Agradeço encarecidamente à pessoa que prepara estes instrumentos de autoanálise, porque me permitem exprimir os meus sentimentos de forma superior. Capital! Capital! Como dizia o outro, em inglês, em Pride and Prejudice.
Estes gatos são um verdadeiro espelho da minha alma. O 1 representa-me quando estou em atividade culinária desastrosa, naturalmente. E a minha comida também esverdeia com facilidade. O 2 sou eu a ser simpática, verdadeiramente simpática aliás. A dar o meu melhor no campeonato da simpatia, digamos. Representa também a minha cara de consolo em actividades culturais de pendor literário. O3 sou eu a pensar na morte da bezerra, coisa que faço amiúde e em concomitância com pensamentos do tipo: sou um deserto, sou tão boa a pôr as pessoas a milhas de mim. O 4 é a minha cara de contentamento profissional: faz-se o que se pode! A pessoa tenta fazer o seu melhor, e a mais não é obrigada, naturalmente. O 5 é quando a pessoa tenta levar o contentamento ao nível seguinte, tenta, como se costuma dizer, arreganhar a pragana. É, digamos, um upgrade em termos de alegria. A pessoa esforçou-se e já consegue mostrar os dentes. O 6 exprime aquele estado em que a pessoa já está por tudo: porque é que se há-de ter a língua na boca se é possível tê-la de fora? Estamos numa democracia! Somos livres de ter a língua onde nos apetece. Eu tenho muitos momentos deste jaez. É a minha forma de ser rebelde. O 7 representa, naturalmente, um upgrade em relação à rebeldia, que consiste em ter a língua de fora, mas em canudo. Para aprenderem! A 8 nem carece de explicação. É uma cara de espanto verdadeiro, quando se ouve uma coisa acertada, verdadeira, sensível, sensata, linda. Boa! É expressão que raramente exibo. E agora a 9, que fala por si. Que mais podia ser senão aquele momento em que, depois de não poucos esforços, conseguimos, felizmente, mostrar descontração e contentamento com tudo. Com as pessoas e a humanidade em geral, bem como tudo o resto: a vida! Essa coisa maravilhosa que é a vida.
Respondendo agora à pergunta, direi que me sinto como o gato 9. Feliz e contente. Afinal, quem é que gosta de ser carrancuda? É certamente o meu mau feitio que leva as pessoas a ignorarem-me. Mas agora, com este ar, sou um verdadeiro íman. Só quero ver quem se atreve a virar-me as costas. Olhem bem para mim em figura de 9 e digam: conseguem resistir-me? Hein?
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