Rest in Peace

Wednesday, October 09, 2024

Os caçadores de tempestades

 


A tempestade do século, nos EUA. Nas casas, as pessoas esperam que nada lhes aconteça. O barulho do vento hipnotiza. Eu adoro o vento. E estes rapazes, storm hunters, belos, fortes, destemidos, vão atrás da tempestade, ora no carro, ora fora dele, expostos a tudo. Há árvores a cair. O mar agita-se cheio de ondas de espuma. E eles, de calções e T-shirt, adoptando, quando necessário postura estranhas, para não serem arrastados pelo vento, executam uma espécie de coreografia mágica, com risos, gritos de admiração e muita adrenalina. Estão felizes. São um grupo de amigos que se juntam porque têm um interesse comum: as tempestades. Um é o típico americano: grande, cara larga, dentes brancos e fortes como presas de marfim. A voz é forte. Emana força, determinação, virilidade. É, sozinho, uma tempestade no meio do furacão...

Que todos os que neste momento estão no meio desta catástrofe possam sair dela o melhor possível. Que Deus os ajude!!




Tuesday, October 08, 2024

Ataque de bronquite

Começo pela definição de conceitos: bronquite é um conjunto de broncos.

Isto começou mal e continua mal. Em todas as frentes. A propósito, dizia-me há dias alguém: «Entrei naquele sítio e senti uma grande frieza... » Pois. 

O bronco absentista fez o seu deplorável espectáculo de protesto: por sua causa... O quê? Minha causa??? Sua causa!!!! Sua besta preguiçosa e trapalhona!!! Levante a parte traseira da enxerga e faça aquilo que é suposto fazer. O lambão. Pois não é que a besta lambona passou o ano no belo ripanço e agora anda numa choraminguice massacrante na minha direcção? Ninguém quer fazer nada - salvo raras e desonrosas excepções - mas quer ir mais alto, mais longe, mais forte. De facto, a função tornou-se numa espécie de olimpíadas da molenguice. E, verdade se diga, nesta modalidade não faltam campeões.

 Por falar em campeões,  os jericos também têm atacado com denodado esforço. É uma burricada pegada, senhores. Entretanto, a chaminé ambulante teve um chelique! Não faltava mais nada... Por mim, pode até ter um cento. A propósito,  grande chefe cabeça oca anda numa fase de incontinência verbal aguda. É que não se aproveita nada do que provém daquela cachimónia! Muito senhora de si, vai marcando o território com os seus dejectos.  Que mais há-de fazer?? E o pobre tonto, com aquelas trombas de incontido sofrimento? A beiça carrancuda e fechadíssima, não vá apanhar uma corrente de ar. E o coiso e a coisa, pobrezinhos, que não dominam conceitos básicos de boa educação. E ainda a outra ou outro, acometida/acometido de lamentável mutismo... 

 Quando é que poderei virar as costas a isto tudo? O tempo não passa. Pareço a personagem daquele filme que acordava sempre no mesmo dia. Groundhog Day! 

PS: antes que me esqueça. O pequeno rei (dos frangos) no seu castelo de pó...

imagem: https://www.facebook.com/photo?fbid=825793139725970&set=a, consultado a 17 de setembro, 2024

Friday, September 20, 2024

Dois versos...

 


Uma semana de trabalho
E estou que pareço um cangalho!


Imagem: https://stablediffusionweb.com/ja/image/15807634-zdzislaw-beksinski-painting-of-loneliness, consultado em 17 de Setembro, 2024

Saturday, September 07, 2024

Os Últimos Dias...

No começo do novo ano, penso sempre como é que vou aguentar o que me espera. Para já, recomeçaram as intermináveis reuniões. E sessões de trabalho. Depois recomeçarão as aulas. Olhar para o horário é sempre um momento de tensão. Que horas me serão distribuídas para eu ficar em suspenso, entre parêntesis, a ansiar pela hora do regresso a casa. Olho para os "colegas". Os novos, embora sejam quase todos velhos, tentam entender em que raio de escola é que vieram parar. O que é que se espera deles. Outros não ligam a nada. O que vier, virá. Mas há os que estão entusiasmados, ou que pelo menos parecem estar. Muito dinâmicos, muito cheios de ideias - quase todas más, sobretudo para os que tiverem que as sofrer na pele. As ideias traduzem-se sempre em mais reuniões, mais grelhas, mais actas, e tudo em tamanho familiar. Em grande. Se a acta costumava ter uma página, passará a ter duas: pelo menos. E assim sucessivamente. E controlo. Muito controlo. Tal como soldados  - rasos - num exército, teremos todos que executar as mesmas manobras em sincronia. O sargento berra a ordem e nós obedecemos. Há muito que somos como os martelos andantes do filme The Wall. 

Como sempre, logo que ponho um pé na área da acção, desce sobre mim uma dor de cabeça imensa. Quando chego a casa, não me apetece fazer nada. Vou direita aos comprimidos. Tento não ir para a cama, porque sei o que isso significa: inacção. Imobilidade. Anestesia. Tento pensar em algo que me anime. Nada me anima. Fico sentada a ouvir coisas directamente do YouTube, até serem horas decentes para ir para a cama: duas ou três da manhã. 

Antigamente, digamos assim, costumava sonhar com a triste função na véspera de me apresentar ao serviço. Este ano, contudo, sonhei durante todo o mês de Agosto com o malfadado lugar. Ali ando eu, sem horário, ou com o horário mas sem a chave da sala, ou com a sala da chave, mas sem saber onde é a sala, ou sabendo onde é a sala mas não tendo alunos, ou tendo alunos, mas não tendo qualquer conhecimento sobre eles. Também me debato com a forma de me deslocar para o local: impossível ir a pé, porque é longe, impossível ir de carro, porque não há, e também não há qualquer outro meio de transporte.  E eu a ficar vermelha, nervosa e a transpirar, sem saber como resolver o problema. Passo a noite nisto, mergulhada em preocupações. Ontem, de sexta para sábado, foi diferente. Lembro-me de pouco, mas o suficiente para saber que estive na casa das janelas e na casa amarela da avenida. Esta última, a casa onde desejaria viver. Mas foi tudo muito estranho. Houve uma correria, alguém queria matar alguém. Refugiámo-nos então na casa das janelas. Quando o perigo passou, fiquei eu sozinha e bastante aliviada. Creio que me preparava para fumar, beber café e ficar a ver a noite através das imensas janelas. Mas não. Entrou uma boneca vestida de preto pela porta. Bastante pequena, a falar, ameaçadora. Mandei-a embora, mas ela assim saiu assim  tornou a entrar. Muito pequena e maléfica. E se fosse uma menina? Ou seria uma boneca? Agarrei nela, saí, arremessei-a contra uma parede e ela caiu no chão, entre folhas de um canteiro, toda enrolada e com o que parecia ser sangue. Desviei os olhos. As bonecas não sangram. E fui-me embora directamente para a Figueira da Foz, ainda incomodada com o vulto pequenino, vestido de preto e claramente sem vida. Na avenida enorme, bem maior do que realmente é, caminho, como sempre, pelo meio da estrada larga, com carros a passar à esquerda e à direita. Comigo vai um homem. Falamos muito à vontade, como amigos. O amigo que eu gostaria de ter para falar assim, com à vontade. Entretanto, eu vou para a casa amarela e ele continua pela avenida. Sozinho. Há muito tempo não via a casa amarela, pensava, até, que jamais sonharia com ela. Mas não. Estava - estou - tão feliz por reencontrá-la. Tinha novos moradores. Etc. Tudo acabou comigo e mais duas pessoas - os moradores - a tentar sair de um túnel, de rastos, para irmos algures. Eu tinha gente à minha espera num café, para conviver. Mas eu já estava a conviver com aqueles dois estranhos, arrastando-me claustrofobicamente por um túnel paralelo à casa amarela. Um tipo de convívio que me agrada incomparavelmente mais. Claro!

Na fotografia abaixo, posso ver tudo o que me afligia naquele momento. Passaram muitos anos, mas lembro-me de tudo. Se tivesse ainda 17 anos, esta seria a minha cara do regresso às aulas.




Wednesday, September 04, 2024

Regresso às aulas

 


Heeeeeeeeeeeeeellllllllllllllllllllllppppppppppppppppppppppp!!

Imagem: https://www.facebook.com/photo/?fbid=1056752242483322&set=a.244609543697600, consultado em 31 de Agosto, 2024

Friday, August 30, 2024

Último Sábado...

 


De hoje a oito dias, já vai ser diferente. Estarei de volta à rotina trituradora. Não que, de um modo geral, a minha rotina não se pareça à de um rato de laboratório na sua roda demencial: o eterno retorno... Mas terei de ver pessoas. Conviver com elas. Aturá-las. Vê-las e ser vista. Ouvi-las. Ouvir parece-me ser o pior. Ouvir o que dizem. Este, aquele, aquela, aqueles. Todos igualmente insuportáveis!
Acabou o mês de Agosto... Acabou. Ponto final.

Imagem: 
https://www.facebook.com/photo/fbid=10211709323565779&set=gm.3770478569832726&idorvanity=2612641692283092, consultado em 29 de Agosto, 2024
 

Friday, August 23, 2024

A ficção tornou-se realidade...


Adenda: o vídeo foi retirado, mas voltou a ser publicado. Deixo o link: https://www.youtube.com/watch?v=2Ii0qchelSQ 

Os Monthy Python afinal não eram humoristas... Eles apenas adivinhavam o futuro: o futuro atual. Espero que ainda haja tempo para forjar um futuro diferente.

Tickle v. Giggle. 

A pessoa que se diz mulher - no vídeo - colocou um processo a uma mulher que criou uma plataforma só para mulheres. Muitos foram os homens que se inscreveram. Mas assim que eram descobertos eram bloqueados e o assunto ficava resolvido. Até que um dia uma das pessoas percepcionadas como homem, através da fotografia, após ser bloqueado, se apresenta como sendo mulher trans e faz uma queixa em tribunal. O processo arrastou-se. Os meios de comunicação tradicionais não ligaram nenhuma. O mesmo não aconteceu com a Internet. Os Youtubers, principalmente, tudo fizeram para publicitar o caso. Eu só tomei conhecimento na semana passada, justamente na altura em que estou a ler um ensaio sobre "estes assuntos", da autoria de Douglas Murray: The Madness of the Crowds: gender, race and identity. Livro muito bem escrito e muito elucidativo, o que não invalida o facto de não me rever na  abordagem de certos temas, ou melhor, subtemas. Lerei outros livros de DM, certamente.


Voltando ao caso que opôs Tickle à plataforma Giggle, o veredito do juiz foi dado hoje e, como se pode ver no vídeo, nele afirma-se que Tickle é uma mulher e foi descriminada. A criadora da plataforma, Sall Grover, teve que engolir e ainda terá que pagar dez mil dólares a Tickle! Claro que Sall Grover vai recorrer e irá contar com donativos de mulheres e homens à antiga, aqueles que ainda acreditam na biologia e na ciência e não se revêem na insanidade colectiva que se vai vivendo.
Quero apenas sublinhar aquela parte em que Tickle diz que, quando era homem, não se sentia bem nos balneários dos homens. A lata!!!
 Já nós, mulheres, só podemos sentirmo-nos bem, seja onde for, isto é, naqueles espaços que eram só para nós, na presença de "senhoras" como Tickle.

PS: Por mais que queira ter alguma simpatia por Tickle, não consigo! Não compactuo. Nada tenho, por exemplo, contra uma mulher trans que sigo há muito tempo no YouTube, quando ainda nem tinha consciência do que se passava no mundo, sobretudo na Austrália, no Canadá, nos EUA e no Reino Unido. Essa é uma mulher: deu os passos todos e vive a vida sem lamúrias. Ou outras mulheres que embora não tenham feito tudo, fazem pelo menos a barba e tentam não fazer ondas. Vivem e deixam viver. Mas as "tickles" deste mundo querem impor-se às mulheres, roubar-lhes direitos, invadir-lhes o espaço. Querem ser mais mulheres que as verdadeiras mulheres. Não. Definitivamente, não tenho paciência para as "novas mulheres"!