Wednesday, April 05, 2017

Café


Ida a Lisboa. Segunda e terça-feira. Dois dias longe de minha casa. Fiquei numa pensão muito bem localizada. Era limpa. Até consegui dormir. Coisa rara: acordei com o despertador! Quanto às aprendizagens, espero que chegue a papelada para ler e tirar conclusões. De resto, som e fúria e dor de cabeça. Encontrei o Miguel Sousa Tavares numa farmácia onde fui comprar analgésicos. Pena não ter dado conta de que estava mesmo ali o McDonald's. A minha noite teria sido tão melhor. Colegas muito queridas. Ainda nos rimos bastante. Tirei fotografias, mas só aproveitei uma. O resto estava subsumido pelos carros. Lástima! Pastéis de Belém, impenetrável. Padaria Portuguesa foi a minha salvação. Excelente sumo de laranja. Imensos restaurantes. Listas com tradução em inglês: prow em vez de prawn: ihih. Gente e mais gente e carros e eléctricos e excursões, isto é, alunos em viagem de estudo (?). As colegas diziam: Lisboa é tão linda. Olha como ficou a zona X, Y. Que lindo. Eu só via poluição e obras. Não ousei dizer que Lisboa não é linda. Porque é, mas de noite, claro, com a luz eléctrica a realçar o belo e a deixar o feio na escuridão. Estação de Santa Apolónia: belíssima. Encheu-se-me o coração de alegria nostálgica. Também gostei de ver o comboio. De resto, eram apenas casas. O Mosteiro dos Jerónimos parecia encolhido. Devia ser do sol: abrasador. Aliás, a temperatura foi um facto desconcertante. Foi um tirar e pôr de casacos como não tenho memória. Frio à sombra, calor excruciante ao sol. Às tantas alguém teve de pôr o meu casaco. Eu, cavalheiresca, ainda temi bater o dente com a proeza, mas entretanto foi hora de saída para o sol da rua. Andar de carro em Lisboa é coisa de louco. E Deus sabe que as coleguinhas andaram mais por minha causa, para porem a menina na pensão e irem buscar a menina à pensão. À porta da Universidade, no local de estacionamento, havia uma vasta quantidade de bosta. Ainda pensei que só eu é que via aquilo, devido ao cansaço e à falta de uma refeição quente. Mas não. Todas vimos claramente visto. Que eram excrementos dos cavalos da polícia! Felizmente secos, claro, com o calor que se fazia sentir...  Chegadas à Covilhã, foi altura de distribuir cada um pelo seu domicílio. Eu fui depositada à frente da igreja pela coleguinha motorista. O percurso curto até casa foi feito sob a barulheira ensurdecedora das rodas da mala de viagem e da pasta do computador: rrrrrrrrrvvvrrrrrrrrrrRRRRRRRRRRRR. Credo! Finalmente a minha casinha. Cumprimentei-a: cá estamos, quida, sardade! Tomei banho e bebi chá com torradas. Mas estava morta mesmo era por um café. Dois dias sem café, que triste. Agora já encerrei finalmente as atribulações viajeiras. Porque já bebi, finalmente, o meu café. E daqui a dois dias, mais ou menos é Sábado. E depois começam as férias da Páscoa: telemóvel desligado e porta fechada: hummmmmmmmmm. Que bom.

No comments: