Monday, July 24, 2017

Mr Rochester...





Passei o fim-de-semana com Jane Eyre, Charlotte Brontë, Mr Rochester. Todo o fim de semana. Todo. E ainda tenho mais duas ou três versões para ver e depois posso rever tudo.

Mas apesar de a versão da BBC com Thimothy Dalton ser muito boa - excelente, mesmo - continuo a preferir esta.

Ah e também vi uma outra versão de Pride and Prejudice! Jane Austen faz este ano 200 anos e continua, juntamente com as Brontë ( e Gissing, o meu Gissinguezinho), a proporcionar-me o único espaço - único! - que gosto de frequentar: o do seu mundo ficcional.


Friday, July 21, 2017

A semana passada


A semana começou na 2.ª feira da outra semana e durou doze dias! Houve apenas uma coisa boa: durante seis dias, ao pequeno-almoço, comi um croissant, e bebi café (sem leite, reparem!) e um copo de sumo de laranja. Não é bom?

Nota: aquilo lá ao fundo é desarrumação...crónica.

Thursday, July 13, 2017

Até Amanhã


Chegou a hora de dormir.
Que dia! Que coisa patética! Que paspalho, que burgesso, que paspalha, que burgessa, que paspalhos, que burgessos! Nunca é de mais afirmá-lo. Que figuras. O drama, o horror, a tragédia!
Por hoje é tudo.

Monday, July 10, 2017

Para Si


Sei que já saiu do frio, onde o desamor e a ingratidão de todos a abandonaram. Disseram-me porém que, entretanto, uns papéis já tinham sido assinados e já estava no sítio certo, a descansar sob a terra. Imagino que tenha sido tudo solitário. Lembro-me quando me dizia, já um pouco fora de si, com o olhar distante: «Pego-me com Deus, sabe, eu pego-me com Deus.» Pergunto-me se alguém terá feito uma oração no momento de dizer adeus pela última vez. Na última morada. Pergunto-me se alguém terá sequer estado ao seu lado, a caminhar junto de si, se lhe terá oferecido flores.
Posso dizer-lhe que andei numa azáfama a correr páginas e páginas na Internet à procura de notícias sobre si. Mas nada. Posso no entanto dizer-lhe que, naquela noite mesmo, a noite em que a encontraram naquelas circunstâncias, nessa noite mesmo, vinda, à noite, do meu trabalho, colhi duas rosas do nosso jardim - aquela roseira sob a sua janela - e atirei-as pela minha janela para o pátio da sua casa. Aí mesmo, da minha janela, "peguei-me com Deus", por si.
Olhe como as coisas são estranhas. Eu não sabia que a médica que me acolheu na primeira vez que fui ao hospital na Covilhã  - o antigo - iria ser minha vizinha. Mais, iria ser a pessoa com a qual viria a falar mais. Que seria a pessoa que sempre me ofereceu ajuda: tanto nos tempos da lucidez, como nos tempos da confusão. «Se precisar de mim, já sabe...». Foram as últimas palavras que me disse. Mas já não me podia ajudar, nem eu a si, a senhora não deixaria, a senhora, isto é, os seus demónios obscuros.
De facto, são muitas vezes os nossos amigos/conhecidos a família possível, aqueles que tentam fazer alguma coisa para nos confortar. Family is overrated!  

Wednesday, July 05, 2017

Pequenos exercícios de crueldade


«A história só se repete duas vezes. Uma em forma de tragédia, outra em forma de comédia.»

A personagem de uma história passada, de má memória, finda a tragédia, prepara-se, enverga, aliás, as vestes de palhaça, para que a comédia tenha início. Molière já deu as pancadinhas e o pano já está a subir. Pois que entre a comediante e faça o seu monólogo, solilóquio...enfim, o que for. Mas não conte comigo. Acompanhei-a na tragédia, porque fui personagem involuntária. Agora já conheço a comediante e a sua grande apetência para as artes performativas. Pois bem, que ande pelo palco aos saltos e aos guinchos - parece que é coisa hilariante - sozinha. Eu tenho mais que fazer.
Agora por exemplo, são quase 4 da manhã, preferia estar a dormir, mas tenho de fazer o elogio do espectáculo a que esta sujeita gosta de se entregar. É uma figura trágica, coitada, digna de dó, até. Mas quê? Foge-lhe o corpo todo para o desplante... para o disparate, para a sandice. Ele há gente assim. Comicamente trágica, tragicamente cómica.
E eu faço-lhe o elogio. É a melhor maneira de catarse. Aprendi-o a duras penas. Na frente laboral, a acção não se recomenda. Um belo dia, abismada que estava com os acontecimentos surreais, bizarros, aliás, decidi ir escrevendo o que observava. Não mais parei. A função é penosa, quando se está no teatro de operações, mas, chegada a casa, fora, portanto, de terreno hostil, quando peguei no triste relato dos acontecimentos, verifiquei que a matéria era hilária. Muitas gargalhadas tenho dado ao longo dos tempos, à custa da coisa. À minha custa também, claro, mas rir é rir, apesar de tudo: no pain, no gain!
Parece que tenho de diversificar os relatos, alargar o campo de acção, apanhar a personagem trágico-cómica em poses caricatas - fácil - e preparar os textos que me farão rir, certamente, logo que consiga ter esquecido, o que não é difícil, apesar de tudo.
Há males que vêm por bem. Este é um deles: o facto de que a sujeita não se contenha. É que ultimamente têm acontecido episódios muito tristes - pode ler-se na entrada do meu prédio, entre outras coisas: danger of infection... Deathclean....etc. Nada que seja inspirador. Quanto aos meus sonhos e pesadelos, estou a guardá-los para escrever um livro. Ora, resta escrever sobre a sujeita. Enquanto começo e não começo o meu novo curso, tenho inspiração - digamos, assim - garantida. Mais: não vai, infelizmente, faltar matéria.
Não há príncipes? Não faz mal. Escrevem-se histórias de sapos.


Imagem: https://www.facebook.com/beksinski/photos/a.461674261555.246767.28742581555/10153355053916556/?type=3&theater, consultado 6 julho, 20144