Saturday, August 28, 2021

A Poesia das pequenas Coisas


 

Reuni uma dúzia de lemas enunciados por várias personalidades, que responderam ao Questionário de Proust. Eis:

1- Nunca desistir.


2- Dos fracos não reza a história!


3- O mesmo de Churchill: “Never give in, never give in, never, never, never, never—in nothing, great or small, large or petty—never give in except to convictions of honour and good sense. Never yield to force; never yield to the apparently overwhelming might of the enemy.”


4- Ama as rosas e desvaloriza os espinhos.


5- Não me levar demasiado a sério.


6- Serve, serve, serve e aprende, sempre e em todas as situações.


7- Viver com ética, fazer a diferença.


8- Vai correr bem …


9- "Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje”.


10- Saúde e Fraternidade.


11- Nunca sejas irrevogável.


12- Uma frase de Gracie Allen diz tudo : “Nunca ponhas um ponto final onde Deus pôs uma vírgula”. Há sempre tanto, tanto para fazer!!!



           Que lesmas, senhores, que lesmas. Quer dizer, que lemas!!

Friday, August 27, 2021

O Questionário de Proust

 


No Verão, é hábito fazer o questionário de Proust a um conjunto “alargado de personalidades”,  que se desdobram em respostas assaz interessantes. Se a minha preguiça não fosse endémica, faria uma recolha de todas as respostas e personalidades e tiraria conclusões. Do que li, no site que coloco no final deste texto, Marcel Proust respondeu a este questionário, um «conjunto de perguntas de autoconhecimento», tendo o questionário passado a ser conhecido como Questionário de Proust.

Coloco o questionário e as resposta do escritor que procurou o tempo perdido... e coloco as minhas próprias respostas.

 

PERGUNTAS E RESPOSTAS

Conheça as questões (e o que Proust respondeu para cada uma delas)

 

1- Qual o principal aspecto de sua personalidade?

 

“A necessidade de ser amado; mais precisamente, a necessidade de ser acarinhado e mimado, muito maior do que a de ser admirado”

A generosidade. Mas, pegando nas palavras de Proust, a necessidade de ser admirada, muito mais que ser amada ou mimada.

2- Qual sua qualidade favorita num homem?

 

“Qualidades masculinas e sinceridade na amizade”

A capacidade de estar ao lado (não em cima!!), de acompanhar, ser cúmplice.

3- Qual sua qualidade favorita numa mulher?

 

“Charmes femininos”

Que não aborreça de morte os outros com a narrativa da sua gravidez e parto. Quando as mulheres se põem a falar da sua experiência da maternidade, é de fugir.

4- O que mais aprecia nos amigos?

“Ter carinho por mim, se sua personalidade for incrível o suficiente para deixar seu carinho ainda mais valioso”

Ter carinho por mim. E  admiração. Eu gosto de deixar o outro banzado com as minhas proezas...

 

5- Qual seu principal defeito?

 

“Não saber e não conseguir ‘querer’ algo”

Não conseguir alcançar nada. Deixar tudo fugir...

6- Qual seu passatempo favorito?

 

“Amar”

Fechar-me no meu quarto e ler, escrever, ver filmes...

7- Qual sua noção de felicidade?

 

“Acho que ela não é incrível o suficiente. Não tenho coragem de revelá-la, tenho medo de destruí-la só por contá-la”.

Ser admirada. Hei-de ter, certamente, qualquer coisa admirável...

8- Qual sua noção de infelicidade?

 

“Não ter conhecido minha mãe ou minha avó”

A invisibilidade. A irrelevância. Ser esquecível.

9- Se você não fosse você mesmo, quem seria?

 

“Eu mesmo, que é quem as pessoas que me admiram gostariam que eu fosse”

Alguém que já morreu e, portanto, já não pensa em felicidade ou infelicidade. Alguém que já é ninguém.

10- Onde gostaria de morar?

 

“Num país onde certas coisas de que eu gostasse se tornariam realidade como num passe de mágica, e onde carinho sempre seria retribuído”.

Faço minhas as palavras de Proust.

11- Qual sua cor favorita?

 

“A beleza não está nas cores, mas na harmonia entre elas”.

O amarelo.

12- Qual seu escritor favorito?

 

“Atualmente, Anatole France e Pierre Loti”

Gabriel Garcia Marquez.

13- Qual seu poeta favorito?

 

“Baudelaire e Alfred de Vigny”

Não gosto de poesia. Gosto apenas de alguns poemas.

14- Qual seu herói favorito na ficção?

 

“Hamlet”

Mr Darcy?

15- Qual sua heroína favorita na ficção?

 

“Berenice”

Jane Eyre?

16- Quais seus pintores e compositores favoritos?

 

“Leonardo da Vinci, Rembrandt, Beethoven, Wagner e Schumann”

Zdzisław Beksiński; Béla Bartók, György Ligeti.

17- Quais seus heróis na vida real?

 

“Sr. Darlu e sr. Boutroux”

Aqueles que partilham os meus gostos no YouTube,  com os quais falo e dos quais necessito. Os meus amigos.

18- Qual sua figura feminina favorita na história?

 

“Cleópatra”

A mulher anónima, ao longo da História, que contribuiu muito para o seu tempo, mas que ninguém viu. Ninguém se deu sequer conta da sua existência.

19- Quais seus nomes favoritos?

 

“Só tenho um por vez”

Hein?

20- O que você mais odeia?

 

“O que é ruim em mim”

A ingratidão.

21- Quais as figuras históricas que você mais odeia?

 

“Não sou instruído o suficiente para responder”

Faço minhas as palavras de Proust.  Porém, o que não falta hoje são figuras odiosas que ficarão na História.

22- Qual o evento militar que você mais admira?

 

“Meu serviço militar!”

Houve há pouco um evento militar que eu admirei, digamos, porque confundi com um desfile carnavalesco... mas com muito mais fumo e carros alegóricos mais decrépitos...

23- Qual o talento natural que você gostaria de ter?

 

“Força de vontade e capacidade de sedução”

Faço minhas as palavras de Proust.

24- Como você gostaria de morrer?

 

“Evoluído e amado”

De repente. Sem sentir. Não acordar.

 

25- Qual é seu estado mental atual?

 

“Entediado por ter pensado sobre mim mesmo para responder a essas perguntas”

Entediada, como é hábito.

26- Por qual defeito você tem menos tolerância?

 

“Aqueles que compreendo”

Volubilidade. O chamado catavento. A toxicidade humana.

27- Qual seu lema favorito?

 

“Eu deveria ter medo demais para me causar desgraças”

Já que não podes com eles, mantem-te o mais distante possível.

 

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-o-questionario-proust/, consultado em 27 de Agoato, 2021

Wednesday, August 18, 2021

Perfection is...


Ser perseguida num cemitério... 

Tuesday, August 17, 2021

Resumo

 


Exactamente! Mas, mais que um resumo, isto é já uma interpretação. 
De facto, o filme começa em Paris. Um arquitecto de renome, após dar uma conferência, apanha um táxi, para se dirigir para o aeroporto. Chove. Paris está linda, num fim de tarde de chuva. Aparece então   uma rapariga jovem, que bate na janela do carro e lhe pede que a deixe ir com ele para o aeroporto, também, porque já não há mais táxis disponíveis. E ele, elegante, discretamente belo e educado, deixa-a entrar...

- O que aconteceu aos gatos?



 - Morreram todos, sem deixar descendência...

- Ah!


O Inimigo Perfeito

 


The Perfect Enemy. Em inglês, este inimigo pode ser uma inimiga. A palavra não tem género. Em português, contudo, o masculino engloba frequentemente o feminino. Dizer tenho dois irmãos, não quer dizer que sejam os dois homens, mas um é, de certeza. Os meus tios, o casal, incluem também a minha tia. Em português, os meus pais incluem a minha mãe. Etc. O inglês é especialmente eficaz no que toca ao mistério, ao suspense. The enemy? Quem será?


The Perfect Enemy

Depois de dias e dias a evitar filmes que não fossem de mero entretenimento, encontro um filme que não se percebe de imediato que é um filme excepcional. E, quando se percebe, já não se consegue voltar atrás. E é assim que, sem querer, mas sem querer mesmo, encontro um dos melhores filmes da minha vida. Um thriller psicológico. Mais, com uma incursão pelo Cemitério do Père Lachaise, duma beleza quase sobrenatural. 




 

Wednesday, August 11, 2021

A Noite


 Reflection.

A fotografia que venceu um prémio na categoria Noite, segundo o Público.

Viagens - o quarto dos escorpiões (e meu)


 

Monday, August 09, 2021

Pessegueiros à beira da estrada


 Termas de Monfortinho

Cautela: não aconselhável antes de dormir


 Eis!!

PS: a refrescar, antes da visita ao cemitério.

Sunday, August 08, 2021

A Vela


 Aliás, a vela, os fósforos e a vela elétrica...

Nossa Senhora da Saúde - 8 de Agosto


Termas de Monfortinho, festa de Agosto em honra de Nossa Senhora da Saúde. Na ausência de festa, devido à pandemia, levaram Nossa Senhora pelas ruas da aldeia, que se preparou com colchas e velas, para a receber.

Coisas de aldeia!!

 

Wednesday, August 04, 2021

Comunicar

 


Hoje, o Miguel Esteves Cardoso dizia, na sua crónica do Público, que a Internet é a Enciclopédia Britânica dos ignorantes. Compreendo o que ele quer dizer e concordo com o que ele quer dizer totalmente. Isto surge após um ignorante com idade para ser neto dele o corrigir, com base no que viu na Internet. Ou seja, o MEC, que é doutorado e cultíssimo, é corrigido por um miúdo do secundário, se tanto, porque se informou na Internet. O problema que se coloca é o da consulta de fontes por parte de quem não possui ferramentas para separar o trigo do joio, nem conhecimentos para fazer a destrinça entre o essencial e o acessório. Pior, acrescento, professores há que, na correção de trabalhos, não conseguem detectar cópias da Internet. E, se conseguem, agem como se não conseguissem. A Madre Abadessa, por exemplo, é perita em validar competências à Wikipedia. Mais: fica muito maçada porque há quem, em vez de validar tudo o que lhe põem à frente, se recusa determinantemente a fazê-lo. That would be the day! 

- «Porque é que não aproveitas o que está no portefólio?»
- «PORQUE NÃO HÁ LÁ NADA QUE SE APROVEITE!!!!!»

Adiante. Dito isto, ou melhor, aquilo, é claro que a Internet não é de todo a enciclopédia britânica dos ignorantes, excepto para os ignorantes propriamente ditos. Aliás, as escolas, que andam tão preocupadas com a literacia digital - aceder a plataformas, usar as ferramentas das plataformas, fazer e trabalhar com materiais interactivos, etc. -, sem pensarem, por vezes, na mais-valia real de certas ferramentas, deveriam pensar em fornecer ferramentas linguísticas e outras para usar "os conteúdos" disponibilizados na Internet. Para não falar da necessidade de fazer uma desintoxicação do chamado embasbacamento digital. É que há gente permanentemente de queixos caídos perante as maravilhas da inovação tecnológica. Os viciados em plataformas então... Deus nos guarde! Está na plataforma, logo existe!

Mas eu quero dizer apenas uma palavra acerca daquela ideia feita de que a tecnologia diminui o contacto entre as pessoas, entre as famílias, entre os amigos e afins. E eu digo: que bom! Da minha experiência, o contacto entre certas famílias já deixava muito a desejar. Olha, eu, uma das vezes em que tentei contactar um familiar de viva voz, fui corrida. AHAHAHAHAHAHAHAH! E que corrida. Digna de uma medalha olímpica. Graças à Internet, tenho, pela primeira vez, uma quantidade enorme de amigos. Virtuais, claro. Perfeitos. Não quero outros. Há três ou quatro anos, vi um filme que adorei. Adorei. Mas nunca pude trocar uma palavra sobre ele com ninguém. Ainda falei com os meus formandos, mas eles não conheciam o filme. E, de repente, há alguém que fala desse filme, que tem o mesmo fascínio que eu por ele e com o qual posso trocar umas palavras. Gostei!!

A Internet impede a comunicação? Para mim, a Internet permite-me comunicar de uma forma que eu gosto. Que me conforta. Tenho encontrado nos comentários a filmes imensas pessoas incríveis, que fazem leituras interessantíssimas daquilo que viram ou que, simplesmente, aproveitam para falar delas, daquilo que as aflige. E ninguém faz comentários maldosos. Há quem responda com palavras de apoio. Há quem diga: olá amigos, bom filme para todos.  Falta de comunicação? A comunicação que interessa! 

 

Monday, August 02, 2021

Agosto, 2021


Hoje passei a tarde a recordar canções dos anos 70, 80 e ainda dos anos 90. Escolhi esta esta para colocar aqui. Ouvi 10cc - I'm Not In Love - YouTube . The Korgis - Everybody's Got To Learn Sometime (HQ) - YouTube. Há boas versões, mas esta é incomparável. 
A música é como uma banda sonora da nossa vida. Ouve-se um acorde, uma palavra, a voz que canta e vêm imagens até nós. Imagens de tempos passados, congelados no tempo. Hirtos. E lá estamos nós, no grande ontem, com tudo o que nos trouxe até aqui por viver. A dado momento, de repente, vi-me na aldeia, no tempo em que ela ainda estava como que no fim do mundo. Longe de tudo. Sem caminhos asfaltados. Tudo era terra amarelada. 
Estou no meio do caminho sentada numa cadeira de palha, daquelas que se usavam para estar junto à lareira, no inverno. Na cabeça, tenho uma coroa de papel forrado a prata e tenho ainda uma colcha  pelos ombros. Teria que idade? 13, 14 anos? Estava a fazer de rainha, claro, no meu trono de palha. Ali estou a anos - muitos - da pessoa que agora está aqui a escrever no teclado halo do meu computador. Naquele tempo, e naquele dia, tinha pessoas à minha volta. Ocupava o centro. Eu era a rainha não sei de quê. Aliás, eu raramente era a personagem principal do que quer que fosse. A não ser dos "filmes de acção". Levava, na escola, pancada de todos os que me quisessem bater. Eu não sabia defender-me. Ou não queria. Ficava parada. A apanhar. Foi assim até um dia um rapaz me ter arrancado, com as unhas de selvagem,  um "bife" da cara, na zona das têmporas. Nesse dia a minha mãe mexeu-se, que nunca mais ninguém se atrevesse a bater-me. Fiquei, então, sob a protecção do Rambo da escola: o que dava sova em todos e ganhava sempre. O João! Que nunca me bateu, diga-se. Ele era o terror do sítio, mas respeitava, pelos vistos, quem não se metia com ninguém: eu...
E fui sempre sendo periférica, pela vida fora. Aliás, a minha vida é uma grande caminhada para o deserto... Quem não pode, não consegue, desde os 27 anos, sentar-se a uma mesa e partilhar uma refeição, uma bebida, uma água, com quem quer que seja... 
Ainda ouvi outras músicas, claro. Mas fico por aqui. Big Love, de Lindsey Buckingham, não me traz nenhumas memórias. Tenho pena, por um lado, que assim seja. Queria recordar. Ou talvez não. É melhor não ...

Sunday, August 01, 2021