Tuesday, August 07, 2007
Cemitério de aldeia
Há quem diga que o cemitério está desleixado, cheio de ervas daninhas. E está, mas eu acho que as ervas daninhas lhe dão uma beleza adicional. Porque é que as flores do campo não hão-de crescer livres, por entre as campas? São flores na mesma. Verdadeiras, lindas e sempre prontas a homenagear quem ali descansa.
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4 comments:
passando pra deixar um abraço e um beijo e um convite passe lá no meu cemitério.
Redundância
a morte existe
para que a vida
seja completa
e as pálpebras
para que a noite
seja completa
wilson guanais
Barbara está bárbaro! Arranco pala raiz a ideia duma flor, ofereço-a ainda viçosa, embora breve, campestre, selvagem, para a guardares : imagem colhida em teu cemitério, tão bem apresentado/comentado por ti.
Cruzes na colina
Elas estão lá, enfileiradas.
Não são românticas
como a dos vilarejos ingleses.
Nem tranquilas,como as dos campos
do norte.
São apenas tristes.
Um fio de água escorre em direção a vila
depois da chuva.
Lágrimas por tanto tempo retidas.
O abandono das flores esquálidas
de plástico ou de papel crepon
enfeita fotografias esmaecidas.
Quem será esta aqui, aquela ali?
Quem sabe já não está mais aqui
ou nem se importa.
Antecipando o meu futuro
desço a colina enquanto fumo
um cigarro sem filtro.
Que diferença isto pode fazer na vida
se a morte tudo iguala
nas cruzes da colina?
( do livro inédito de poesias Mapa da Vida)
Maria Olimpia Alves de Melo
Publicado no Recanto das Letras em 04/09/2007
Código do texto: T637441
Blog: http://marilim.net
Este é um presente meu para você
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