Recomendaram-me esta música, os meus amigos que, como eu, gostam de cemitérios e encaram a morte, apenas, como o último dia da nossa vida! Oxalá morrer seja algo com esta música como acompanhamento!
Saturday, December 20, 2008
Wednesday, December 03, 2008
Os que ressuscitam
Detesto os que ressuscitam! Não há nada pior do que um morto recalcitrante, um morto que quer subverter as leis do silêncio a que está obrigado. Silenciar é morrer, não existir, desistir. Há um tempo para tudo. Quando advém o silêncio, mandam as regras não estabelecidas, que se faça o luto, missa de sétimo dia e, depois, a deposição de flores no túmulo em datas previamente referenciadas para tal. Ressuscitar é, no fundo, desperdiçar as flores que se depositaram em memória do defunto. É deselegante, é desconcertante.
«olá. muito frio? blá, blá, blá. beijinhos com muita saudade.»
Frio? Os mortos devem estar frios, falar do frio aos que estão vivos? Que despropósito. Saudades? Os vivos é que devem ter saudades. Está tudo ao contrário. É um mundo de zombies, de mortos vivos, de gente que o não sabe ser. Por isso eu digo, impaciente, aos que ressuscitam: à tumba, meus senhores! À sepultura! Dormi em silêncio pela eternidade! Não perturbeis os dias dos que ainda vivem!
Dito isto, bebo café e desligo o telemóvel, dizendo NÃO ao desconcerto do mundo!
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