Saturday, August 13, 2016

The Girl on The Train


Este é um dos romances de mistério do momento, da autoria de Paula Hawkins. E é, se não estou em erro, o seu primeiro livro. Também já existe o filme.
Gostei deste romance? Gostei. Afinal, revejo-me na seguinte frase:

«Twice a day, I am offered a view into other lives, just for a moment. There's something comforting about the sight of strangers safe at home.» (2015: loc. 46)

Quantas vezes já senti isto mesmo, nas minhas viagens de comboio, o meu meio de transporte preferido? Aliás, a personagem também gosta de comboios: «I like trains, and what's wrong with that? Trains are wonderful.» (idem: loc.522). Nem mais: os comboios são fantásticos. Mas, reparem, mas, gosto do romance de forma igual até ao fim? Não. O fim é previsível, a partir de certa altura, aquela altura, para ser mais concreta, em que me apercebo de que Hawkins quer contar uma história com princípio, meio e fim, em vez de contar simplesmente uma história e o fim, olha, que se trabalhe. A história começa bem. A personagem principal, dado que é alcoólica, e não só, apreende a realidade de forma nebulosa e parcial, o que é bom, pois contribui para um sentimento de incerteza, de o que é que aconteceu? Como? Porquê? Não se sabe bem. O leitor caminha por entre o nevoeiro. Porém, o nevoeiro começa a levantar, desafortunadamente, e a partir daí a história torna-se banal, previsível e demasiado dramática, kitsch mesmo. Mas é de ler. Imagino que quem não tenha lido Ruth Rendell, por exemplo, ou mesmo Stephen King, veja neste romance algo de absolutamente fascinante. E não nego que o seja, mas... Eu já li muito, eu já li os melhores do género (não é para me gabar, ihihih), e por isso esperava mais de um romance tão elogiado - merecidamente.
Espero que PH tenha um/a agente que lhe mostre a importância da subtileza e o encanto da luz do entardecer. Não raro, é no escuro, de forma oculta e indizível, que radica aquilo que de mais belo fica expresso.
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