Thursday, March 10, 2011

O regresso de Ulan Bator


Regressei ontem, ou hoje, não sei. O tempo altera-se sempre que venho de Ulan Bator. O tempo cronológico e o outro. Em Ulan Bator o tempo é ausência de horas e neve. Fiquei estacionada numa daquelas casas redondas, sujas, apreciando tudo, a beleza, e bebendo chá temperado com banha oxidada. Invadida de frio até à alma. A alma aliás ficou por lá, à minha espera. À espera da próxima viagem, da próxima fuga. Saudade! Saudade de andar pela montanha, sozinha, mas com a minha alma, apreciando a paisagem, o frio, a sujidade, a pobreza, o eco dos meninos do esgoto, a beleza de pesadelo em Ulan Bator.

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