Sunday, December 31, 2023

2024: soulmates!


O que procurei sempre foi uma alma gémea: companheira, acessível, amiga, disponível, confiável. Cúmplice! Mas dando sempre espaço. A relação entre Holmes e Watson, como está representada neste vídeo. É isto, tal e qual, que desejo para mim...  

Thursday, December 28, 2023

Ao 2023 que está quase a terminar...



Errata do último verso: Ça commence avec MOI.

Friday, December 22, 2023

Liberdade de Expressão


Hoje descobri um homem brilhante: Konstantin Kinsin. Isto quer dizer que vou ter mais para ler e ouvir e aprender. Este homem nasceu na Rússia, onde vivia na maior pobreza. Os seus pais, no entanto, tiveram a coragem de tudo fazer para o levar para o Reino Unido. Para o Ocidente. Para um mundo novo de facilidades, liberdades e abundância. Será disto que trata o seu livro, que acabei de comprar: An Immigrant's Love Letter to the West.

Jordan Peterson, o sábio, como lhe chamam, é visto como a voz da razão e do conhecimento neste mundo insano em que vivemos. Fartos de comida, obesos até às órbitas, empanturrados, portanto, livres para dizer todo o tipo de dislate e com um tecto sobre as nossas cabeças, por vezes furado, é certo,  os ocidentais, em vez de se contentarem, resolveram fuçar na realidade até encontrarem mais problemas para poderem sofrer. E encontraram, benza-os Deus. Descobriram que a língua é opressiva, que tem palavras como ele, ela, homem, mulher, velho, gordo, tonto, careca etc. e revoltaram-se contra a língua. Querem uma língua nova, asséptica, esterilizada. Descobriram que há muito mais identidades para além do tradicional e bafiento homem e mulher. E decidiram que cada um é aquilo que sente ser. Ontem conheci um ser que se identidicava como palhaço/clown e que declarou que os seus pronomes eram clown e clownself. Descobriram que o sexo heterossexual é sobrevalorizado e que só é a norma, porque as crianças não têm conhecimento sobre outros tipos de sexo. E decidiram começar a ensinar as crianças, desde os bancos da primária, todas as modalidades de sexo, recorrendo a livros profusamente ilustrados e a filmes, também. Descobriram as alterações climáticas e decidiram retirar o sorriso dos lábios da Mona Lisa, bem como esparramarem-se pelas estradas do país e do mundo (livre) e atrapalhar a ida para o trabalho da cristandade (em sentido lato, claro). Etcétera, etcétera. Voltemos agora à vaca fria, ou boi, se preferirem: J Peterson, homem com O grande, para muitos. Admiro o seu combate contra a cultura woke e as questões de género, o que já lhe trouxe dissabores e idas a tribunal e sanções. Mas, depois, o homem mete-se em tudo o que é assunto, desde a existência de Deus até à inexistência de uma coisa qualquer, de que agora não me lembro. É um tudólogo, um vulgarólogo. Tem, depois, uma espécie de admiradores embasbacados que o ouvem de queixos caídos pelo pasmo. É um erudito? É. Parece um erudito? Não, não me parece. A minha concepção de erudito não se coaduna com o embasbacamento das massas. E depois há a atitude: não tem um pingo de humor! Fala com o semblante de quem está a perder tempo com imbecis, rodeado de imbecis com os quais tem de partilhar a sua sacrossanta sabedoria. Depois, ainda, não admite nunca que não tem razão. Ele é a razão! He is the one who knocks. Eu não tenho paciência para o ouvir!

E agora deparo-me com KK, um homem que viveu em dois mundos e que fala sobre woke e ideologia de género e liberdade de expressão com os pés assentes na terra. Ele sabe o que é não ter liberdade de expressão. Muitos dos que hoje falam em opressão no ocidente - vide Gustavo Santos -, não fazem a mínima ideia do que isso é. Ora, na Amazon, ao ler as críticas ao livro de KK, encontro esta frase sobre liberdade de expressão:  

« My dad came to the US from the Soviet Union at 3. He teased that going to the dentist there was so painful because no one was allowed to open their mouths....»

Traduzo: O meu pai veio  da União Soviética para os Estados Unidos aos 3 anos. Ele costumava brincar dizendo que lá era muito doloroso ir ao dentista, porque ninguém tinha permissão para abrir a boca...

Ironias à parte, é uma das mais eloquentes formas de ilustrar o que é não poder exprimir-se livremente que já li.

Wednesday, December 20, 2023

Tempo de paz...

 

... e amor.


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Wednesday, December 13, 2023

I'm alive...

 


... and surrounded by idiots!

Monday, November 13, 2023

R.I.P.

 


Estava novamente naquela sala de aulas enorme e caótica. Uma sala, aliás, que se vai tornando maior à medida que regresso a ela. Ontem estava gigantesca. Os alunos, que eu conheço mas só daquele espaço, sem nunca os ter visto, uma espécie de figurantes dos meus sonhos, estão irrequietos. Alguns esperam que eu fale, que eu dê a aula. E eu estou na minha secretária, que é muito comprida, e estou em cima de um estrado. Tenho também um quadro atrás de mim e fios, microfones, enfim, equipamento para vencer a grandeza do espaço. Estou também frenética. Quero impressionar todos com o que vou dizer. Levanto-me, vou para o meio da sala, depois regresso à minha mesa comprida. Mas a minha voz sai sempre baixa. Por vezes nem baixa sai. Quero falar e falta-me a voz. Gesticulo imenso, tento escrever no quadro e movimentar-me, para dar a ilusão que há coisas a acontecer. De repente, vejo que chove dentro daquele espaço a perder de vista e vou sala adentro, para ver se os alunos estão molhados. Não estão. Alguns olham para mim sem interesse, outros tentam parecer simpáticos, mas não têm verdadeira simpatia. E eu volto para a secretária, posto que só chove em cima de mim. Nisto, entra porta dentro um aluno mesmo, que eu conheço, com quem convivi dois anos. Entra tal e qual como é, ou como se tornou, depois de ter ficado doente. Olhou para mim e eu, dada a distância, dirigi-me para ele, para o cumprimentar como sempre: um toque com a mão fechada. Mas ele saiu entretanto e eu pensei que já nem ele tinha simpatia por mim...
Quando acordei, tive um pressentimento, e se ele saiu da vida, como saiu da minha sala?
Depois vim a saber que tinha, de facto, saído. Saiu na sexta-feira. RIP!


Sunday, November 05, 2023

A casa ...

 (... a tal, com que sonhei uma vez e continuo a procurar...)



TalkAI Gerador de imagens.

Instruções: É de noite. Uma floresta. No meio, um lago escuro. No meio do lago, uma casa abandonada, de cor amarela. As janelas abertas. De uma das janelas, sai uma cortina rasgada. Ao estilo de Zdzisław Beksiński.

Comentário: O TalkAI não conhece Beksinski. 

Tuesday, October 17, 2023

Outubro, 2023

 


Choveu imenso. A estrada parecia um rio. Só vim a pé porque gosto de chuva. E agora, a caminho da meia-noite, parece que oiço o aproximar de trovões...  

Wednesday, September 27, 2023

Burocratas

 


Os burocratas são gente que não se recomenda. É gente que privilegia a forma e não liga para o conteúdo. Desde que esteja tudo em grelhas, em tabelas, em gráficos e devidamente exarado em actas, relatórios e outras narrativas afins, tudo coisas que se possam mostrar a quem é pago para inspeccionar toda esta inesgotável papelada, não há nada a dizer. É gente que sempre adormeceu a ler as últimas do Diário da República e acorda para voltar a fuçar no referido Diário. Aliás, suponho que é gente que desgosta desta nova versão digital do já mencionado hebdomadário, posto que gostava de encavalitar o dito na mesinha de cabeceira, a cobrir-se de pó. Mas estamos nesta admirável era da Internet, fonte inesgotável de plataformas e outros sítios plenos de conteúdos vários de leitura obrigatória, pelo que, dado o manancial de dores de cabeça que vem da inefável rede, o burocrata, que é imune a cefaleias, tem muito para se locupletar. 

Não se pense que todos os burocratas são iguais. Há os ciberburocratas, sempre à cata de novidades na net, para embasbacarem a restante cristandade. São uma casta sublime. Assim que encontram uma forma diferente, de preferência mais morosa e mais atreita a erro, para fazer aquilo que já se fazia com uma certa calma, ficam eufóricos. Há que reunir, para informar e formar os restantes para as agruras da novidade, o que lhe dá direito, também, a pôr a descoberta no relatório anual de autoavaliação. É um dois em um. Dois? Três ou quatro. Hoje em dia, o que importa é complicar! Depois há o burocrata assustado, aquele que o é por necessidade, já que toda a gente que é gente o é também. Este burocrata anda sempre com um ar compungido e uma arritmia latente, posto que pensa que se esqueceu, certamente, de qualquer papel. Pior: daquele papel que era absolutamente indispensável. Daí a arritmia. Há depois o burocrata absolutista simples e o burocrata absolutista complicado. O primeiro tem características de todos os outros, mas muito mais satisfação. Quem lhe tira a oportunidade de fazer um PowerPoint ou de inserir dados numa plataforma, tira-lhe tudo. E os workshops? Tão úteis! E as formações? E as folhas de Excel? Maravilha! 

Quanto ao Burocrata absolutista complicado, é que a asna torce a parte traseira. Desde logo, almeja tornar-se no sumo burocrata. Aliás, há quem já tenha sido sumo e tenha regressado à base com bilhete só de ida, passando a vida a tentar encontrar o bilhete de volta. Mas não volta, porque a cristandade, escarmentada, tudo faz para o manter apeado. Torna-se então na pior espécie de burocrata: o ressabiado! Que faz o ressabiado? Protesta por tudo e por nada. Nada está bem e, se estiver, podia estar ainda melhor, se tivesse sido feito sob o seu olhar orientador. Ele é que sabe! Ele é que conhece a legislação. A ele ninguém lhe faz do alto da cabeça mesa de restaurante. É o tipo de pessoa que quer ficar na História e se não fica pelos seus feitos, fica pelas suas desfeitas. É que ele está sempre a desfazer no trabalho dos outros. É um pespego. Um fazedor de grandes tempestades em pequenos e médios copos de água. 

Consta, eu não sei de nada, pois não sou pessoa que coscuvilha, que um dia destes um daqueles burocratas saiu em grande estilo, deixando atrás de si o caos: aliás, a época de reuniões já teve início. Imagino a satisfação que ele sentiu. Imagino-o a dizer para os seus botões, únicos interlocutores atentos dos seus dislates, sabido que é que os botões não têm ouvidos (e ainda bem!): «Anda que vão ver como elas lhes mordem. Agora que eu já me safei - e bem - eles que façam as coisas como deve ser, para ver se aprendem. Ainda se hão-de lembrar de mim!»

Olhe que não. Ninguém se vai lembrar de si. Muito menos ter saudades dos seus rompantes de sabichão. Quem ainda tinha algum respeito por si, perdeu-o. Quem o achava, apesar de tudo, pertinente, acha-o agora impertinente. Leia-se: sem pertinência, fútil, só porque sim. 

Fico por aqui, para não falar dos "queixinhas", categoria ainda mais nociva, especialmente quando se junta o burocrata ao queixinhas. A queixa, essa instituição com barbas, em Portugal.  

Imagem: https://www.deviantart.com/eolmedillo/art/The-Dark-Art-Of-Zdsislaw-Beksinski-Part-12-952605657, consultado em 27 de setembro, 2023

Sunday, September 24, 2023

Linguagem Inclusiva do Elu...

 


Sobre a linguagem inclusiva escreverei um dia destes. Mas a frase de Dostoiévski resume o fenómeno na perfeição.

Monday, September 11, 2023

O Regresso...

 

Acabou o tempo de deambular entre a cozinha e o quarto... as manhãs, as tardes, as noites na cama. Pelo meio, pintar uma parede... trabalho imenso e sempre adiado. Cansaço...
E aprendi... aprendi, há muito tempo, que sou um recurso... alguém que está sempre à mão, para quando é necessário... o que não quer dizer que eu seja necessária...

Tuesday, August 15, 2023

Normalizar o "vulto"


 As novas mulheres têm vultos entre as pernas... Vamos normalizar o vulto.

Estou a sonhar? Isto é uma piada? Isto é a realidade: o novo normal.

As novas mulheres



Muito bem, minhas senhoras, mas mantenham-se longe das casas de banho para mulheres.

Horrível Mundo Novo...

 






Vivemos, de facto, numa sociedade que tem horror ao saber, à cultura, à ciência. Como diz a Dra. Anna Lofti, vivemos uma sociedade que é "anti-intelectual". Vale tudo. As opiniões, as intuições de cada um são tão válidas como o Conhecimento, isto é, o verdadeiro conhecimento, aquele que se aprende nos "bancos da escola", nos livros, enfim, nos locais onde se encontram as pessoas que gostam de estudar, de investigar, de divulgar conhecimento. Este não se compadece de opiniões. 
O conhecimento hoje não cabe na metáfora de "anões nos ombros de gigantes". Ou seja, o cientista hoje, em sentido lato, não se vê como alguém que vai acrescentar àquilo que já existe. Não. O novo cientista, o novo académico, parte do zero. De forma impressionista, deita o seu olhar em redor e foca-se no registo das suas intuições. À tradição vai buscar apenas aquilo que lhe permite validar as suas elucubrações. Em alternativa, limita-se a desconstruir a tradição, o cânone, digamos ou, pior, a destrui-la. A razão morreu, abrindo as portas à emoção.
 É a emoção que pontifica na sensibilidade à flor da pele da cultura "woke". No centro do "wokismo", só há vítimas: de racismo, de xenofobia, de homofobia, de transfobia, etc. Na sua periferia, estão os defensores dessas vítimas: ativistas disto e daquilo, corporações, políticos e académicos! Contudo, vítimas mesmo são as crianças em idade escolar, entregues nas mãos de professores que se preocupam com tudo, excepto com aquilo de que deveriam ocupar-se: o conhecimento! Anna Lofti está justamente a liderar um "movimento" que vai processar o governo do Reino Unido devido àquilo que está a ser ensinado a crianças da primária em matéria de transsexualidade. Aliás, de sexo e género em geral. O sexo tornou-se matéria incontornável em muitas escolas do Reino Unido, EUA e Canadá. Tenho lido e assistido a programas, debates e declarações de estarrecer.  Deixo umas frases que cito de memória:

- As mulheres podem ter pénis?
- Claro que sim. (político britânico)

- Quero ser a primeira mulher transgénero a fazer um transplante de útero, para engravidar e poder abortar. 

- As mulheres trans são muito melhores que as mulheres cis: podem fazer sexo sem engravidar.

- O que é uma mulher?
- ...

- O que é uma mulher?
- É alguém que se sente mulher. 

- Pai, acho que estou a começar a gostar de mulheres. (mulher trans, anteriormente homem homossexual)
- Que bom. Gostava que engravidasses uma mulher.
- Não. Eu é que vou engravidar!

- Mulheres biológicas? Isso das mulheres biológicas é só uma maneira de falar para diminuir as mulheres transexuais. Não há mulheres biológicas. Há mulheres!! (mulher trans)

- Fui expulsa da casa de banho das mulheres!!!!! (mulher trans, com barba e cabelo no peito)

- A barba não é uma característica masculina!!! (mulher trans)

- Fui expulsa da casa de banho por uma mulher e não posso fazer queixa dela, porque ela é de cor e eu sou branca. Se fizer queixa, com esta coisa da supremacia branca, ainda me meto em sarilhos. (mulher trans com barba e uma enorme maçã de adão).

- Mulher trans: quais são os seus pronomes?
- Mulher: Desculpe? Não é óbvio? Eu não direi jamais os meus pronomes.

Nem eu! Uma coisa me custa imenso nisto tudo. Sempre fui respeitadora da maneira de ser dos outros. Aliás, é importante sê-lo na minha profissão. Respeito uma pessoa com disforia de género e que faz mudança de sexo, mas não tenho paciência nenhuma, nem respeito, em relação a "mulheres" com barba, cabelo no peito e pénis entre as pernas, que dizem ser mulheres, querem ser tratadas como mulheres, usar as casas de banho das mulheres e participar em equipas desportivas femininas.   











Tuesday, August 01, 2023

O Reino do Pineal

 

Eu fui ler as últimas no canal do jornalista pela verdade, que defende com unhas e dentes o Reino. Ele fez uma reportagem e só viu maravilhas. Que as pessoas não estejam registadas, estejam em Portugal, mas é como se não estivessem, não lhe interessa. Também o inefável guru e escritor que não obedece, mas todos os dias tem dizeres - pavorosos!! - que gostaria que fossem obedecidos, acha o referido Reino um paraíso. Mais: o Estado - aliás S.I.S.T.E.M.A. - só não gosta daquela gente porque ela é autossuficiente e ao Estado, claro, não interessa gente que pensa pela própria cabeça. E deviam ver a cara (de parvo) com que o guru escritor profere estas pérolas de sapiência. Bem, dizia eu, fui ver as últimas notícias e não fiquei desiludida. Os comentários dos seguidores do jornalista pela verdade são o divertimento de que eu necessitava neste dia em que fiquei até às 5 da tarde à espera dos CTT: lesmas!!! Todos são a favor do Reino e do rei. Mas apareceram uns dissidentes a estragar a narrativa. A chamar a atenção que não se pode estar assim num país estrangeiro AKA república das bananas, sem estar identificado e obedecendo às leis do país. Etc., etc. Entretanto, alguém traz a questão de que no Reino acreditam que a terra é plana e que o homem não foi à lua. A discussão aquece, escusado será dizer. Alguém, de imediato, escreve um arrazoado defendendo que sim, que é plana. E pergunta: porque é que se diz planeta? Não se diz boleta. Não se diz esfereta. Não se diz redondeta. E porque será, continua, que NASA ao contrário quer dizer engano em hebraico, se não estou em erro. E continua falando da guerra entre aspas na Ucrânia, porque também é uma invenção, como invenção foi a covid. Esta exposição colheu muitos likes e corações dos seus apoiantes. E é quando um indivíduo, já farto de tanta teoria esdrúxula, deixa esta verdade que eu subscrevo na íntegra: 

A Terra não é nada plana. A Terra é um cubo, um cubo mágico, com 5 faces planas e uma curva, em abóboda. Gira em redor dela um charuto, sempre aceso, a que chamam de Sol. A Lua é um tamanco, só não consigo prová-lo porque não chego lá com o banco.
Vivam os charros.




Wednesday, July 26, 2023

Gone...


Voz linda. Das mais lindas. Presença. Letra ancorada na fragilidade humana. A vida. As mudanças. O suicídio do filho aos 17 anos... 
Também morreu Milan Kundera. O Intelectual. Com I maiúsculo.
E hoje morreu Eduardo Pitta, o escritor.

Vão morrendo as pessoas que são verdadeiramente reais - materiais - na nossa vida. Os outros, aqueles com quem nos cruzamos ou não, no dia-a-dia, são hologramas. Sombras. Imateriais. 

Thursday, June 29, 2023

Hellooooooo


Quem andará por aqui nos últimos dias? Há um movimento inusitado...

E são horas de dormir. Acabei de fechar o expediente.


https://www.wikiart.org/en/zdzislaw-beksinski/untitled-1973-0, consultado em 28 de junho, 2023

 

Thursday, May 25, 2023

Milan Kundera


 O livro do Riso e do Esquecimento.

Não há motivos para riso. Só esquecimento. Dia estranho: A, B, C, D, etc. Personagens sinistras. Nem sempre consigo evitá-las. E depois as palavras, as frases ditas: tudo o que queremos não lembrar. Esquecer. E depois a realidade imediata. Estou aqui sentada, sem ânimo para me levantar, mas quero deitar-me com urgência. Quero ir para a minha cama. Embrulhar-me nas mantas, aconchegar-me nas almofadas, ligar alguém que me conte histórias directamente da Internet. Preciso de confortar-me, de que me confortem. Preciso de atravessar a noite muito devagar. O dia de amanhã será certamente eterno...  

https://steemit.com/art/@dr-frankenstein/the-wierd-and-dark-art-of-zdzislaw-beksinski 

Thursday, May 18, 2023

Circo

 


A doninha fedorenta também tem características de caracol. Não me surpreende...

Friday, May 05, 2023

Certainly ME!



If the night turned cold And the stars looked down And you hug yourself On the cold, cold ground You wake the morning In a stranger's coat No one would you see Ask yourself, 'Who'd watch for me? 'My only friend, who could it be?' It's hard to say it I hate to say it But it's probably me When your belly's empty And the hunger's so real And you're too proud to beg And too dumb to steal You search the city For your only friend No-one would you see You ask yourself, 'Who could it be? 'A solitary voice to speak out and set me free' I hate to say it I hate to say it But it's probably me You're not the easiest person that I ever got to know And it's hard for us both to let our feelings show Some would say I should let you go your way You'll only make me cry But if there's one guy, just one guy Who'd lay down his life for you and die It's hard to say it I hate to say it But it's probably me When the world's gone crazy, and it makes no sense And there's only one voice that comes to your defence And the jury's out And your eyes search the room One friendly face is all you need to see And if there's one guy, just one guy Who'd lay down his life for you and die It's hard to say it I hate to say it But it's probably me I hate to say it I hate to say But it's probably me I hate to say it I hate to say But it's probably me I hate to say it I hate to say But it's probably me

Wednesday, April 12, 2023

Óculos 2023, Abril


Os anos passam e eu já nem me reconheço... 

 

Thursday, April 06, 2023

AI Chat GPT

 


Oh!! A Inteligência Artificial!!!!!



Esta sou eu: tão velha e tão contente!!! E com o cabelo de quem viu uma bruxa...

Saturday, March 18, 2023

A alegria dos outros


                           

A senhora está esfusiante. Passeou, viu, contactou. Recebeu muitos telefonemas. Eu tento contribuir para o espírito da coisa. Mas não estou num dia bom para fingir. Não por falta de prática. O meu estado normal consiste em fingir, omitir ou inventar. Também minto não raras vezes... 
Mas a senhora também não facilita. Já deveria ter compreendido que falar da alegria de A e de B só contribui para que eu me sinta uma intrusa. Todos tão unidos! Tão lindo. Sublime, até! Mas eu podia ser poupada às histórias da alegria alheia. Eu já tive um papel naquele grupo. Tinha uma função. Uma utilidade. Mas fui-me tornando irrelevante. Fui sendo um incómodo. Um estorvo. Alguém que irrita por isto e por aquilo. Um bode expiatório também... Alguém desagradável que há que ignorar, esquecer, deixar no meu canto. 
Todos tão amigos. Esquecidas as violências passadas. As humilhações, o desamparo, o abandono. Acabou o que teve que acabar, mas, como pessoas civilizadas, mantêm-se laços. Eu é que não há civilização que me salve. Tornei-me demasiado insuportável. 
A coisa vai funcionando em círculos. Tão unidos que já fomos. Não tínhamos outro remédio. O grupo da praia da claridade: será que ainda estão todos vivos? Não que alguém se interesse. Depois o outro grupo. Depois eu, atrelada, como sempre, pelo dever...
Lá tive que mudar de assunto. Para variar. Será que o bolo - «tão bom!» - tinha uma vela?  Será que cantaram em coro? De qualquer modo, eu não poderia estar nesses festejos. Por todas as razões. Há muitos anos que não posso participar de quaisquer festejos. Ainda bem... Não que alguém me queira convidar, claro!

https://www.artmajeur.com/soniademangel/es/artworks/4824742/soledad, consultado em 23 de Janeiro, 2023

Friday, February 10, 2023

Ganhar o dia


Ontem, saí derrotada do trabalho. Acontece muito perguntar-me: «o que é que estou a fazer no meio destes apedeutas empedernidos?» Pior: é aquele tipo de ignorância longamente cultivada e  apaparicada, não vá ela ressentir-se e desertar aquelas cabeças ocas. As coisas que se ouvem no recinto da acção, digamos, para disfarçar. E que se vêem fazer. Agora, há um que, quando menos se espera, descalça os sapatos e as meias, para que eu lhe aprecie os calos nas solas dos pés!! Bem eu lhe posso implorar: «ó menino, mantenha-se calçado!» Em vão. Ele quer mostrar os pés, e mostra. É a chamada escola centrada nos interesses dos alunos, muito do gosto da pedagogia eduquesa, que está completamente desfasada em relação ao verdadeiro interesse dos alunos. Os colegas também o instam a que tenha maneiras, mas ele logo se apresta a descansar os presentes, dissertando sobre maus odores corporais, que é coisa que o seu corpo desconhece por completo, posto que é inodoro. 

Esta figura, quando se trata de actividades avaliativas, é acometida de doenças várias. A última foi uma conjuntivite fulminante. Mal lhe pus a folha à frente, ficou mal de um olho. Pediu para ir aos serviços de enfermagem, de onde veio munido de gotas. Ainda olhou na minha direção, para sondar se eu estaria interessada em medicá-lo, mas viu logo pelo meu semblante de poucos amigos, que tinha de procurar outra pessoa. Nisto, um colega, depois de rabujar, suspendeu a actividade avaliativa para lhe pôr as gotas. Muito dado às artes dramáticas, o bicho fez tal espalhafato, que parecia que lhe estavam a extrair os dentes sem anestesia. Posto isto, retirou-se para lavar os olhos, mas voltou à base para buscar algo para se limpar. Olhei para o percurso que ele estava a fazer, e vi dois rolos de papel higiénico perfilados sobre o armário, onde se guarda toda a papelada e dossiês. Enfim, todo o entulho típico desta extraordinária era digital. Lavado e limpo, informou-me que estava incapacitado para fazer a sua obrigação de aprendente, pois mal conseguia ver. Eu acenei com a cabeça e ele sentou-se, fechando os olhos. 

Mas o que é que me fez ganhar o dia hoje? Quando me desloquei de uma sala para a outra, um aprendente diz-me: «Ah, já aí vem. Foi o que lhe valeu, porque eu já me preparava para a ir buscar, à outra sala, por uma orelha.» Acenei com a cabeça. 

Acenar com o bestunto é, aliás, uma das minhas últimas técnicas em termos de boas práticas pedagógicas.

Friday, February 03, 2023

Wednesday, January 25, 2023

Monday, January 23, 2023

What !?

 


Fim de semana muito estranho. Qual é o mal de "trabalho é trabalho e conhaque é conhaque?" Por que motivo é que as pessoas pensam que estar sozinho é estar mal, estar solitário, necessitar de mudar? Por que motivo é que se pensa que o que é bom para alguém é bom para o resto da humanidade? Eu não vou insistir com ninguém para fazer como eu durante as férias "grandes": só sair à noite, três vezes ao todo durante o mês, depois da meia-noite, para colocar o malfadado lixo no contentor. Outra coisa, não é suposto que as mulheres sejam invisíveis depois dos 40?? 

Sunday, January 08, 2023

8 de Janeiro 2023

 


A única data que vale a pena comemorar: o dia da conclusão do meu doutoramento!! Não bebi nada... Ainda!

Parabéns, minha querida Doutora Adélia Rocha: I love you!