Saturday, February 18, 2017

Oooooohhhhhhh os dias já estão maiores...


... mas continuam a ter 24 horas: oh! Já são quase seis horas e ainda há luz lá fora. Pelo menos é o que parece, ou melhor, é aquilo que vejo pelas pequenas frestas que o cortinado preto não consegue tapar. Sim, que eu, para usufruir do escuro, passo o Sábado no meu quartinho, na minha caminha, com tudo fechado e a luz do candeeiro acesa. Tenho tanto que fazer... mas se não posso ser feliz no Sábado, imersa na luz eléctrica, a luz mais linda do mundo, quando é que posso ser feliz? Não se é feliz à luz do dia e ainda por cima na rua (argh), ou entre quatro paredes a fingir que ensino (argh, argh), ou a fazer compras (argh), ou a limpar a casa (aargh) e assim sucessivamente. Por isso é que o Sábado é o dia para ser feliz, posso fazer de conta que são 24 horas de escuridão. Posso ler. Posso ver filmes antigos no YouTube. Posso escrever. Posso procurar um novo curso, para continuar a estudar. Posso não fazer nada. Posso dormir.
Ah! Ontem alguém foi tão feliz também: e era 6ª feira! Abriram-se as portas e ele saiu com os seus pertences num saco de plástico e com uma bengala e com um chapéu na cabeça. Vai encontrar muita infelicidade cá fora. Mas hoje, Sábado, pôde decidir a que horas levantar-se e, quando chegou à janela, para ver como estava o dia, encontrou a paisagem anormalmente grande, porque pôde esticar a cabeça para além do limite da janela. São tudo coisas da felicidade: permanecer no escuro e esticar a cabeça janela fora ... 

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