Eu estava só a ensaiar a pose para a fotografia... Nabaaaa!
Wednesday, August 20, 2014
Thursday, August 14, 2014
Tuesday, August 12, 2014
Morrer
Morreu o padre espanhol que ajudava os doentes com o vírus
ébola. Morreu uma freira também. O homicida que matou o "português
suave" que viajou para Inglaterra à procura de trabalho - figura
comovente, como disse o juiz - foi condenado! Morreu o casal polaco, nas
arribas de Sintra, perante o olhar dos filhos... E morreu Robin Williams, o
actor excelentíssimo, aos 63 anos de idade.
Nesta voragem da
morte, no entanto, e no meu pesar e desejo que todos descansem em paz, não
consigo deixar de sentir uma tristeza particular pela figura do português,
frágil, em Inglaterra. A chegada ao aeroporto, sem que alguém o esperasse, como
prometera. O deambular por sítios onde não podia estar. O ser encaminhado para
um abrigo, no qual, por sobrelotação, não pode passar a noite. Depois, os
minutos de solidão, que a câmara filmou, enquanto decidia para onde ir, na
noite fria de Londres. Depois, os bares?, o álcool e, finalmente, o encontro
com aquele que o mataria sem piedade, porque sim, porque podia. Acrescenta o
tribunal, que, à laia de troféu, o filmou e fotografou, em agonia. Fim de
história, para o português em Londres.
Monday, August 04, 2014
Comboio nocturno...
Quando acabar isto, esta coisa insana em que me meti, que só me daria prazer, verdadeiramente, se dependesse só de mim, sem mais, vou enfiar-me num comboio, de noite, e fazer uma viagem... juro!
O amor....
O amor causa-me horror; é abandono,
Intimidade...
... Não sei ser inconsciente
E tenho para tudo [...]
A consciência, o pensamento aberto
Tornando-o impossível.
E eu tenho do alto orgulho a timidez
E sinto horror a abrir o ser a alguém,
A confiar nalguém. Horror eu sinto
A que perscrute alguém, ou levemente
Ou não, quaisquer recantos do meu ser.
Abandonar-me em braços nus e belos
(Inda que deles o amor viesse)
No conceber do todo me horroriza;
Seria violar meu ser profundo,
Aproximar-me muito de outros homens.
Uma nudez qualquer — espírito ou corpo —
Horroriza-me: acostumei-me cedo
Nos despimentos do meu ser
A fixar olhos pudicos, conscientes.
Do mais. Pensar em dizer "amo-te"
E "amo-te" só — só isto, me angustia...
(Fernando Pessoa)
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