É
hora de ir dormir e sossegar a minha indignação. A internet está cheia de
especialistas a falar sobre literatura, sobretudo (ou talvez não) a rir dos
escritores que pensavam que iam ganhar um prémio e - bem feito!! - não
ganharam. Ganhou-o um cantor, compositor, letrista, etc.! No último comentário
que li, alguém dizia que ALA não sabia escrever. Facto: afinal há muitos
mais leitores e amantes de livros, quer dizer, canções, do que aquilo que
se pensava.
Pessoalmente,
estou-me nas tintas para a aflição daqueles que deploram o facto de cada vez se
ler menos e de não se "cultivar" - como se os livros fossem couves -
o gosto pela leitura. Quero lá saber! Quem não lê que não leia, a ver se eu me
ralo. Eu quero é que haja livros para EU ler. Mas livros de escritores, à
séria, daqueles que hoje foram ultrapassados por quem deveria ter ganho antes,
com toda a justiça, um Grammy!
Deixa-me
recordar, só para ver se eu consigo dormir, uma frase de Nuno Júdice:
«Não: não
tenhamos vergonha de ser elitistas, herméticos, aristocratas, literatos,
intelectuais, e tudo o que nos queiram chamar. E é precisamente neste ponto que
reside o centro da questão: a defesa de uma literatura que se tem de manter, no
meio dos destroços e de vandalismos, como sempre se manteve ao longo dos
tempos, desde que o primeiro poema ou a primeira narrativa surgiram com o
primeiro homem.»
Já
respiro melhor!
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