Monday, September 20, 2021

O pessimismo de Pondé...



  "Acreditar na educação é crer que com ela criamos novos seres humanos. Isso não acontece porque a maioria de nós professores, como todo mundo, ganha menos do que queria, é mais infeliz do que esperava, é mais sozinho do que sonhava, é muito menos importante do que imaginava. Esse não costuma ser um perfil indicado para "criar novos seres humanos" porque nele facilmente brota o rancor, o fracasso, a inveja e, por isso mesmo, a mentira."

Luiz Felipe Pondé

https://www.youtube.com/post/UgyN4UB1XyIlBtdjT3B4AaABCQ 

Sunday, September 19, 2021

Vavá


Morreu Luís Gustavo, o Vavá. O Vavá de Sai de Baixo, que me acompanhou durante os dias da doença do meu pai. Tempos terríveis. E me acompanha diariamente nos meus dias depressivos e sem sentido à vista. O Vavá é e continuará sendo uma presença diária para mim. Faz parte dos meus amigos. Dos verdadeiros, daqueles que não nos viram as costas, porque não podem, claro. Ao grande actor Luís Gustavo, tenho a dizer que descanse em paz. Ao Vavá, digo até já, até amanhã. Até sempre.

Friday, September 17, 2021

Duas Anedotas

 


 


Dois piolhos...

estavam na cabeça de um careca. Diz um: «vamos sair daqui, que é muito escorregadio.» 


O Joãozinho...

chegou a casa todo molhado. Perguntou a mãe: «porque é que estás todo molhado?» Responde o Joãozinho: «porque estivemos a jogar aos cãezinhos, na escola.» Pergunta a mãe: «mas como é que te molhaste??». Diz o Joãozinho: «eu fiz de poste.»






Tuesday, September 14, 2021

Calor

 


Foi um dia de muita chuva. Tive de andar de um lado para o outro. Teste aqui, reunião ali. O pior é a gente, é o ter de funcionar com os outros. Dou por mim a falar muito alegre e descontraída, enquanto interiormente me pergunto: estás a rir de quê? Sei lá. É o hábito. 

Vesti a minha gabardina preta, linda, para me proteger da chuva. Mas não estava frio. E todo o dia senti um fresco desagradável que acontece quando se está parado, durante longuíssimos minutos - 90? - e se sente calor, mas não se pode tirar a roupa, porque o tempo está, como se costuma erradamente dizer, desagradável. Entretanto, acabou o dia, isto é, as obrigações, os compromissos. E cheguei a casa. Aproveitei para distender a cara. Estender, até, para apagar os vestígios de riso despropositado. Fui retornando à normalidade. Mas demorou tempo. Talvez porque fiquei a ponderar formas de acabar de vez com isto... Não ter mais necessidade de fazer de conta, de ouvir coisas sem sentido, coisas que me enervam, que me provocam indignação...  

Queria ter feito coisas, mas estava paralisada. E pensativa. Tornou-se tarde para tudo, excepto para ir para a cama, o sítio a que desejo voltar, desesperadamente, durante o dia todo. Finalmente cheguei. Para sentir o calor de que senti falta o dia inteiro, pus uma coberta branca e fofinha na minha cama. Ficou tudo muito lindo. Com sorte, conseguirei sintonizar pensamentos bons: todos os que me afastem da realidade. Oxalá!

Imagem: retirada algures de um jornal. É a fotografia, recente, de um casal que se protegeu da chuva debaixo do chapéu desta escultura admirável. Por vezes, olho para o espaço entre o braço forte e decidido de um homem e o seu casaco, um sítio quente e oculto, quase um túnel, e tenho vontade de entrar ali e ficar lá...

 

Monday, September 13, 2021

Setembro...

 


O nosso ano começa em setembro. «Bom ano!», «Igualmente, obrigada.». A cerveja já está guardada para algum dia feriado, ou algum dia de "quero lá saber". É mais dor de cabeça, menos dor de cabeça. Há que comer frutas e verduras, se bem que, como cortei com os doces - oh! -, tive que me "consolar" com fruta. Tirando umas uvas, que não eram nada más, as laranjas ou eram ácidas ou estavam secas. As ameixas moles, farinhentas ou sem qualquer sabor! As bananas, envolvi-as em papel alumínio, para retardar o amadurecimento e, quando fui abri-las, estavam cozidas. Minto: duas mumificaram e enegreceram. Estavam duríssimas. As cerejas, uma era boa e a outra era incomível. Foi uma luta insana para meter uma ou outra vitamina no organismo. Creio que incrementei as minhas rugas de expressão, devido à procissão de caretas provocadas pela infeliz ingestão  dos supracitados frutos.

 Para aligeirar a necessidade de bolachas - e que necessidade! - comprei palitos la reine. Ninguém em seu perfeito juízo tem vontade de enfardar um pacote inteiros de palitos. Mais rapidamente me atiro ao açucareiro munida de uma colher. Já de bolachas Milka... é melhor nem comentar. E os bolos de Tentugal? Mas por que razão é que eu comia a caixa inteira? Porquê seis de seguida, senhores? Tenho, sem dúvida, de praticar a frugalidade!


Ah! O momento alto do dia é o do iogurte, aí por volta da meia-noite... Need I say more?

Pimentos

 


Lindo! Fui eu que cortei.

Friday, September 10, 2021

Wicked Game


Wicked Game com Hauser... 

Wednesday, September 08, 2021

Duras Penas


 

JUIZ: levante-se o réu!

RÉU: Eu?

JUIZ: É o réu?

RÉU: Posso ser. Já que ninguém se levanta…

JUIZ: Como se declara?

RÉU: Em que sentido, meritíssimo?

JUIZ: Inocente ou culpado?

RÉU: Inocente!

ASSISTENTE: Mentira! Culpado e bem culpado. Forneceu-me todos os seus materiais de trabalho e está a fazer o trabalho que me pertence a mim e que eu não tenho nenhuma vontade de fazer. Disse! 

JUIZ: Isto é verdade, senhor réu?

RÉU: É. Eu dei-lhe tudo porque ele me pediu. 

JUIZ: Confessa, então.

RÉU: Isto confesso, mas…

ASSISTENTE: Pôs-se a ler aquilo que me cabia a mim, mas que eu não tinha vontade de ler, pondo assim a seriedade de tudo em causa. Eu até lhe disse que aquilo era tudo muito difícil e incompreensível, que ninguém conseguia compreender. Mas ele fez orelhas moucas.

RÉU: Aquilo não era difícil, o assistente é que não deve muito à inteligência. Ah! E foi ele TAMBÉM, repito, TAMBÉM que sugeriu que eu lesse. Só que quando ele viu que eu ia mesmo ler… aí começou a dizer que ninguém entendia. 

JUIZ: Que descaro! Olha como ele confessa o crime de que é acusado. Levante-se a sombra.

Sombra: Levantada e pronta, meritíssimo.

JUIZ: O que tem a dizer?

SOMBRA: Tenho a dizer que o réu é muito espaçoso, como dizem os brasileiros. Todo lampeiro e alapado na papelada, para fazer um belo relatório, digo eu, que nunca me engano.

ASSISTENTE: Precisamente. Não só ia começar a deslindar aquela maçada, como me ia obrigar a mim a mexer-me também. E a minha amada sombrinha… – com voz embargada – não adoeças, sombrinha, senão eu meto atestado.

Sombra: Oh... assistentezinho... assistentinho...

RÉU:  Mas o relatório tem só uma página.

JUIZ: Não quero diálogo e maricadas no tribunal. 

ASSISTENTE: Foi uma brincadeira. Ninguém acredita que eu ia adoecer.

RÉU: Desculpe, mas que raio está a dizer? Quem falou em doenças?

JUIZ: Caluda, meus senhores. Voltemos à vaca fria. Que mais fez?

RÉU: Quem, eu?

ASSISTENTE: Quem mais havia de ser? Sonso!

RÉU: Sonso é você!

 – Martelada forte perpetrada pelo juiz irado – 

RÉU: Aiiiii…

ASSISTENTE: Aiiiiiii

SOMBRA: Aiiiiiiiiii

 JUIZ: Aiiiiiiii

RÉU: Eu fiz tudo o que me tinha sido pedido para eu fazer. Isto é, fiz trabalho que não me pertencia. Que pelos vistos não pertencia a ninguém, aliás…

Assistente: Se você se fizesse de morto, ainda hoje estávamos no belo ripanço. 

RÉU: Mas já se tinha falado abundantemente de gastronomia e dietas…

ASSISTENTE: Esse falador de dietas e alimentos é outro abelhudo e incompetente que devia estar com os ossos no tribunal.

SOMBRA: E amigo do nosso inimigo, ainda por cima.

ASSISTENTE: O nosso inimigo que tem coisa com o Belzebu… sempre na converseta. E o réu também!

SOMBRA: Nem mais. Sempre na converseta com o nosso inimigo. Mas no outro dia rimo-nos todos do nosso inimigo. Até o réu…

RÉU: Culpado! Mas não me ri, sorri apenas.  Já o assistente até ia caindo da cadeira com a risota. Que grande brincalhão! Quem diria, tão santanário, tão simpático, tão falinhas-mansas e olha…

JUIZ: Ordem! O que fez com o inimigo?

RÉU: Nada.

ASSISTENTE: Mentira. Falou com ele, ajudou-o, cumprimentou-o, tratou-o como gente. Mesmo depois daquilo do mel… e da sua figura com um saco cheio de gelo.

SOMBRA: Ahahahahaah. Desculpe meritíssimo, mas o réu fez uma fraca figura, quando apareceu no sítio com um saco com gelo e não havia nada para congelar.

ASSISTENTE: Ahahahaahahah. Peço desculpa.

JUIZ: O réu falava com o inimigo? Como se atreve?

RÉU: mas se estamos todos no mesmo barco… somos uma tripulação.

ASSISTENTE: Até foi trabalhar para ele, o Belzebu, armado em grande intelectual. É como diz o outro, o poeta: pois se até tu tiraste o título! 

JUIZ: Não se desviem do assunto! Que título é esse?

ASSISTENTE: É o título académico.

JUIZ: Como assim?

ASSISTENTE:  Os títulos é que lhes dão a volta ao miolo. 

SOMBRA: É como eu sempre digo: sobe-lhes o título à cabeça.

JUIZ: Voltemos à vaca, ou melhor, ao boi.

RÉU: Boi?   

ASSISTENTE: Boi, sim, sempre a ruminar, sempre a ruminar.

RÉU: Mas eu só sigo ordens. Eu só cumpro metas… já que a assistente e a sombra só encanam a perna à rã, há que dizê-lo…

ASSISTENTE: Protesto, meritíssimo, também roçamos o traseiro pelas esquinas!! 

JUIZ: Peço ao réu que não insulte o assistente.

RÉU: Hein??

JUIZ: É verdade que leu toda a papelada?

RÉU: Mas nin…

JUIZ: Responda à pergunta, não tergiverse.

RÉU: Sim… ninguém mais ..

JUIZ: Cale-se!!

RÉU: LEU… leu… desculpe…leu.

JUIZ: É verdade que partilhou todos os seus materiais com o assistente e a sombra?

RÉU: Eles pediram…

- Martelada perpetrada pelo juiz irado -

RÉU: Aiiiiiiiiii… pediram…. SIM!

 ASSISTENTE: Aiiiiiiiiiiiiii desrespeito pelo tribunal…

SOMBRA: Aiiiiiiiii sempre armada em chapéu-de-sol sem

JUIZ: Aiiiiiii caluda!!!!!

SOMBRA: …varetas…. Caluda… caludinha…

JUIZ: É verdade que preparou a papinha toda para a assistente comer?

RÉU: É. Ela gosta DE COMER.

ASSISTENTE: Comer é viver!! Se não sabia, fica a saber. Mas eu não lhe pedi para me fazer a papa. 

RÉU: Pediu, sim. Pediu, sim. 

ASSISTENTE: Pedi, mas não era para você fazer… era para fazer de conta!

SOMBRA: Nem mais! Fazer de conta, seguindo o belo exemplo da nossa bela assistente, que, repito, que nunca faz nada. NADINHA! 

ASSISTENTE: Não te canses, sombrinha, olha teus pulmões…

JUIZ: Silêncio, meus senhores, silêncio. Deixem-me trabalhar! Deixem-me trabalhar!

RÉU: Faça de conta que trabalha, meritíssimo. Siga o exemplo da assistente, que nunca faz nada. NADINHA. A calaceira. 

JUIZ: Ah, então chama à assistente calaceira. Verdade?

RÉU: Verdade!

JUIZ: E você, é calaceira?

RÉU: Não, senhor juiz. Não sou!

JUIZ: Então confessa...

RÉU: Eu sou trabalhadeira… lhadora. 

JUIZ: Condenada! Fechada a audiência. Andor!

ASSISTENTE: Ganhámos, sombrinha. Deixa-me estreitar-te contra meu peito.

SOMBRA: Estreita… estreita.


imagem: https://wonderfulverse.tumblr.com/post/173926419463/zdzislaw-beksinski, em 8 de setembro, 2021


Sunday, September 05, 2021

REVENGE...


Filme Guilt. Um filme sobre vingança... 
Que bom deve ser pagar na mesma moeda... 
Naquele caso, quem diria, a idiota, bem mais burra do que eu imaginava, acabou por mostrar as suas verdadeiras cores. Quando a X falava em Karma, coisa em que não acredito, eu duvidava sempre. Pensava que a idiota era esperta e queria dividir para reinar. Não mexi um dedo. E aí está ela, em todo o seu esplendor de mau carácter, mau profissionalismo, má educação, grosseria, boçalidade. E burrice, senhores. Grandessíssima jumenta! 

Wednesday, September 01, 2021

O Regresso... Acabou o mês de Agosto!

 


A minha coisa preferida são as férias. Dentro das férias, a minha coisa favorita é acordar tarde, passar a tarde - o que resta dela - no meu quarto, com a cortina preta estrategicamente fechada, a ver filmes, ouvir palestras, etc., etc. De seguida, gosto de me deitar cedo e estar até tarde, noite dentro, a ler, escrever e ver coisas no YouTube. 

Proeza: não saí de casa uma única vez - tão bom! - a não ser de noite, para depositar o lixo nos contentores - tão mau! 

Parte desagradável: fiz limpezas, lavei paredes, reboquei mal e porcamente uma parede e pintei, também,  mas não tudo - nem um décimo do que devia. 

PS: sim, enfrasquei-me, mas a cerveja é sem álcool... com grande pena minha. Porém, dado que estive grande parte do tempo na horizontal, juntar álcool tornaria a verticalidade impossível. Pior: teria de rastejar em busca da bebida. E seria muito deprimente. Ora, a verdade é que a palavra deprimente não faz parte do meu vocabulário. Goes without saying!