Wednesday, October 30, 2024

Doutores... what's the point?

 



Para quê estudar? Basta ter jeito. Há "professores" que acreditam nisto. Que mais vale alguém sem licenciatura mas com jeito para ensinar, do que ter os estudos necessários para a função. E o que não falta é quem concorde com essa premissa. Claro que com o conhecimento e a ciência sob suspeita e pelas ruas da amargura, quase apetece dizer que sim, que desde que esteja um adulto dentro da sala com os "miúdos", para estes não estarem sem "aulas"/actividades/outra coisa qualquer, não é preciso fazer uma licenciatura e menos ainda um mestrado, que continua, penso, a ser a habilitação para a docência. Eu proponho até, que se faça isso em todas as profissões. Nada como ter um jeito para... 

Tristes tempos estes em que se vive num perpétuo faz de conta. Tudo é intermutável. Certo é que dizer sou professor não quer dizer nada. Sou advogado. Ah! Então tem o curso de Direto, etc., etc. Sou professor. Bem, deve ter o 12.º ano. E é tudo "ó professor". Ser professor é assim uma coisa genérica. Na segunda-feira diz-me um freguês: esteve muito tempo na Inglaterra. E eu disse que não. Então esteve na América, continuou ele. Não, disse eu. Então estudou na universidade? Sim! É que eu não me tinha sequer apercebido de que o que estava em causa era a minha aprendizagem do inglês, pensei que era a fluência que indiciava convívio com falantes nativos. Seguindo/segundo este raciocínio, todos os portugueses têm habilitação para dar português. Certo? 

Wednesday, October 09, 2024

Os caçadores de tempestades

 


A tempestade do século, nos EUA. Nas casas, as pessoas esperam que nada lhes aconteça. O barulho do vento hipnotiza. Eu adoro o vento. E estes rapazes, storm hunters, belos, fortes, destemidos, vão atrás da tempestade, ora no carro, ora fora dele, expostos a tudo. Há árvores a cair. O mar agita-se cheio de ondas de espuma. E eles, de calções e T-shirt, adoptando, quando necessário posturas estranhas, para não serem arrastados pelo vento, executam uma espécie de coreografia mágica, com risos, gritos de admiração e muita adrenalina. Estão felizes. São um grupo de amigos que se juntam porque têm um interesse comum: as tempestades. Um é o típico americano: grande, cara larga, dentes brancos e fortes como presas de marfim. A voz é forte. Emana força, determinação, virilidade. É, sozinho, uma tempestade no meio do furacão...

Que todos os que neste momento estão no meio desta catástrofe possam sair dela o melhor possível. Que Deus os ajude!!




Tuesday, October 08, 2024

Ataque de bronquite

Começo pela definição de conceitos: bronquite é um conjunto de broncos.

Isto começou mal e continua mal. Em todas as frentes. A propósito, dizia-me há dias alguém: «Entrei naquele sítio e senti uma grande frieza... » Pois. 

O bronco absentista fez o seu deplorável espectáculo de protesto: por sua causa... O quê? Minha causa??? Sua causa!!!! Sua besta preguiçosa e trapalhona!!! Levante a parte traseira da enxerga e faça aquilo que é suposto fazer. O lambão. Pois não é que a besta lambona passou o ano no belo ripanço e agora anda numa choraminguice massacrante na minha direcção? Ninguém quer fazer nada - salvo raras e desonrosas excepções - mas quer ir mais alto, mais longe, mais forte. De facto, a função tornou-se numa espécie de olimpíadas da molenguice. E, verdade se diga, nesta modalidade não faltam campeões.

 Por falar em campeões,  os jericos também têm atacado com denodado esforço. É uma burricada pegada, senhores. Entretanto, a chaminé ambulante teve um chelique! Não faltava mais nada... Por mim, pode até ter um cento. A propósito,  grande chefe cabeça oca anda numa fase de incontinência verbal aguda. É que não se aproveita nada do que provém daquela cachimónia! Muito senhora de si, vai marcando o território com os seus dejectos.  Que mais há-de fazer?? E o pobre tonto, com aquelas trombas de incontido sofrimento? A beiça carrancuda e fechadíssima, não vá apanhar uma corrente de ar. E o coiso e a coisa, pobrezinhos, que não dominam conceitos básicos de boa educação. E ainda a outra ou outro, acometida/acometido de lamentável mutismo... 

 Quando é que poderei virar as costas a isto tudo? O tempo não passa. Pareço a personagem daquele filme que acordava sempre no mesmo dia. Groundhog Day! 

PS: antes que me esqueça. O pequeno rei (dos frangos) no seu castelo de pó...

imagem: https://www.facebook.com/photo?fbid=825793139725970&set=a, consultado a 17 de setembro, 2024