Recordações do ano de 2022. Aqueles inquéritos que estão sempre a cair na caixa do correio electrónico, por este motivo e aquele, ora para saber a satisfação dos professores, ora para servir de matéria para teses disto e daquilo ou para estudos variados. Pena ter deitado para o lixo o inquérito da dança. São inquéritos que servem para muito pouco, e estou a ser generosa, mas tinha-me esquecido deste. A família, essa instituição tão reconfortante. E os outros. Aqui, tenho que dizer que ainda tenho uma meia dúzia de pessoas em quem vou confiando e a quem peço desculpa pela classificação de 1, sobre a ligação àqueles que me rodeiam. Mas eu vivo quase sempre sozinha, isto é, quando estou acompanhada, raramente aqueles que me rodeiam me suscitam qualquer tipo de ligação. Pelo contrário, suscitam-me indiferença e desprezo. Desprezo por gostarem de ser pequeninos. Por se despirem de qualquer réstia de dignidade. Pior: por puxarem os outros para os seus abismos de mediocridade. Ainda ontem, quando cheguei da rua - sujíssima, já se vê - e liguei o computador de trabalho, tinha uma mensagem vomitiva para ler. Desliguei logo aquele mediador de ignomínia e ridículo. E hoje, dia em que recebi uma chamada inesperada de quem não sabia há muito tempo, mas que me vai contactando sempre, porque sabe que, se não o fizer, eu não tomo a iniciativa, ainda hoje, dizia eu, tive oportunidade de dizer a essa colega e ... amiga, sim, amiga, o seguinte: «As pessoas que ainda vou suportando, apesar dos pesares, são os meus discípulos. De alguns, até posso dizer que me sinto próxima...».
Nota: no primeiro quadro, coloquei 2, porque, com pena de mim, não consegui colocar menos.