O esgoto estava sufocante. Que
lugar desagradável, até parece impossível. Tinha eu saído do chiqueiro e
pensava, inocente, que a coisa não podia piorar.
Ali estavam as baratas tontas ( ou seja, não são caras,
são baratas e tontas), caladas que nem múmias. Para quem não conhece, esclareço
que as baratas tontas não querem incomodar ninguém. Nem pensar. Nisto, entra o
rato das botas, pisando algumas patas e
elas, claro, pediram desculpa por terem colocado sulcos sob as botas do rato. O
rato, contente, deu um guincho. Nisto, entra o animal mais repugnante da
infraestrutura escoadora: Pépe le pew, ( leia-se piú, para efeitos de hilaridade,
se for caso disso…) a doninha fedorenta. Porém, como anda a treinar para o jogo
de futebol entre esgotos, que põe pépes le pews
casados contra pépes le pews solteiros, entrou rápido, fez um flique
flaque à direita e saiu ao pé coxinho. As baratas tontas taparam os narizinhos
e suspiraram violentamente, mas com respeitinho, como é seu hábito. O rato das
botas, entretanto, como se apanhou de amores pelos ratos dos computadores, a
que chama “mauces”, para luzir o seu
inglês, pôs-se a passar as patas pelo teclado de um Toshiba. Este, ressentido,
posto que só gosta de ter as teclas dedilhadas com competência, pôs-se aos espirros e pregou-lhe com um vírus no focinho. Todos se riram,
menos o vírus, claro, por ficar alojado em tão ruim defunto. Bem, estávamos
todos nisto, à espera que tocasse, quando entra a madre abadessa com um galo na
cabeça. Um galo mesmo, de Barcelos. Ela tem dois. Põe um na cabeça e outro no
fogão, em cima de um naperão ( ou naperon, como preferirem). Bem, depois de se ter certificado que todos
tinham observado o seu vistoso enfeite, saiu também, mas com pena. Ela é do
tipo de macaca que gosta de ocupar os galhos todos, a puta. Bem, passado um
pouco, entram os dois intrusos, aqueles tontos torpedeiros, patéticos, que
sorriem quando não devem, falam quando deviam estar calados e estão calados
quando deviam falar. Fazem tudo ao contrário. Claro que ficaram no esgoto,
quando deviam ir fustigar-se com um pau de marmeleiro. Ou uma chibata. Nisto,
aparecem duas avestruzes que queriam vender qualquer coisa inútil. Ninguém
comprou. Tratou-se foi de os correr à bordoada e consta até que ficaram um pouquinho
doridos. Faltava ainda a cereja
em cima do bolo. Mas, como não havia cerejas, pôs-se uma uva. Ora, como já se fazia tarde, demos as
mãos e entoámos uma canção do saudoso
Demis Roussos, o good bye my love good bye.
E é nisto que se fica a saber que os resultados do processo de
ensino-aprendizagem não eram famosos. Ficámos todos embasbacados. Pépe le pew (piú), entretanto regressado de
algures, teve um ataque de soluços, mas
não se sabe bem porquê. Consta que se engasgou.
Foi logo proposto que se fizesse um PowerPoint. Bem, o PowerPoint não
caiu bem em certos gotos. Nisto, tocou a
campainha. Estava na hora de sair do esgoto e regressar à vida. Bem, …
(Não se pode dizer que as reuniões não são produtivas... Bem... )