Wednesday, March 08, 2017
O gatinho...
Terminou tudo. Já tudo, quase, retomou uma certa normalidade. Outra normalidade, claro.
A igreja estava cheia. Os alunos - estranhamente quietos e calados... e lindos - seguiram os ritmos da missa, levantando-se e sentando-se como se impunha. «Olha como eles estão encolhidos e chegadinhos uns aos outros... são os do 7.º ano (os mafarricos, portanto).» Verdade. Ver um aluno quieto e calado é uma experiência nova. Vê-los com as lágrimas a correr-lhes cara abaixo, mais ainda.
Os pais, apesar da debilidade, afinal conseguiram vir/ser trazidos e assistir à derradeira presença da filha. Houve anas belas e esperanças - tudo com letras maiúsculas, por vários motivos - e outros ainda, que tornaram isso possível. Tornaram tudo possível. Os amigos mesmo, à séria, aqueles dos quais se diz que estão presentes nos maus momentos, a família que se escolhe: não falham! Já me tinha apercebido desta estranha casta de pessoas, mas desta vez foram ultrapassadas todas as expectativas. Não havia família disponível - apenas duas primas - mas os Amigos estiveram lá para tudo. Tudo!
A esta hora, os vivos estão nas suas casas. Alguns, passaram a estar num lar. Os que já não vivem estão onde é suposto. A primeira noite de quem já não vive não deixa nunca de me impressionar...
O gato foi resgatado também. Os amigos, que sabiam da existência do animal, antes de fecharem a porta da casa agora vazia, lembraram-se dele. Ele também precisava de ter a sua situação resolvida. E o gato? O gato, cujas histórias dos dias felizes eram tão conhecidas, onde estaria? Encontraram-no, certamente espavorido e triste, no interior de um armário. Acabou nas mãos sábias de um veterinário, amigo também.
Tudo está no seu lugar, porque os Maiores Amigos de que há memória fizeram de uma história trágica de morte, uma história bela de solidariedade e Amor. Uma coisa assim, desta maneira, nem na ficção!
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