Tuesday, March 24, 2015
Morreu Herberto Helder
Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gentes de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera de seu tempo e do seu precipício
(…)
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita
(…)
Mário Cesariny
São assim, como as "descreve" Cesariny - penso - as PALAVRAS dos poemas de Herberto Helder. Não percebo nada do que ele escreve. O que me faz ler os seus poemas? A beleza pura das suas palavras, as associações desconcertantes - e desconcertantemente belas - que faz. Fico sempre apenas à superfície dos textos de HH. Não tenho peso interpretativo para os aprofundar e me afundar neles. Navego neles, apenas. Não sou leitora, pois. Apenas navego na superfície dos seus textos.
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Friday, March 20, 2015
Wednesday, March 18, 2015
Dormir antes de morrer
«Os doentes em estado “grave e
incurável” vão poder pedir em França uma “sedação profunda e contínua” que se
prolongue até à morte. A lei que o prevê foi esta terça-feira aprovada por
larga maioria, pela Assembleia Nacional. É uma forma de responder ao desejo de
muitos pacientes em fim de vida, contornando o sensível debate sobre a
eutanásia.
A
nova lei abre a porta à inédita possibilidade de “dormir antes de morrer para
não sofrer” – nas palavras de um dos autores da lei, Jean Leonetti, médico e
deputado da UMP, oposição de direita. O outro, o socialista Alain Claeys,
destaca a vantagem de permitir aos doentes um fim de vida “tranquilo e sem
dor”.»
Público, 18-03-2015
O medo de morrer e a vida como missão sagrada são o inferno terreno! Tenho que "viver até morrer?" Porque os outros querem??
Na cidade das luzes vai-se fazendo luz! Mais uma vez.
Vive la France!!!
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Thursday, March 05, 2015
... a olhar para um palácio
Georges Lemaître para explicar que o Universo teve um início: «Houve um dia em que não houve ontem.»
No Público, que hoje faz 25 anos: parabéns!
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