas tanto lhe estava a berrar até que ele se calasse - e calava-se! - como no final da aula lhe dava uma palmadinha nas costas e nos despedíamos a rir. E, no final do ano - fui a última a acabar as aulas, dia 30 de julho, das 14:00 às 17:00 -, tive a alegria de ter presentes nas aulas todos os alunos e de virem todos cumprimentar-me no momento da despedida. Quando o aluno irritante veio com cara sorridente e olhinhos de cão meigo em direcção a mim, disse-lhe: desculpe alguma coisinha, meu querido. E ficou tudo bem. Ele porque não tem muito mais gente que lhe dirija palavras de conforto - se é que tem alguma - e eu porque, como estava feliz por ver o reconhecimento dos meus alunos, foi com prazer que dei afecto. Retribuí.
 

Saturday, August 17, 2019

Wednesday, August 14, 2019

A casa interminável



Depois de longas noites de insónia e falta de sonhos, seguiram-se ontem e hoje momentos de sono e de sonhos maravilhosos. Magníficos. Grandes. Grandiosos. Indizíveis. Lindos. O de hoje já não me ocorre bem o que foi. Mas o de ontem tem andado às voltas na minha cabeça, a encher-me de prazer e de sublime.
Eu gosto de sonhar com casas e comboios. E ontem estive numa das muitas casas em que passo noites de alegria. De riso e de esquecimento. Por lá ando, de facto, esquecida, tentando não acordar. Nunca! Mas ontem aquela casa foi-se metamorfoseando. Ela, que é uma casa que eu conheço, mas da qual não sei muito, porque acabo por não entrar nela quase nunca, porque aquela terra aonde vou fazer compras, uma terra linda, de grandes prédios, tem as lojas quase sempre fechadas, pelo menos quando eu me aproximo delas e, por isso, acabo por ir para outra terra fazer compras e só vejo a casa de longe. Mas sei que tem um quarto de banho com toalhas vermelhas. Até já lá tomei banho e depois fiquei sem saber onde dormir. Mas como tenho uma outra casa onde tenho uma sala com uma cama, acabo por dormir na cama da sala dessa casa. Às vezes, a sala dessa casa tem muito bolor junto ao chão. Desagradável!
Ontem, como disse, fui a essa terra com uma amiga. Não uma amiga minha, mas amiga de uma amiga, que também não é minha amiga. Ainda assim, como os amigos são para as ocasiões, resolvi convidá-la para dormir na minha casa, porque ela não tinha transporte para casa dela e estava a chover. Dirigi-me então para a casa das toalhas vermelhas, sem saber bem onde deitaria a minha amiga. Mas, quando cheguei àquela casa, vi que ela se tinha juntado a uma outra e também à da sala com a cama onde costumo ficar. Acontece que a casa do meio ainda anda em obras. Ainda está em tosco, como se costuma dizer, embora tenha um ou outro quarto já acabado. A decoração, no entanto, é que me agonia naquela casa. É tudo muito mal combinado, muito sem gosto. Passo bastante tempo, às vezes, a distribuir almofadas por aqui e por ali, mas fica tudo forçado. É esgotante.
Bem, chegada à casa ainda em melhoramentos, deparo-me com o construtor civil e uma série de pedreiros, muito atarefados, que me dizem para ir ver a obra. E que vejo? Que já construíram um enorme quarto com uma parede envidraçada e que tem no chão, a espaços, colchões cobertos de lençóis brancos. Atiro-me logo para cima de um deles e digo à minha amiga: escolhe um para ti! Rebolo-me. Contente. Só depois vejo que a parede não tem reboco. E que para além do enorme quarto, há uma série de outras salas, pegadas umas às outras, quase prontas. Só falta pintar. "Venha ver o resto da obra!". O resto? E a casa não pára de aumentar. São quartos e quartos, terraços. Há até uma pocilga e uma mulher a guardar os porcos. "A pocilga, não", digo eu. E eles dizem que não, que a pocilga pertence à casa do lado, mas falta fazer a parede. Ah! E fico mais descansada. Entretanto, vem um outro pedreiro que, aliás, é o engenheiro e me chama para vermos o jardim. Eu fico muito apreensiva, porque o jardim está cheio de ervas daninhas e me lembro que já não tenho idade para cavar. Mas ele diz-me que há uma surpresa no final do jardim e eu penso que as ervas também são criaturas de Deus.
De facto, pela vereda estreita, começa a aparecer um fiozinho de água e depois um rio: "é seu. Faz parte da propriedade". Mas isto é um palácio! Penso. E de facto é, só falta rebocar, pintar, correr com os porcos para a casa deles e começar a apreciar ervas, estevas, giestas, espinheiros e, até, amoreiras bravas. E nisto vem um outro sujeito, com um ar muito profissional, com um berbequim na mão, que me diz: "venha ver a varanda." Varanda? mas é um rés-do-chão...
E que varanda. Está toda apainelada. Madeira dourada, com um brilho discreto e elegante. Só faltava o gradeamento à frente. Mas estava já encomendado. Quando entrei nela, para ver bem a madeira, senti-me impulsionada para a frente, a rodopiar, numa viagem a alta velocidade. Era uma varanda rolante. E grande, a perder de vista. A paisagem que a rodeava era de asfixiar (para não dizer que era de tirar o fôlego): roseirais, campos de tulipas, lagos, árvores frondosas carregadas de madressilvas. E havia também grandes clareiras com sacos de um quilo de sal e de um quilo de açúcar. E porcos. Tantos leitõezinhos cor-de-rosa e malmequeres.
Asfixiada, resfolegante, exaurida, maravilhada, com tudo, tudo, alma e corpo, subido mesmo ao pé da garganta. Feliz. É neste estado que recolho ao quarto por rebocar e me deito no colchão, coberto de branco, junto ao vulto da minha amiga - que não o é - que dorme, calma, e ressona, movimentando um fiozinho de algodão junto à boca entreaberta.

Thursday, August 08, 2019

A Experiência



É com algum incómodo que confirmo que não consigo ler ficção. Aquilo que me manteve à tona durante toda a minha vida, deixou  - espero que temporariamente :( - de me interessar. Penso que, depois de Gissing, deixei de ter romances que me interessem. Os policiais perderam o mistério. Já li tudo de Ruth Rendell e de Patricia Highsmith. Ninguém mais se lhes compara. Os outros policiais parecem-me forçados, ridículos ou previsíveis. Romances de amor, nunca apreciei o género. Aliás, a literatura light/chick lit é a única paraliteratura de amor - amor confluente - que consigo - ou conseguia - ler. Quanto à minhas escritora de culto, Charlotte Brontë, o que ela escrevia não é romance de amor, não é literatura sentimental, não é cor-de-rosa, não é literatura de género. A ficção de CB é uma coisa à parte. Já a querida Jane Austen, teve o mérito de ter criado o homem mais adorável de toda a literatura: Mr Darcy. Quanto à Literatura, parece-me forçada. Parece-me que os últimos romances que li - um de João Tordo - são feitos para serem literários, isto é, soam a história forçada, para parecer arte.
Mas não deixei de ler. Como adoptei as ciências forenses como passatempo, tenho lido biografias de assassinos que ficaram na história do crime, bem como ensaios sobre psicopatia - Michael Stone, Robert Hare, etc. e, até, Hernani Carvalho (!). De momento, tenho o Índice da Maldade para acabar, tenho o livro de RH para acabar, tenho o livro sobre Ed Gein para acabar e um outro, de uma mulher que matou, mas que é tão humana, tão fascinante, tão sofrida… que dá vontade de ler muito devagar, para ter um exemplo - um mau exemplo - do que é viver à beira do abismo. Podia ser uma personagem de Ruth Rendell. Mas não é. Está presa. Perpetuamente.
Como contraponto à literatura de crime, estou a ler O Demónio da Depressão - excelente - e
Sapiens: A Brief History of Humankind - Excelente ao quadrado.
Mas é o crime que me ocupa a mente. Ontem vi uma história verídica acerca de um tipo de crime que se está a banalizar, mas que teve algo de fascinante. Há muito não me surpreendia com uma história destas e Deus sabe que tenho lido e visto histórias surpreendentes.
Uma mulher bipolar casa com o homem por quem se apaixonou no liceu. As crises pareciam ter amenizado. E ela tem medicação, mas não a toma. O casamento segue o seu curso de filhos e empregos e fraldas e casas e vida a dois. Por vezes ela tem as suas crises de mudanças bruscas de humor, que acabam, as mais graves, com ela a meter-se no carro e a andar sem destino. Passada a crise, volta para casa. O marido é compreensivo. Tenta levá-la a tomar a medicação, mas ela resiste: não precisa, não é louca, está bem. Decidem, entretanto, mudar de cidade, para ela poder retomar o estudo e ele poder arranjar um emprego melhor. Numa primeira etapa, tudo corre bem. Estudo. Emprego. Casa. Ela tem mais um filho. O terceiro. Mas, subitamente, ele perde o emprego bem pago e arranja outro que apenas permite pagar as contas. Ela ressente-se. Acusa-o de ser um perdedor, a loser. E começa a refugiar-se no computador. Dia e noite. A casa está num caos: lixo e coisas sujas por todo o lado. Os filhos ao deus-dará. O marido começa a ficar farto. Com um emprego precário, uma família para alimentar, três filhos para cuidar e uma casa desorganizada, não consegue deixar de se exaltar. O ambiente familiar é opressivo. Ela, entretanto, entra em depressão profunda. Quando não está no computador, no grupo Experience, a desabafar com um outro internauta, está deitada no chão, com as mãos na cabeça. Os filhos mais velhos vão-se valendo a si próprios. O bebezinho vegeta. Gatinha sem rumo pela casa. E, um belo dia, ela mete-se no carro e desaparece. De vez. Para não mais voltar. O marido tem esperança de que seja apenas uma viagem mais longa. Mas não. É uma despedida. Perante a ausência de notícias, informa a polícia, que começa a procurá-la. A investigação é curta. Verificado o computador, localiza-se a morada do interlocutor, o confidente. Na casa deste, a polícia fala com a mulher, que não faz segredo da estranha obsessão do marido com o computador, farta que está dos temas que o fascinam. A polícia pergunta: "e que temas são esse?", " Canibalismo", diz a mulher. "Canibalismo?", "É, ele parece ter curiosidade em provar carne humana". De imediato, a polícia liga para a "esquadra", para apanhar o canibalista. E da esquadra dizem: "ele está aqui. Diz que nos vai levar ao corpo", "corpo?". Corpo.
No Experience, encontram-se pessoas com coisas para contar: a vida, as humilhações, os desesperos, os desejos obscuros, as fantasias, enfim, a realidade paralela. É neste site que a mulher bipolar diz que não gosta de viver, que a vida dela não tem sentido, que é um pesadelo, e que deseja morrer. Ser morta por asfixia e, depois, cortarem-lhe a garganta, como garantia inequívoca de morte. Já o canibal, em potência, quer apenas provar carne humana. Como têm desejos que se complementam, combinam encontrar-se num hotel. Ali, conhecem-se e combinam a hora e o sítio para proceder à consumação dos seus desejos. Vê-se a imagem de ambos, de costas, lado a lado, calmos, dirigindo-se para o interior de uma floresta, em direcção a um local isolado. As calças de ambos estão descaídas. Têm uns corpos tristes e as calças são tristes também.
É ao local isolado que o homem leva os polícias para recuperarem o corpo. Ele está como que aliviado. Os polícias, por sua vez, estão com o ar de quem pensava já ter ouvido tudo. Pergunta um deles ao canibal: "e comeu alguma coisa?". E ele, calmo, apesar de ter à espera uma pena de prisão perpétua: "não. Não consegui."







Black Humor



Os amiguinhos do YouTube… Coisa mais linda!
Por falar,  a CC tem um vídeo em que ensina a lavar os dentes! Só não vou ver agora, porque não tenho como tirar notas. A sério. Foi com ela que aprendi a lavar a cara. E se eu precisava! Agora vou de certeza aprender a lavar os dentes. Iupe.

Monday, August 05, 2019

Beer? -Yes, I'd like some.






Hoje bebi uma cerveja. Foi um acontecimento. Há quanto tempo não o fazia, entretida que tenho estado a não misturar a medicação com álcool. Se calhar, o meu mal tem sido justamente falta de álcool. Nada que eu não possa remediar. Amanhã compro mais. E das grandes. Aliás, talvez beba uma garrafinha de vinho … deixa cá ver... penso que é moscatel. Não sei bem. Numa garrafinha tão pequenina. Tão linda! Mais logo. É para o caminho, como dizem os bêbados!

O que a Francisca Conimbriga ia gostar de saber que a minha mãe me chamou doutora da mula ruça. E já não é a primeira vez. O meu doutoramento só serviu, aparentemente, para as pessoas me virarem as costas, me insultarem, me apoucarem e terem todo o tipo de comportamentos bizarros e discriminatórios. É para o lado que eu durmo melhor, claro. Mas chateia! Não há como negar. Entretanto, assim que eu arranjar forma de fazer outro doutoramento, sem ser na UBI, matriculo-me. Quem diz doutoramento diz curso, diz uma coisa qualquer, para eu sentir que faço alguma coisa na minha vida de que gosto e, se chatear alguém, melhor. Começo a habituar-me. E se eu perdesse o amor à propina altíssima e me inscrevesse em Direito?? Hein? Quando tiver a cabeça menos oca, vou pensar nisso.

Errata: escrevi «inscreve-se» em vez de inscrevesse! É com a cara vermelha que nem um pimento que digo: foi da cerveja!
PS: já corrigi.
Aviso: quaisquer erros que possam ser dados por mim em textos passados, presentes ou futuros, das duas uma, ou foi da cerveja ou de algum vírus informático. Eu sou completamente irresponsável (isto é, não responsável) no que toca a erros.

Monday, July 29, 2019

O Demónio da Depressão




« (…) time passes , and what has been will never be again. Pain is the first experience of world-helplessness, and it never leaves us.»*
«“Tomo cerca de 12 comprimidos por dia para evitar ficar demasiado deprimido”, escreve Andrew Solomon. “Nas últimas fases da escrita deste livro, tive ataques de pânico e de solidão. Não eram sintomas depressivos, mas por vezes escrevia uma página e tinha de me ir deitar durante meia hora para recuperar das palavras que tinha escrito. Por vezes, chorava; por vezes, ficava ansioso e passava um ou dois dias na cama.” No fim, o seu O Demónio da Depressão — Um Atlas da Doença, que chega a Portugal 15 anos depois de ter sido publicado pela primeira vez nos Estados Unidos, foi vencedor do National Book Award e finalista do Pulitzer. Está traduzido em 24 línguas, do chinês ao turco.
(…)
“A depressão é a principal causa de incapacidade nos EUA e no mundo em pessoas com mais de cinco anos.” Cerca de 15% das pessoas deprimidas acabarão por se suicidar.»**

Nem tudo é mau!!

*https://www.amazon.com/Noonday-Demon-Atlas-Depression-ebook/dp/B005UDIB94/ref=sr_1_1?crid=24AVRWDQZROK&keywords=andrew+solomon&qid=1564424698&s=gateway&sprefix=andrew+so%2Caps%2C245&sr=8-1
consultado em 29 de Julho, 2019
**https://www.publico.pt/2016/02/15/sociedade/noticia/a-depressao-nos-seus-piores-momentos-e-a-mais-terrivel-das-solidoes-1723280, consultado em 29 de Julho, 2019

Wednesday, July 24, 2019

Os Desertos


Eu gosto de desertos: são espaços onde não há nada, ninguém. Há coisa melhor?
Mas hoje vou falar de desertos de forma figurada. Aquela coisa estéril, onde nada resiste. Aquela coisa onde existem caveiras de animais com areia a escorrer das órbitas vazias, claro. E é uma maçada muito grande, porque eu gosto de caveiras. Ainda para mais no deserto. Diga-se que estou a falar de caveiras em sentido figurado: a ausência de vida. Tudo aquilo que resta depois da pele branca, ou negra, e dos músculos rosa e do sangue vermelho e tudo o resto, que simboliza a vida, se exauriu. E é novamente uma maçada. Porque eu gosto da ausência de vida. Eu gosto da morte: o fim já foi ultrapassado e já só se é um corpo morto. Já se é um deserto. Ou seja, é muito difícil falar daquilo que desprezo, se utilizar tudo aquilo que acho sublime.
Vou falar de ervas daninhas. É melhor. Aquelas ervas que preenchem todo o espaço sem se importarem com as outras ervas. Isto é, aqueles desertos cheios de viçosas ervas daninhas, que empurram com certas partes estratégicas dos seus caulezinhos - em sentido figurado, obviamente -  toda a restante flora. Exactamente! Os desertos verdes não me parecem tão dignos de apreço como os desertos de areia estéril com uma caveirazinha aqui e outra ali. Definitivamente. Mas as ervas daninhas não andam muito longe do meu coração.
Vou falar de fumo. De cigarro. Daquelas pessoas que deixaram de ser admitidas em lugares dignos, para poderem dedicar-se à arte de  introduzir pequenos archotes nas suas bocas e expelirem o respectivo fumo pela boca e, numa aproximação assaz bovina, pelo nariz, também. Em redor dessas pessoas, vai-se fazendo um deserto. E bem. Já lá vai o tempo em que introduzir o atrás referido cilindro ardente na boca era sexy. Hoje não é sexy. Aliás, no deserto em que os fumantes se bamboleiam, com deselegância e desconforto, nada há que se recomende. É desses desertos fumegantes que eu não gosto. Hoje mesmo, quando me aproximava de um determinado deserto, vejo uma erva daninha, digo, isto é, corrijo, vejo um vulto em tons de cinzento agarrado a um caninho fumegante. E digo bem: caninho. Não se trata de um cigarro de ponta vermelha. Não. É um caninho eletrónico, ao qual se aplica a boquinha e depois se expele um vaporzinho nojento… mas a cheirar mal: a tabaco. Uma coisa deprimente. E dizer que abocanhar o caninho de plástico e expirar é a única coisa de jeito que tal avezinha aparentada dos abutres... - valha-me Deus, eu gosto de abutres - sabe fazer. Vou tentar de novo. E dizer que aquela tarata a única coisa de jeito que sabe fazer é delamber o tubinho fumegante. Ou seja: a pobre tonta não faz nada de jeito. Mas nada mesmo. Mesmo!

Imagem: https://medium.com/neworder/comciência-um-convite-à-reflexão-ética-e-filosófica-bc5b64eb197a, consultado em 25 de julho, 2019

Thursday, July 18, 2019

Karochi




A minha mãe telefonou-me subitamente, sem esperar que fosse eu a tomar a iniciativa, como sempre. Pensou que eu estava doente. Que eu tinha a voz muito cansada ontem. E antes de ontem, também. E porque é que eu tinha a voz assim. É dos ares condicionados, disse eu. E do calor. Alimenta-te, filha. A minha mãe pensa sempre que eu preciso de me alimentar…
Não é o trabalho que me mata. E tenho 10 portefólios à minha espera, para 2ª e 3ª feira. E tenho aulas até ao dia 30 de julho: faltam ainda 14 para as 233 naquela disciplina. As outras já acabaram: 4 tempos apenas. E ainda tenho uma sessão de certificação e uma1 reunião de notas e o que entretanto aparecer. Mas não é isto que me mata. É o ambiente tóxico. As pessoas tóxicas. É o sentir que estou sozinha a recusar o facilitismo mais torpe. A farsa. É  ter de ser chamada à atenção por alguém a quem eu não reconheço um único vestígio de autoridade para o fazer. Alguém que eu não respeito profissionalmente: eu não posso, nem quero, respeitar quem aceita sistematicamente a cópia, o plágio, o despejar da Internet diretamente para a página em branco e avalia a partir dali. Pior: quer, pelos vistos, que eu o faça também. NUNCA!!!!! «Aproveita o que está nos trabalhos!». Eu? Aproveitar? Aproveita tu! Eu não como o que me põem no prato. Eu como aquilo que pedi a partir da ementa e só se estiver cozinhado de forma condigna. Para que conste. E ela, de quem me lembro de dizer, nos idos de 80,  que a aluna X não tinha condições de passar para o secundário, que estava bem era na costura, continua a ver os alunos assim. Que os alunos são muito fracos, que não sabem escrever sobre - reparem - a terra deles. E digo eu: não acredito! E a outra: eles só sabem falar do trabalho que fazem. Eu não acredito! Recuso-me a ver as pessoas como meras marionetas programadas para o trabalho. Acredito, sim, noutras coisas, que não me apetece agora referir. Disse que não a respeito profissionalmente. E pessoalmente? Pessoalmente? Qual pessoalmente? Onde? Não me interessa o pessoalmente. Não sei. Não respondo. Não interessa.
Estou cansada. Estou zonza, com dor de cabeça, sem vontade de me levantar e proceder aos rituais de recolher à cama. Mas queria tanto estar já na cama, de banho tomado, no escuro, a conversar com os meus amiguinhos fantasma do YouTube…
O Público diz que a FENPROF vai mandar investigar a morte súbita - na sala de aula; durante a correção de trabalho - de quatro professores, que ocorreu num curto espaço de tempo. Uma das professoras era minha colega. Trabalhava na "minha" escola. Penso que vai ser mais uma forma de colocar os professores na arena, para serem toureados sem dó.
Entretanto, um psiquiatra diz que se pode morrer - morte súbita - por excesso de cansaço - burnout - e acrescenta que este é um fenómeno muito frequente no Japão. De tal modo, que há um termo para essa morte: Karochi.    

Imagem de Beksinski

Wednesday, July 17, 2019

A República - diálogos pós-modernos



A: Miga, disse-lhas!

B: A ela?

A: A quem mais?

B: Benza Deus, miga. E ela?

A: Assanhada, a santinha do pau oco.

B; Bota santinha, credo! Pior que a caça às bruxas só a caça ao plágio.

A: LOL, miga. Tiveste tanta graça agora. (Dentes ao léu de tanto rir).

B: Pois se tu plageias ou plagias ou plajias. É com g ou com j?

A: Miga, tenho que ir ao Google, prá ver como se escreve! (riso alarve, mostrando dentes amarelos).

B: LOL. Estás imparável.

A: Mas agora a sério. Se está tudo na Internet, para que é que uma pessoa há-de maçar-se a escrever? Eu tenho pânico da página em branco. (olho arregalado).

B: Claro! Só aquela mártir é que gasta a ponta dos dedos a dedelhar o computador a …. repara… ESCREVER! ( fica com a boca descaída de espanto e nojo. Acabando por babar-se). Ai que até me babei. LOL.

A: Olha, se é mártir, que vá de rojo a Fátima, pode ser que lhe passe… o burgesso.

B: Que se vá encher de abelhas.

A: Por falar em abelhas. O outro, em vez fazer o que deve, põe-se a vender mel…

B: Nunca me enganou! Sempre achei que tinha o queixo muito bicudo!

A: Mas voltemos à vaca fria… à escriturária-mor.

A: Vaca?  Ah que bem visto. E vaca malhada… agora deu-lhe para pintar os olhos... (risos e agarrar de barriga, com a hilaridade).

B: O quê? Já não a vejo há muito tempo. Aliás, da última vez que a vi (dedinhos no ar a fazer aspas), fiquei de costas para não a ver! (riso e ataque de tosse portentoso).

A: Então, estás sufocada? Bate nas costas.

B: E... ss...fff. (tosse) ...a..a...nnn (tosse e espirro)

A: Miga, é melhor desligares e beberes água.

B: fff...nnnn...aaaa. (espirro e tosse canina).

A: As melhoras. Adeus. Desligo.

B: Aaa...fff...ssss … espppep…

Plim

A: (entredentes) Bolas, que quase me rebentava os tímpanos, o estafermo!!!!

Imagem: https://www.pinterest.it/pin/560698222350023482/?lp=true, consultado em 8 de Agosto, 2018

Saturday, July 13, 2019

O Desprezo


O desprezo é libertador. Quando começamos a desprezar as pessoas, porque conseguimos ver finalmente a prova inequívoca da sua mediocridade, deixamos de sentir pena por tê-las perdido.
Só ficou desprezo. Até pena. É triste ver adultos perdidos no seu labirinto de raiva e impotência. Gente que vê vantagem na segregação, na fragmentação, no silêncio malcriado. Pois que fiquem na sua bolha tóxica e estéril. No seu nada.

Imagem: http://www.ip.usp.br/site/noticia/tratando-indiferencas-com-indiferenca/, consultado em 12 de julho, 2019

Friday, July 12, 2019

World of Dreams





Hoje desliguei. Amanhã não posso...

Thursday, July 11, 2019

QUERO DORMIR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


P: O que é que eu hei-de contar para dormir?
R: Talvez os meus inimigos. Talvez as pessoas que se afastaram de mim. Talvez as pessoas que me tratam como se eu fosse um ET. Talvez as pessoas que não gostam de mim. Talvez as pessoas que se esforçam para gostar de mim, mas não conseguem… Talvez as pessoas que no futuro se vão afastar de mim, as que vão "inconseguir" gostar de mim, as que vão ser minhas inimigas, etc.

Tenho muito que contar. Estou mais sossegada. Talvez adormeça.


Imagem: http://www.isleep.pt/o-sonho-a-cama-de-frida-kahlo/11 de julho, 2019, consultado em

J'accuse!




Com tanta coisa para ler (e tanta dor de cabeça), e vou ter de continuar a fazer um trabalho estúpido: escrever EU aquilo que deveria ter sido escrito por quem precisa - eu já tenho a escola toda: até ao doutoramento.
Mas as pobres almas são pastoreadas por quem nada sabe. Pior: foram instrumentalizados para vinganças pessoais. Gente ignara, com as competências sociais e a delicadeza de um pau de vassoura. Gente que não distingue entre relações profissionais e desafectos pessoais. Maquiavéis de tamancas. Gente ridícula, jumenta.
Uma coisa, no entanto, me deixa curiosa. Será que essa gente não sente vergonha da triste figura que fez e faz? Do péssimo trabalho? Dos atropelos?  Não me parece. É gente muito cheia de si - "bem resolvida". Que lhe faça bom proveito!

Imagem: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-913504278-meia-quadro-o-grito-edvard-munch-arte-artista-_JM?quantity=, consultado em 20 de junho, 2019